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terça-feira, 22 de maio de 2012

Artigos: A Energia dos Oceanos



O oceano abriga recursos de energia abundantes, e várias tecnologias de energia oceânicas estão a aproximar-se da aplicação comercial. Contudo, as actuais tecnologias de energia de onda, de maré e termal oceânica estão ainda em pesquisa e desenvolvimento.

Competitividade económica

As estimativas de preço/desempenho exactos, bem como as projecções de rendimento das tecnologias de energia oceânica serão apenas possíveis depois de testes adicionais em situação real. Com base no conhecimento actual, parece que os sistemas de corrente da maré e os sistemas de energia de onda de litoral podem, nos próximos anos, tornar-se competitivos em nichos de mercado, como no caso da energia remota ou das aplicações de uso dual.

Para um uso mais amplo, os desafios de engenharia associados à construção, funcionamento e manutenção de sistemas de energia em ambientes marítimos terão de ser debatidos. Os problemas que se prevêem são, por exemplo, a corrosão e as questões relacionadas com entupimento, limitações de acesso, bem como o potencial das tempestades. Para sistemas instalados em ambientes de águas profundas, as falhas de tecnologia significativas devem ser superadas através da procura de localizações mais adequadas para a instalação dos aparelhos, colocação da cablagem debaixo de água, ligação de grelhas, e armazenamento de energia.

Aplicabilidade e Operações

Os recursos de energia oceânica estão largamente disponíveis, criando-se potencial para que as tecnologias marítimas contribuam para a carteira de valores de provisão de electricidade do estado, a nível nacional e global. Contudo, existem constrangimentos na procura de localizações para instalação destes dispositivos. Muitos locais com recursos excelentes estão em posições altamente visíveis ou largamente usadas para objectivos comerciais ou recreativos. As regiões de alta energia em alto mar, e noutras localizações com potencial energético, estão distantes das zonas de recepção de energia, como os centros portuários e urbanos.

Algumas tecnologias de energia oceânica oferecem preços bastante favoráveis e outras vantagens que lhe conferem um alto potencial de confiança. Fornecem energia continuamente, e não intermitentemente como a geração solar e eólica. Exemplos disto incluem sistemas OTEC de onda litoral e de alto mar, bem como instalações de corrente de maré em áreas onde as unidades estão sempre submersas.

Energia em Segurança

O desenvolvimento de recursos de energia oceânica reduzirá a dependência de combustíveis – incluindo petróleo, carvão, e gás natural – que têm de ser importados para Portugal. Também reduzirá a dependência de Portugal no que se refere a fontes de combustível estrangeiras. A energia oceânica também não está sujeita aos aumentos de preço de combustível, posicionando-se, em potência, como uma barreira contra a volatilidade de preços.

Emissões de Ar e Água

As tecnologias de energia oceânica não produzem nenhuma emissão de poluentes perigosos ou gases de estufa.

Habitat e Vida Selvagem

A base de experiência com sistemas de energia de maré, onda e termal oceânica é extremamente limitada. Por conseguinte, os efeitos globais nos habitats e vida selvagem não foram ainda totalmente determinados. Duas coisas são claras: estas tecnologias não emitirão nenhum dos poluentes que podem ser extremamente perigosos para populações de vida selvagem, e não contribuirão para as alterações climáticas, que já alteram habitats no mundo inteiro.

Serão necessárias extensas pesquisas de campo e práticas de localização cuidadosas para entender e mitigar qualquer impacto adverso em comunidades ecológicas. Considerando o conhecimento actual, são possíveis as seguintes generalizações:

• As tecnologias de corrente de maré/oceânicas, como sistemas de fluxo de entrada hidráulicos, são projectadas para gerar energia sem alterar irrevogavelmente fluxos de água naturais e habitats. As instalações e ancoradouros podem ter efeitos localizados no habitat – tanto positivos como negativos. Por exemplo, se um animal colidir com uma turbina, ou outras estruturas de captação de energia, pode ficar ferido ou mesmo morrer.

• As barragens de maré são análogas a tecnologias hidráulicas convencionais. Podem destruir ou prejudicar habitats, prevenir ou restringir o movimento natural e de migração das espécies aquáticas, e prejudicar ou matar espécimes da vida selvagem. As escadas, telas, e outras medidas de protecção e passagem de peixe podem ser empregues para diminuir – mas não eliminar – esses impactos adversos.

• As tecnologias de energia de onda estão a ser desenvolvidas para localizações em volta da costa, litoral e mar alto, com sistemas que variam em função da escala da comunidade e das necessidades de serviço público. Por conseguinte, os efeitos possíveis no habitat e na vida selvagem podem variar largamente. As instalações em zonas costeiras, por exemplo, podem transformar completamente o habitat em áreas localizadas, enquanto outros tipos de projectos poderiam criar ambientes amplos, por exemplo algo semelhante a recifes, com benefícios líquidos para a vida selvagem.

• Os sistemas OTEC transportam grandes quantidades de água oceânica profunda até à superfície. Isto aumenta o potencial para que a vida selvagem seja envolvida em tubos de entrada. Os pontos de descarga podem criar alterações localizadas, químicas ou de temperatura da água.

Percepção Pública

A atitude pública em relação a tecnologias de energia oceânica são desconhecidas, mas a energia limpa é geralmente vista de forma positiva, devido, sobretudo, aos benefícios ambientais que comporta. Os projectos de manifestação bem sucedidos e as práticas de localização cuidadosas ajudarão a assegurar a aceitação pública destas opções emergentes de energia verde.

Todas as tecnologias novas e pouco conhecidas podem ser inicialmente encaradas com cepticismo. Além do mais, têm sido exprimidas preocupações quanto aos potenciais impactos dos dispositivos de energia em zonas costeiras, de onda, e de litoral, em relação à estética bem como ao transporte de resíduos e outros excedentes físicos. Estas e outras tecnologias também podem ter impacto em actividades recreativas e comerciais.