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sexta-feira, 4 de maio de 2012

Artigos: Sexualidade do Brasileiro


Baseado em um levantamento bastante completo sobre a vida conjugal e sexual dos brasileiros, patrocinado pelos laboratórios Pfizer e coordenado pela psiquiatra Carmita Abdo, do Projeto Sexualidade do Hospital das Clínicas, de São Paulo, alguns dados podem ser muito curiosos e despertam reflexões igualmente interessantes.
A pesquisa recolheu informações de quase 3.000 homens e mulheres entre 18 e 70 anos, de todas as classes sociais. A média nacional de relações é de três por semana. Esse número pode parecer exagerado aos casais que entraram no inevitável período de estabilização, mas ele é um pouco maior que a média de relações nos Estados Unidos.
Quanto ao grau de satisfação com a qualidade da vida sexual, 60% das mulheres e 68% dos homens consideram que a sua qualidade sexual é muito boa ou ótima. Somados aos que escolheram a opção "regular", essa proporções sobem para 86% e 92%, respectivamente.
No que se refere às preliminares, ao contrário do que pode estar pensando a maioria das mulheres queixosas, 81% de suas colegas sexualmente ativas estão contentes com as carícias que recebem antes do ato. A novidade, que supostamente não acontecia em outras épocas, é que mais de 62% dos homens demonstram grande preocupação em satisfazer suas parceiras durante essa fase preparatória.
Essas cifras, possivelmente satisfatórias, espelham uma mudança significativa no comportamento sexual. A partir da liberação sexual dos anos 70, as mulheres começaram a exigir mais prazer na cama e os homens aprenderam que não bastava ir direto ao assunto.
A auto-avaliação feminina sobre o próprio desempenho sexual atingiu a nota 7 e a masculina, 8 (de 0 a 10). Esses números devem ser encarados com certa reserva, tendo em vista de ser natural as pessoas se superestimarem nessa questão.
Entre as queixas mais freqüentes, a falta de orgasmo lidera e continua a afligir as mulheres. Cerca de um terço delas não consegue atingi-lo. A explicação mais plausível para esse fato ainda é a mesma de antigamente, ou seja, a maior parte não tem orgasmo por medo, culpa ou porque o parceiro é rápido demais.
Outro problema predominantemente feminino é a falta de desejo - 35% das mulheres não sentem nenhuma vontade de ter relações. Esse é um número extremamente elevado. De vez em quando somos tentados a dizer para clientes masculinos preocupados com sua performance sexual que, muito provavelmente, sua esposa terá maior satisfação quando ele vira pro lado e dorme.
Ao contrário do que gostaria a maioria das mulheres sexualmente mais lentas, do ponto de vista médico está mais do que provado, serem raros os casos em que essa disfunção é causada por limitações físicas, como por exemplo, o baixo nível de hormônios ou outra causa ginecológica.
Decisivos mesmo na regulagem do apetite sexual da mulher são os fatores psicológicos. No Brasil, acreditam os especialistas, há ainda uma questão cultural que atua como inibidor da libido feminina: a angústia de não corresponder à imagem da mulher ideal, dos sonhos masculinos, dessas que rebolam na televisão e posam para revistas masculinas. Numa sociedade altamente erotizada, que privilegia cada vez mais o "corpão" e a "poposuda", a cama pode ser o palco de uma tremenda frustração para quem não apresenta medidas e desempenho próximos da perfeição.
