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quarta-feira, 20 de março de 2013

Mostra "Geraldo Sarno: A Linguagem do Cinema"


Geraldo Sarno: a linguagem do cinema

Entre os dias 22 de março e 4 de abril, o cinema do Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro apresenta a mostra Geraldo Sarno: a linguagem do cinema, com 25 filmes de Geraldo Sarno, diretor e roteirista baiano cuja produção foi determinante no cinema documental brasileiro. Parte dos filmes que compõem a mostra dedica-se à análise do processo criativo, como O último romance de Balzac (2010), ganhador do prêmio especial do júri em Gramado 2010. Também serão exibidos Viramundo (1965), clássico sobre a migração nordestina para São Paulo; Iaô (1976), sobre os cultos afro-brasileiros; e produções recentes, como A imagem cinematográfica e o artista plástico Hélio de Oliveira (2010). No dia 30 de março, às 17h, Geraldo Sarno participa de um bate-papo aberto ao público no IMS-RJ.

A mostra do IMS também apresentará filmes que compõem a série A Linguagem do cinema, uma coletânea composta de 10 títulos que documentam os processos de criação de 12 cineastas brasileiros: Carlos Reinchenbach, Júlio Bressane, Walter Salles, Daniela Thomas, Paulo Caldas, Marcelo Luna, Ana Carolina, Ruy Guerra, David Neves, Murilo Salles, Linduarte Noronha e Jorge Furtado. A base comum de todos os títulos é uma ou mais entrevistas com o realizador montada com trechos expressivos dos filmes citados. As conversas foram filmadas por Geraldo Sarno entre 1997 e 2001 e são lançadas agora em DVD pelo Centro Técnico Áudio Visual (CTAV)/ Ministério da Cultura.

Sobre Geraldo Sarno:

Nasceu no dia 6 de março de 1938 em Poções, Bahia, região que ressoa a cultura de Minas Gerais. Cursou a Universidade Federal da Bahia e, em 1963, por quase uma ano, praticou cinema no Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográficos – ICAIC. Após seus primeiros filmes, Viramundo (1964/65) eAuto da vitória (1969), planejou uma enciclopédia audiovisual da cultura popular do sertão nordestino, com  Jornal do sertãoOs imaginários e Vitalino/Lampião(1967), para o Instituto de Estudos Brasileiros – IEB, da Universidade de São Paulo, realizada, em parte, com produção da Sarauê Filmes, IEB e Thomaz Farkas. Teve continuidade com Dramática popular (1968), produção do próprio IEB e do Instituto Nacional do Cinema - INC, e com Casa de farinha, Padre Cícero,A cantoriaRegião CaririO engenho (1969), que tiveram produção exclusiva de Thomaz Farkas. A essa enciclopédia de filmes-verbetes juntaram-se Casa grande & senzala e Segunda-feira (1974), Espaço sagrado (1976), O coco de Macalé(1982). Viva Cariri! (1970) e Eu carrego um sertão dentro de mim (1967-80), somaram-se a Viramundo como tentativas de confronto com a linguagem do documentário. Eu carrego um sertão dentro de mim é um ensaio de construção de ponte cultural entre os sertões de Minas e do Nordeste, e expressa momento significativo de uma compreensão das relações entre arte e compromisso social.

Nos anos 1970, essa reflexão se estende à cultura negra do litoral, com Espaço sagrado e Iaô (1976), e chega à ficção com Coronel Delmiro Gouveia (1977). A partir dos anos 1990, Sarno também dedica-se a ministrar cursos de cinema e realiza a série de programas A linguagem do cinema (1997 a 2001), publicaGlauber Rocha e o cinema latino-americano (1994), coedita a revista Cinemais, e publica Cadernos do sertão (2006). Em 2007/08 realiza Tudo isto me parece um sonho, filmado em Pernambuco, Bahia e Venezuela, filme-pesquisa sobre a vida do General José Ignácio de Abreu e Lima, herói da luta pela independência das colônias Espanholas na América do Sul, ao lado de Simon Bolívar, e que retoma questões relacionadas ao processo de criação no cinema. Em 2012 concluiu O último romance de Balzac, sobre o processo de criação artística do escritor francês a partir de um romance psicografado por um médium brasileiro.  

