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quinta-feira, 7 de junho de 2012

Artigos: Eutanásia



Eutanásia significa qualquer ato cometido ou omitido com o propósito de causar ou acelerar a morte de um ser humano após o seu nascimento, com o propósito de pôr fim ao sofrimento de alguém. Neste último caso, a eutanásia seria utilizada para evitar a distanásia (agonia prolongada, é a morte com sofrimento físico ou psicológico do indivíduo lúcido). A Declaração do Vaticano sobre a Eutanásia  diz: “Entende-se que a eutanásia é um ato ou uma omissão, que por si mesmo ou por intenção, causa a morte, para que assim todo o sofrimento seja eliminado.”Em outras palavras, a eutanásia é uma forma de matar, independentemente dos motivos de quem estiver cometendo o ato.
As principais diferenças entre a eutanásia direta e a indireta, e a morte natural têm de ser definidas de forma precisa, antes de se proceder a qualquer discussão racional dos vários “espectros” relacionadas à eutanásia.
O lobby pró-eutanásia atingiu muitos dos suas objetivos usando táticas para aterrorizar usando estórias dramáticas de pessoas com fortes dores sem nenhum alívio, “mantidas com vida através de aparelhos” com vários tubos e dispositivos ao redor delas,  interferindo na sua paz e dignidade.  Os grupos pró-eutanásia também já confundiram formadores de opiniões, não deixando claro as diferenças entre a eutanásia direta e indireta, e a morte natural. Os defensores do aborto usaram precisamente a mesma tática ao juntarem contraceptivos, abortivos e o aborto numa só classe.
Os ativistas anti-eutanásia devem estar intimamente familiarizados com as expressões relacionadas à eutanásia, ou serão confusos e ineficazes nos seus esforços para salvar vidas.

Eutanásia ativa (positiva, direta) é ação realizada com o propósito de causar ou acelerar a morte.  Essa ação pode incluir injeção letal ou overdose aplicada por um médico.  “O suicídio assistido por médico” significa que um médico ajudou uma pessoa a se matar.  Especificamente, isto quer dizer que o médico fornece a receita ou outros meios para uma pessoa se suicidar; de fato não é o médico mas a pessoa que executa a ação letal.
Eutanásia passiva (negativa, indireta) é ação negada com o propósito de causar ou acelerar a morte. Essas medidas incluem suspender ou retirar medidas não heróicas, inclusive alimento, hidratação (água), e oxigenação.  Alguns exemplos desse tipo de eutanásia são os muitos infanticídios cometidos anualmente nos EUA, com a negação de alimentos e água aos bebês deficientes recém-nascidos, que de outra maneira teriam vivido.  Outro exemplo de eutanásia passiva é a negação de alimentos e água a alguém que se encontra no estado chamado “estado vegetativo persistente”, ou a alguém cuja saúde não esteja melhorando suficientemente rápido, na opinião dos atendentes que cuidam da sua saúde.  Observe-se que o termo “indireto”, ao ser aplicado a um caso de eutanásia, tem um significado diferente daquele aplicado aos casos de “duplo efeito” do aborto e da esterilização.
Morte natural significa permitir que alguém morra no conforto e na paz, suspendendo tratamentos em excesso e heróicos que venham a causar apenas dor e o prolongamento da vida da pessoa, por pequeno espaço de tempo ou mesmo por um período insignificante.  Observe-se que, se os médicos retirassem o mesmo tratamento de alguém nas mesmas circunstâncias, cujo tempo de vida viesse a ser prolongado de modo significativo, estariam ao contrário, cometendo eutanásia passiva.  O alimento, a água e o oxigênio têm de ser fornecidos enquanto se espera a morte natural, porque esses são os direitos de todos os seres humanos.  Assim foi definido pelo Bispo Rene Gracida, “se a retirada de um procedimento com o objetivo de manter a vida, tiver como intenção evitar um peso excessivo do tratamento, para que uma morte mais rápida seja apenas um efeito colateral não intencional da decisão, não se considera como um caso de eutanásia.” Eutanásia voluntária é cometida com a cooperação voluntária do interessado. Eutanásia involuntária é cometida sem o conhecimento e/ou consentimento do interessado.

Matar por misericórdia” é um ato de eutanásia direta, cometido em geral, com o propósito alegado de acabar com o sofrimento de uma pessoa improdutiva ou doente terminal.  Na realidade, as pessoas saudáveis cometem “assassinatos por misericórdia” a fim de aliviarem a si mesmas da inconveniência e gastos de cuidar daqueles que se tornaram (ou tornarão) um peso emocional ou financeiro para elas.
Nesses últimos 20 anos, a sociedade definiu duas classes de seres humanos nascidos que não estão sofrendo, embora sejam candidatos à “morte por misericórdia”:  recém-nascidos, com deficiência, que sob outros aspectos poderiam viver uma longa vida, e pessoas num estado de coma prolongada.  Atualmente os grupos pró-eutanásia estão estendendo esse “privilégio” letal aos pacientes terminais e internos em asilos, independente do seu estado emocional ou nível de dor.  É inevitável que o número de pessoas candidatas favoráveis à “morte por misericórdia” aumentará rapidamente e de forma incontrolável, assim como aconteceu na Alemanha nazista, e assim como está acontecendo atualmente na Holanda.
“Matar por misericórdia” tanto os infantes como os adultos é uma extensão lógica da prática do aborto eletivo cometido para eliminar nascituros deficientes.  Se bebês nascituros saudáveis podem ser assassinados até o momento do seu nascimento porque a mãe percebe que a sua saúde ou bem-estar estão ameaçados, então porque não podem ser assassinados logo após o nascimento, especialmente se têm um defeito grave de cromossomos tal como a Síndrome de Down?  As crianças com a Síndrome de Down estão entre os seres humanos mais felizes e contentes que existem, freqüentemente vivendo até a idade adulta e transmitindo muita alegria aos outros – no entanto, são freqüentemente assassinadas no útero, não porque elas vão sofrer, mas porque os pais assim o acham.
Se uma pessoa aceita a morte de acordo com a vontade de Deus, é uma graça. Porém, se outros nos forçarem, ou se nós nos esforçarmos para que isso aconteça devido às ordens dirigidas às nossas consciências mal-formadas, torna-se uma sobrecarga insuportável, aparentemente aceitável apenas porque parece ser menos terrível do que a dor.