Diante da impossibilidade de exibir esse padrão culturalmente desejável, o desejo das mulheres é pouco a pouco reprimido, até sumir de vez. O curioso é que o barrigão de cerveja não tem o mesmo efeito sobre os homens: apenas 12% deles se queixam de falta de desejo.
Já suspeitado, o que mais assombra o universo masculino (54%) é o medo de perder a ereção na hora H. Mas esse medo não é infundado, pois as disfunções como ejaculação precoce e impotência afetam grande parte dos brasileiros. A ejaculação precoce costuma ser um pesadelo para quase a metade dos homens entre 18 e 60 anos. A incidência é maior entre os mais jovens, que são os mais ansiosos.
Cerca de 40% dos homens entre 30 e 50 anos apresentam algum grau de impotência. Muitos casos, principalmente até a meia-idade, têm motivos psicológicos e, quase sempre, estão ligados a stress e depressão. A partir dos 50 anos, os fatores físicos costumam estar na origem dos distúrbios eréteis. Entre eles, a hipertensão, o diabetes, o colesterol alto ou o desequilíbrio na produção do hormônio masculino testosterona.
O uso de drogas e o consumo excessivo de álcool também estão associados à impotência. Quando as medidas mais tradicionais falham, o jeito é apelar para o Viagra. O remédio é consumido em mais de uma centena de países, por 10 milhões de pessoas. De acordo com os médicos, o índice de sucesso do Viagra é de 80%. Esse tipo de medicamento causou uma verdadeira revolução na sexualidade masculina.
O levantamento da Pfizer mostra também que a melhor opção para traição conjugal é a prostituição. Mais da metade dos homens casados recorrem ou já recorreram a profissionais para satisfazer fantasias. Mais de 70% dos homens separados freqüentam ou já freqüentaram casas de massagem e assemelhadas.
Tanto quanto nos homens, são múltiplos os fatores que condicionam a conduta sexual feminina, tais como organização social, as normas culturais e morais, a conjuntura histórica e a expectativa dos papéis sexuais.
Os fatores sociais, juntamente com a conjuntura histórica, mostraram que em diversos períodos históricos e nas mais variadas culturas, a sociedade atribuiu à mulher papeis sociais atrelados à determinadas normas de conduta consideradas, digamos, apropriadas para este sexo.
Entretanto, avanços sócio-culturais importantes foram responsáveis pelas mudanças nas atitudes femininas, não apenas na questão da sexualidade, mas, inclusive, em relação ao mercado de trabalho, na política e em várias outras áreas da atividade humana.
Mas, mesmo que estejamos diante da atual situação "politicamente correta" da igualdade entre os sexos, a ciência (pesquisas) continua reconhecendo diferenças significativas entre a postura sexual feminina e a masculina, embora se reconheçam também, pontos bastante concordantes entre os sexos.
A importância do sentimento e do afeto pelo parceiro na satisfação sexual, por exemplo, continua sendo maior que nas mulheres (veja o quadro abaixo), enquanto a importância da imagem positiva do próprio corpo como fator de desinibição sexual, anteriormente mais predominante nas mulheres, tende atualmente a ser igualmente valorizada.

