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terça-feira, 5 de junho de 2012

Exposição "É o Bicho na Cabeça"




O jacaré da mostra "É o bicho na cabeça", que Geleia expõe no Centro Cultural Justiça Federal
Foto: Divulgação

Não é qualquer um que tem a honra de ter um apelido — que pegou, e bem — cunhado pelo jornalista e dramaturgo Nelson Rodrigues. Geleia da Rocinha era porteiro dos estúdios da TV Globo, na Rua Lopes Quintas, no Jardim Botânico, quando o Anjo Pornográfico encontrou uma semelhança entre o até então José Jaime Costa e o Guarda Geleia, de um esquete do humorístico de Jô Soares.
— Caiu o guarda, ficou só o Geleia, e virou uma instituição. Quando perguntam meu nome, gosto de ser o Geleia — conta, por telefone, o artista plástico, que abriu a exposição "É o bicho na cabeça", na sexta, às 19h, no Centro Cultural Justiça Federal. 
Depois da profissão de segurança, Geleia ganhava a vida produzindo cartazes, letreiros e faixas para o comércio e o que mais pintasse.
— Comecei também a desenhar, e o trabalho foi se sofisticando, sempre em suportes alternativos, como madeira e lona. Em 1996, comecei com as telas — diz o artista, de 54 anos.
As coisas começaram mesmo a acontecer quando uma amiga, que trabalhava como cozinheira na casa de Gringo Cardia, avisou que o patrão procurava por um desenhista.
— Fui lá achando que era mais um trabalho de letreiros e cartazes. Quando cheguei, vi que era muito mais, mas, como era duro, não podia negar serviço. Em dois dias, entreguei nove desenhos, enquanto um desenhista profissional tinha levado 20 dias em um só. Meu negócio era vender aquilo o mais rápido possível.
Os desenhos acabaram na capa do disco "Omelete Man", de Carlinhos Brown, no cenário do show "Do cóccix até o pescoço", de Elza Soares, e no painel da fachada da Sala Baden Powell, em Copacabana.
O naïf-pop ultracolorido em paisagens urbanas e marítimas do vascaíno, e também líder de uma comunidade pesqueira, conquistou corações. E não é por menos. Seus traços largos e brutos têm um quê inocente e alegre, como seu papo. E ele é bom de papo.
— Quem diria que o Geleia ia sair da Rocinha pra expor na Suíça — brinca o artista, ou simplesmente pintor, como prefere, que nunca frequentou um curso de artes. — Não sei a qual escola pertenço, é algo que toma conta de mim. Tanto que nunca começo uma tela sem a acabar, o que pode levar até quatro dias seguidos. Não me preocupo com nada, nem mesmo em vender, só com a fluidez.
Agora, em "É o bicho na cabeça", ele expõe sua visão para os 25 animais do jogo.
— Eles fogem de qualquer convenção estabelecida nos livros de Zoologia, uma vez que são constituídos de traços humanos, figurinos e padronagens multicoloridas, ou ainda, adquirem uma morfologia híbrida de outros animais — sintetiza o curador, Marco Antônio Teobaldo.
Hoje, Geleia já paga as contas com sua arte colorida, que começou a ser espalhada por ruas e galerias. Quanto vale o show?
— Depende. Às vezes, um sorriso paga. Algumas telas chegam a R$ 10 mil e, quando vendo, choro de tristeza, é um apego — confessa.

Centro Cultural Justiça Federal

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De 02/06/2012 até 15/07/2012