É  curioso que a maioria dos ativistas pró-eutanásia se oponham à pena de morte, principalmente porque os juizes e o júri cometem erros durante julgamentos que podem resultar numa sentença de morte injusta.  Ou seja, uma vez que uma pessoa tenha sido executada, nem mesmo a prova mais conclusiva da sua inocência pode trazê-la de volta à vida.  Aqueles que apóiam a eutanásia estão, portanto, dispostos a gastar uma média de US$ 835.000 para manter um assassino obstinado atrás das grades para o resto da vida. No entanto, não estão dispostos a gastarem a mesma quantia para manter vivo um comatoso inocente ou uma pessoa doente, na verdadeira esperança que poderão ser recuperados ou pelo menos irão viver por um longo período mais.
Os ativistas pró-vida podem usar precisamente o mesmo raciocínio para se oporem à eutanásia.  Como observado abaixo, os profissionais de saúde julgaram várias pessoas como sendo “comatosas irreversíveis”, e logo essas pessoas despertaram para levarem vidas normais ou quase normais.
Pesquisadores médicos têm realizado numerosos estudos para determinar quantas pessoas no denominado “coma irreversível”, de fato, voltaram desse estado.
Um estudo de 84 pessoas a quem os médicos consideraram estar em “estado vegetativo persistente” mostrou que 41% recuperaram a consciência dentro de seis meses, e 58% recuperaram a consciência dentro de três anos.  Um segundo estudo de 26 crianças em coma que durava mais de doze anos, constatou que três quartos eventualmente, recuperaram a consciência.  Um outro estudo constatou que um terço dos 370 pacientes em “EVP” por até um ano teve recuperação suficiente para voltar a trabalhar.
Num caso dramático, os médicos atestaram a “morte cerebral comatosa” de um vovô de 79 anos de idade, Harold Cybulski, de Barry’s Bay, Ontário. Estavam prontos para desligar os sistemas que o mantinham vivo enquanto a família dava seu último “adeus”.  Mas, quando o seu neto de dois anos de idade correu para dentro do quarto e gritou “Vovô!”, Cybulski acordou, sentou-se e pegou o netinho no colo! Seis meses depois, estava levando uma vida completamente normal, inclusive dirigindo o novo carro que planejara comprar antes de ter entrado em coma. Os médicos de Cybulski não conseguiram dar “nenhuma explicação” pela sua recuperação instantânea.

Quer nos agrade quer não, um dos nossos papéis mais importantes como adultos na sociedade é o de dar exemplo para as pessoas mais jovens e menos experientes.  Afinal, aquilo que ensinamos aos jovens determinará, em grande parte, a forma como irão conduzir o mundo que lhe foi dado por herança – e que tipo de mundo os nossos netos vão herdar.
Aquilo que ensinamos aos jovens também determinará como irão nos tratar quando formos idosos e estivermos enfermos.
O índice de suicídio entre os adolescentes nos EUA explodiu para mais de 2.500 mortes por ano.
Lemos sobre pactos suicidas e assassinato/suicídio de adolescentes quase semanalmente.  Os especialistas  em demografia de suicídio (suicidologistas) já chamam esta situação de “epidêmica”.
Que tipo de exemplo um adulto passa aos adolescentes quando ele se mata porque tem medo da dor ou de perder a “dignidade”?  Ou porque poderá vivenciar algum grau desconhecido de dor por muitos anos – dor que provavelmente poderia ser aliviada?
Se a nossa sociedade aceita a eutanásia, como iremos dizer a um desesperado adolescente que ele não tem o direito de se matar, se a capitã do time de que ele gosta o expulsa da equipe?  E o que se pode dizer da jovem cujo animal de estimação morreu?  Ou quem perde o auto-respeito com a fornicação?  Ou o garoto que não consegue ingressar no time de futebol?  Ou aquele que tem de abandonar a universidade porque repetiu o ano tantas vezes?
Os adolescentes não reagem a um padrão duplo.  Não aceitam o comando, “Faça o que eu digo, mas não o que eu faço.”  Se a eutanásia se tornar legal e aceita pela sociedade, poderemos esperar que a nossa “epidemia” de suicídio na adolescência se tornará uma “pandemia”, com talvez 10.000 a 20.000 casos a mais por ano.  Como vamos reagir a 25.000 casos de suicídio na adolescência, anualmente, sem parecermos grosseiramente hipócritas?

World Medical Association - Madrid/Espanha – 1987
Eutanásia, que é o ato de deliberadamente terminar com a vida de um paciente, mesmo com a solicitação do próprio paciente ou de seus familiares próximos, é eticamente inadequada. Isto não impede o médico de respeitar o desejo do paciente em permitir o curso natural do processo de morte na fase terminal de uma doença.
Quando a Holanda, em fevereiro de 1993, instituiu a nova legislação, que permite que o médico realize eutanásia ativa, sob certas condições, a Associação Mundial de Medicina, no dia seguinte, chamou a atenção para o texto desta Declaração, que foi aprovada, por unanimidade, na 39a. Assembléia Mundial de Medicina.