O que contribui para o Desempenho Sexual*
Opinião de
Mulheres - %
Dos Homens - %
Sentimento e Afeto
77,2
62,3
Grau de Intimidade
70,6
63,9
Clima, Ambiente Apropriado
70,5
63,6
Atração Física
68,2
73,5
Tempo Suficiente, tranqüilidade
66,5
69,5
*Dados do estudo do Projeto de Sexualidade (Prosex) da USP


Grau de Importância da Sexualidade para a Harmonia do Casal
Opinião de
Mulheres - %
Dos Homens - %
Nada importante
0,9
0,9
Pouco Importante
2,9
3,1
Geralmente Importante
41,0
47,2
Importantíssimo
56,1
48,8
*Dados do estudo do Projeto de Sexualidade (Prosex) da USP

É comum, nos dois sexos, as fantasias e sonhos eróticos. Atualmente cada vez mais mulheres sentem-se mais à vontade em buscar materiais pornográficos que as estimulem. Essas fantasias sexuais podem ser voluntárias ou involuntárias e nelas a mulher pensa o que faria e como faria em determinadas situações sexuais inusitadas. Servem até como forma da mulher superar tradicional repressão à manifestação de sua sexualidade.
As fantasias sexuais mais recorrentes em mulheres, segundo o site Museu do Sexo, são:
- Manter relações sexuais com um homem diferente de seu parceiro;
- Imaginar ser objeto de uma violação por um ou mais homens;
- Manter relações sexuais com outras mulheres;
- Relembrar experiências sexuais anteriores;
- Imaginar que desempenha o papel de dominadora ou de dominada;
- Praticar posições ou técnicas sexuais inéditas, como o sexo anal ou oral.
Primeira Vez
Há séculos (atualmente ainda em várias culturas) era exigido que a mulher fosse virgem ao casar, porém, principalmente a sociedade ocidental vem aceitando cada vez mais as relações sexuais pré-matrimoniais. Mas, de um modo geral, a primeira experiência sexual da mulher ainda pode determinar algum de conflito pessoal e/ou familiar.
Muitas garotas a consideram a perda da virgindade um passo fundamental em seu desenvolvimento pessoal (e até social), na maioria dos casos não se exigindo que o primeiro parceiro sexual seja o definitivo. Os conflitos pessoais que essa conduta mais liberal da perda (doação) da virgindade podem proporcionar são produzidos pela incerteza do momento, da atitude e da escolha do parceiro.
Boa parte das adoelescentes que deixam de ser virgens são motivadas pela necessidade de inserir-se em um contexto de liberalidade "progressista", ou seja, para não se sentirem à margem das outras adolescentes que já experimentaram o sexo. Veja na coluna ao lado a afirmação de que "a adolescente que ainda não perdeu a virgindade é questionada pelas amigas e até ridicularizada", quando não se suspeita que ela deva ter algum sério problema. O risco neste tipo de comportamento é transformar a liberdade sexual em obrigatoriedade sexual. Nesse caso o parceiro, que deveria ser a peça importante da relação, passa a ser apenas o instrumento de execussão do ato.
Existem ainda aquelas mocinhas que, temendo ficarem sozinhas, enfrentam a concorrência das demais e cedem sexualmente com o propósito de tentar garantir um namorado ou, inocentemente, comportam-se da maneira que julgam esperar dela. Os conflitos e frustrações surgem quando percebem que, além de muitas vezes a relação sexual não ter sido tão prazerosa, a atitude sexual liberal teve efeito contrário sobre as furturas intenções do companheiro, afastando-o ao invés de prendê-lo.


Sobre o comportamento sexual do brasileiro, segundo pesquisas recentes, cerca de 86% dos jovens relataram que já “ficaram” uma vez na vida e somente 20% estavam realmente namorando “firme”. Entre os mais jovens o namoro tem sido de duração mais curta, durando em média três meses.
Em 2002, segundo uma pesquisa GRAVAD (gravidez na adolescência) realizada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e pelas federais do Rio Grande do Sul e Bahia, a iniciação sexual do brasileiro não tem ocorrido de maneira tão precoce como se pensa.
A pesquisa, na época, entrevistou 4.634 jovens de 18 a 24 anos das cidades do Rio de Janeiro, Porto Alegre e Salvador. Em média, os homens nessa faixa etária iniciaram a vida sexual aos 16,2 anos e as mulheres aos 17,8 anos.
Segundo dados da pesquisa, 29% das mulheres disseram conhecer casos de gravidez na adolescência. A maioria dos jovens entrevistados disseram ser usuários de camisinha desde a primeira relação, mas o hábito no uso do preservativo cai conforme o relacionamento se estabiliza.
Entre as garotas, cerca de 70 % tiveram relações sexuais com parceiros fixos e entre os rapazes, 57% relataram ter experiências com mais de uma parceira. Além da camisinha, devido à falta de informação e imaturidade, somente 38% utilizaram método anticoncepcional.
Em 1986, somente 9% dos jovens usavam preservativo na primeira relação sexual. No ano de 2005, entre os jovens de 16 a 19 anos, essa taxa subiu para 65%, e 32,7% no grupo de faixa etária de 20 a 24 anos. Enquanto que as doenças sexualmente transmissíveis era mais comum entre os homens na década de 80, nos dias atuais o DST se apresenta em ambos os sexos.
Na questão referente a gravidez precoce, o Brasil ainda mantém o índice de 10% de adolescentes grávidas contra 1% de países como Holanda e França. A melhor maneira de educar a sexualidade dos jovens é implementar a educação sexual nas escolas. Meninas com menor grau de instrução e sem oportunidade profissional tendem a iniciar a vida sexual de modo arriscado e a engravidarem antes da hora planejada.
Acima do uso de álcool, drogas e da baixa informação, a desagregação familiar é um dos principais fatores da falta de prevenção sexual entre os mais jovens. Discute-se ainda na sociedade se o modismo e as interferências das mídias não têm desequilibrado o comportamento sexual do jovem brasileiro.
Fontes:
http://www.metaanalise.com.br/inteligenciademercado/inteligencia/pesquisas/sexualidade-do-jovem-brasileiro-tema-de-pesquisa.html
http://www.agencia.fapesp.br/materia/6010/entrevistas/aprendizado-da-sexualidade.htm
http://criasnoticias.wordpress.com/2010/05/24/jairo-bouer-fala-sobre-sexualidade-do-jovem-no-programa-brasil-em-debate/