PROGRAMAÇÃO MOSTRA GERALDO SARNO - A LINGUAGEM DO CINEMA

SEXTA | 22 de março

14h: Tudo isto me parece um sonho, de Geraldo Sarno (Brasil. 2008. 146')
Anotações para a realização de um filme inspirado na vida do General José Ignácio de Abreu e Lima é o subtítulo desse filme. Nesse quase roteiro filmado, documentário e ficção se unem para realizar uma pesquisa sobre a vida do General Abreu e Lima, pernambucano que participou, ao lado de Bolívar, de batalhas que libertaram Colômbia, Venezuela e Peru da coroa espanhola. O filme discute ao mesmo tempo o processo dessa pesquisa e o processo de construção do próprio filme.
Classificação etária: 14 anos

SÁBADO | 23 de março

17h30:
Viva Cariri!, de Geraldo Sarno (Brasil, 1969. 36’)
Classificação etária: livre
Coronel Delmiro Gouveia, de Geraldo Sarno (Brasil, 1979. 90’)
A história é contada por quatro (talvez cinco) diferentes personagens-narradores: Eulina, Ulisses, Iona e Zé Pó (e talvez o personagem invisível que organiza os quatro relatos). Em cada narração, duas informações simultâneas, uma sobre Delmiro, outra sobre o personagem narrador, que se revela no tom que imprime à narração. A primeira parte da história, contada por Eulina, descreve Delmiro como um herói romântico, admirado em todo o Recife pela coragem de enfrentar os poderosos e de abrir um mercado para vender tudo a preços baixos. Depois, o Coronel Ulisses, o grande senhor de terras, mostra Delmiro como um homem de valentia, apesar da aparência frágil de jabuti de cidade. Em seguida, Iona, o sócio, o encarregado das contas, descreve Delmiro como um sonhador dominado por impulsos e ideias disparatadas. E finalmente Zé Pó, o retirante que empurrado pela miséria até a fábrica da Pedra, comenta a relação entre o trabalhador e os donos da fábrica para concluir que o erro de Delmiro foi ter procurado fazer tudo sozinho. O quinto e invisível narrador, o que monta os depoimentos, nos fala do país da primeira metade do século 20, do tempo em que Delmiro fundou a fábrica de linhas de costura na cidade que hoje tem o seu nome.
Classificação etária:

DOMINGO | 24 de março

17h30:
Vitalino Lampião, de Geraldo Sarno (Brasil, 1969. 9’)
Classificação etária: livre

Aruanda visto por Linduarte Noronha, de Geraldo Sarno (Brasil,1999. 26’)
Classificação etária: 10 anos
Por um cinema artesanal e do sentimento, de Geraldo Sarno (Brasil, 1998. 48’)
Classificação etária: 14 anos
50 minutos e 23 segundos com Júlio Bressane, de Geraldo Sarno(Brasil,1999. 51’)
O primeiro filme é um documentário com o artista popular Manoel Vitalino Filho; mostra como ele prepara uma figura de barro de Lampião, em continuidade ao estilo criado por seu pai. Na observação do trabalho de Vitalino, o filme documenta ao mesmo tempo a criatividade do ceramista e a criação do mito do cangaço. Os outros três filmes fazem parte da série de conversas sobre o mecanismo da criação cinematográfica A Linguagem do Cinema. Linduarte Noronha conta os desafios enfrentados para realizar Aruanda. Reichenbach reafirma sua crença num cinema carregado de sentimentos e feito com meios artesanais e Júlio Bressane, num plano contínuo, sem cortes, divide a tela entre comentários e fragmentos de seus filmes.
Classificação etária: 14 anos

TERÇA | 26 de março

17h30:
Uma conversa sobre David Neves, de Geraldo Sarno (Brasil, 2001, 47’)
Classificação etária: 16 anos
O realizador vai à luta, de Geraldo Sarno (Brasil, 2000, 45’)
Classificação etária: 16 anos
Eu carrego um sertão dentro de mim, de Geraldo Sarno (Brasil, 1980. 14’)
Os dois primeiros filmes fazem parte da série A Linguagem do Cinema. O primeiro, uma introdução aos filmes de David Neves; o segundo, acompanha Murilo Salles enquanto ele explica como gostaria de ver fórmulas de estímulo a produções que privilegiassem a qualidade. O terceiro filme do programa é um documentário poético sobre o sertão com um título tirado de uma frase de Guimarães Rosa.
Classificação etária: livre

QUARTA | 27 de março

17h30:
Viramundo, de Geraldo Sarno (Brasil, 1965. 36’)
Classificação etária: livre
Enciclopédia visual da cultura popular - 1, de Geraldo Sarno (Brasil, 1970.80’)
Primeiro, o clássico documentário sobre a chegada e adaptação dos migrantes nordestinos a São Paulo, os viramundos expulsos do campo pela seca e pela estrutura fundiária de 1965. Depois, sete filmes sobre a cultura popular do Nordeste realizados quatro anos mais tarde: Os imaginários, Jornal do sertão, Vitalino Lampião, O engenho, A cantoria, Casa de farinha Padre Cícero – os ceramistas, os gravadores, os poetas e cantadores, a produção de farinha de mandioca, os fazedores de imagens e a religiosidade popular em torno do mito do padre Cícero, um conjunto que o realizador define como uma enciclopédia visual da cultura popular.
Classificação etária: livre

QUINTA | 28 de março

17h30:
Ilha das Flores visto por Jorge Furtado, de Geraldo Sarno (Brasil, 1999.26’)
Classificação etária: 10 anos
O baile pernambucano, de Geraldo Sarno (Brasil, 1999. 50’)
Classificação etária: 12 anos

A construção do filme em torno de uma imagem, de Geraldo Sarno(Brasil, 1999. 50’).
Três filmes da série A Linguagem do Cinema. No primeiro, Jorge Furtado fala do cinema documentário e da realização de seu Ilha das Flores. No segundo, Paulo Caldas e Marcelo Luna comentam as sucessivas gerações de cineastas pernambucanos e de sua experiência na ficção, O baile perfumado, co-direção de Lírio Ferreira, e no documentário, O rap do pequeno príncipe contra as almas sebosas. No terceiro, Walter Salles e Daniela Thomaz falam da importância da imagem na elaboração dramatúrgica de um filme, tomando como exemplos, em especial, Terra estrangeiraO primeiro dia Central do Brasil.
Classificação etária: 12 anos

SEXTA | 29 de março

17h30: O último romance de Balzac, de Geraldo Sarno (Brasil, 2010. 74’)
Em 1965, Waldo Vieira, médico, médium espírita que trabalhava próximo a Chico Xavier, psicografa o romance “Cristo espera por ti”, ditado pelo espírito do escritor francês Honoré de Balzac. Muitos anos depois, o livro cai nas mãos do psicólogo Osmar Ramos Filho, recém chegado da Universidade Louvain, na Bélgica, que lhe dedica 10 anos de estudos, ao final dos quais escreve e publica um livro com o resultado de suas pesquisas: O Avesso de um Balzac Contemporâneo – Arqueologia de um Pasticho. Essa é a história contada em O último romance de Balzac (prêmio especial do Juri em Gramado, 2010) para compor uma reflexão sobre o processo de criação. Sarno diz que “um possível subtítulo para esse filme seria A palavra e a imagem. É sabido que o Balzac dava primazia à imagem, inclusive por sua aproximação da pintura. Tanto que o Osmar, a partir do livro psicografado, identifica um quadro do século 17, feito pelo pintor holandês Paul Potter, mais ou menos contemporâneo de Rembrandt. Osmar, depois de levantar a história do quadro, fez uma análise entre a pintura e a A pele de onagro (La peau de chagrin), escrito por Balzac em 1831, algo absolutamente original e, aparentemente, nunca realizado por nenhum estudioso de Balzac”.
Classificação etária: 12 anos

SÁBADO | 30 de março

16h: Espaço e tempo no cinema de Ruy Guerra, de Geraldo Sarno (1999.55’)
Filme integrante da série A linguagem do cinema. Ruy Guerra repensa a sua trajetória de cineasta em ordem inversa da realização, partindo de Estorvo em direção a Os cafajestes.
Classificação etária: 14 anos

17h: A linguagem do cinema: debate com Geraldo Sarno (entrada franca)

19h: Ana Carolina no país do cinema, de Geraldo Sarno (Brasil, 1998. 47’)
Filme integrante da série A linguagem do cinema. Uma conversa sobre a relação visceral de Ana Carolina com a expressão cinematográfica.
Classificação etária: 14 anos

DOMINGO | 31 de março

17h30:
Introdução (Brasil, 2010. 4’), de Geraldo Sarno
A imagem cinematográfica e o artista plástico Hélio de Oliveira, de Geraldo Sarno (Brasil, 2010. 90’)
Pesquisa e roteiro filmado para a realização de um documentário sobre o artista plástico baiano e Assobá do terreiro do Ogunjá, Hélio de Oliveira (1929-1962). Depoimentos da irmã, D. Edna, e dos sobrinhos do artista, Gilmar e Itamar, e também de Ângelo Roberto, Humberto Gato, Cid Teixeira, Juarez Paraíso, Orlando Senna, Santo Scaldaferri, Vivaldo Costa Lima e de Mãe Filhinha.
Classificação etária:

TERÇA | 2 de abril

17h30: Diálogo, de Geraldo Sarno (Brasil, 2010. 50’)
Classificação etária:

19h30: Tudo isto me parece um sonho, de Geraldo Sarno (Brasil. 2008. 146')
Classificação etária: 14 anos

QUARTA | 3 de abril

14h: Deus é um fogo, de Geraldo Sarno (Brasil. 1985. 80')
Classificação etária: 12 anos

16h: Segunda-feira, de Geraldo Sarno (Brasil, 1974. 10').
        Iaô, de Geraldo Sarno ( Brasil, 1976. 70')
Classificação etária: 12 anos

QUINTA | 4 de abril

17h30: O baile pernambucano, de Geraldo Sarno (Brasil, 1999. 50’)
Classificação etária: 12 anos

18h45: Ilha das Flores visto por Jorge Furtado, de Geraldo Sarno (Brasil, 1999. 26’)
Classificação etária: 10 anos
50 minutos e 23 segundos com Júlio Bressane, de Geraldo Sarno (Brasil,1999. 51’Classificação etária: 14 anos

20h: O último romance de Balzac, de Geraldo Sarno (Brasil, 2010. 74’)
Classificação etária: 12 anos

SEXTA | 5 de abril

14h: A construção do filme em torno de uma imagem, de Geraldo Sarno (Brasil, 1999. 50’).
Classificação etária: 12 anos

15h15: Deus é um fogo, de Geraldo Sarno (Brasil, 1985. 80')
Classificação etária: 12 anos

17h: A terra queima, de Geraldo Sarno ( Brasil, 1984. 40')

18h: Segunda-feira, de Geraldo Sarno (Brasil, 1974. 10').
        Iaô, de Geraldo Sarno ( Brasil, 1976. 70')
Classificação etária: 12 anos

20h: O último romance de Balzac, de Geraldo Sarno (Brasil, 2010. 74’)
Classificação etária: 12 anos