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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Smart City Expo Curitiba 2019

Área de exposição terá acesso gratuito e são esperadas mais de 6 mil pessoas 

Estão abertas as inscrições para o Smart City Expo Curitiba 2019, segunda edição brasileira do maior evento sobre cidades inteligentes do mundo, que ocorre em Curitiba, no Expo Barigüi, nos dias 21 e 22 de março.
Os participantes terão acesso gratuito à área da feira após fazerem o cadastro no site. Já para a área de congresso, é necessário realizar a inscrição e a compra do passaporte para os dois dias.

A expectativa para a edição de 2019 é de receber mais de 6 mil pessoas, representantes de 80 cidades brasileiras e de 25 cidades do exterior. O evento terá quatro temáticas principais: viabilizando tecnologias para cidades inteligentes; governança em cidades digitais; cidades criativas, sustentáveis e humanas; e planejando cidades inovadoras e inclusivas. 

Entre as novidades estão a duplicação da área de exposição com soluções para cidades inteligentes e a ampliação da área de congresso, que sediará mais mostras paralelas e terá capacidade para 1,6 mil pessoas. Outra novidade serão as rodadas de negócios destinadas a empresários e executivos das mais diversas áreas.

Assim como na primeira edição, as startups curitibanas poderão exibir suas soluções e produtos na Smart Plaza Vale do Pinhão, espaço destinado a promover o ecossistema de desenvolvimento da cidade. A parceria com a Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) também será mantida para receber prefeitos de todo o Brasil no evento.
O valor do primeiro lote de ingressos para o Congresso é de R$ 900 até o dia 31 de janeiro, de R$ 1200 entre os dias 1º e 20 de março e de R$ 1500 durante os dois dias do evento. Estudantes pagam meia entrada mediante comprovação.

Para realizar a inscrição e acessar a programação completa do Congresso acesse o site: https://www.smartcityexpocuritiba.com/.

Smart City Expo Curitiba 2018
A primeira edição do Smart City Expo reuniu 5 mil pessoas. Ao todo, estiveram presentes 84 palestrantes nacionais e internacionais, mais de 50 prefeitos de cidades de toda a América Latina e participantes de 25 países.
Além disso, 22 expositores dos setores público e privado também expuseram diversas soluções e tecnologias que podem transformar os serviços públicos e melhorar a qualidade de vida para a população. Mais de 80 startups curitibanas com projetos presentes no Vale do Pinhão, ecossistema de inovação da Prefeitura Municipal de Curitiba, também expuseram soluções e tecnologias que visam trazer melhorias para a qualidade de vida nas cidades e na modernização dos serviços públicos.

Sobre o Smart City Expo Curitiba

Essa será a segunda edição do evento chancelado pela FIRA Barcelona, consórcio público formado pela Prefeitura de Barcelona, Governo da Catalunha e Câmara de Comércio de Barcelona, e que é o organizador do Smart City Expo World Congress, maior evento do mundo sobre cidades inteligentes, que ocorre todo ano em Barcelona.

O iCities, empresa curitibana especializada em soluções para smart cities, é a responsável pela organização do evento em parceria com a Prefeitura Municipal de Curitiba.

Além da capital paranaense, também receberam edições regionais do Smart City Expo as cidades de Kyoto (Japão), Montreal (Canadá), Puebla (México), Casablanca (Marrocos), Istambul (Turquia), Bogotá (Colômbia) e Buenos Aires (Argentina).

Sobre o iCities

O iCities foi fundado em 2011 com a visão de um cenário em que as cidades têm um papel muito mais proativo no desenvolvimento da sociedade. Dentre os projetos de maior relevância estão a responsabilidade da vinda e organização do maior congresso do tema de smart cities de Barcelona para Curitiba - o Smart City Expo Curitiba -, o projeto de responsabilidade social iCities Kids, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, o Observatório Brasileiro de Cidades Inteligentes em São Francisco, na Califórnia (EUA), e as consultorias para municípios Smart Cities Brasil.

Quebrando Muros: Igualdade de Gênero nas Empresas em Debate

No Dia Internacional da Mulher, o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) promove debate sobre a igualdade de gênero no mundo corporativo.
Com o tema "Empresa, substantivo feminino", o debate será conduzido pela presidente do CEBDS, Marina Grossi, com a presença das CEOs Tania Cosentino, da Microsoft, e Teresa Vernaglia, da BRK Ambiental.
O debate é o primeiro de 2019 da série Quebrando Muros, projeto do CEBDS que leva às empresas discussões sobre sustentabilidade social e ambiental por meio de temas transversais a todas as áreas. O debate é aberto ao público em geral, com vagas presenciais limitadas e transmissão ao vivo pelo Facebook do CEBDS.
Inscreva-se aqui!
Quebrando Muros: empresa, substantivo feminino
Data: 8 de março
Horário: de 10h às 12h
Local: WeWork Nações Unidas – Av. das Nações Unidas, 14261, Vila Gertrudes, São Paulo-SP
Debatedoras: Tania Cosentino, CEO da Microsoft, e Teresa Vernaglia, CEO da BRK
Mediação: Marina Grossi, presidente do CEBDS

Ação da Cidadania e Universidade da Correria recebem doações pela tragédia das chuvas

A ONG Ação da Cidadania e a Universidade da Correria estão recebendo alimentos não perecíveis, material de limpeza, de higiene pessoal e roupas para doação aos desabrigados pelas chuvas da noite desta quarta-feira no Rio de Janeiro. O posto de doação é a sede da Ação da Cidadania, o armazém Docas Dom Pedro II, na Gamboa. ( av. Barão de Tefé, 75). As doações podem acontecer das 9h às 18h.
Sobre a Ação da Cidadania
Nasceu em 1993, fundada pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, formando uma imensa rede de mobilização de alcance nacional para ajudar 32 milhões de brasileiros que, segundo dados do Ipea, estavam abaixo da linha da pobreza.
Um movimento social que nasceu em 1993 baseado em um conceito simples: SOLIDARIEDADE, TODOS NÓS PODEMOS. Entre 1993 e 2005 foram arrecadadas 30.351 toneladas de alimentos em todo o Brasil, beneficiando 3.035.127 famílias. Entre 2006 e 2010 foram distribuídos 2.300.000 brinquedos e 500.000 livros em todo o país. Criada no auge do Movimento pela Ética na Política, a Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida se transformou no movimento social mais reconhecido do Brasil. Seu principal eixo de atuação é uma extensa rede de mobilização formada por comitês locais da sociedade civil organizada, em sua maioria compostos por lideranças comunitárias, mas com participação de todos os setores sociais.
Sobre a Universidade da Correria
A Universidade da Correria é uma escola e projeto social que atua na formação e capacitação de empreendedores. Atuamos com um conjunto de módulos de aprendizado focados em modelagem, prototipagem e implementação de negócios em territórios populares. Fundada em 2013 pelo educador e ativista social Anderson França, no complexo da maré, formou cerca de 4.300 empreendedores e atua hoje, no Rio de Janeiro, são Paulo e Lisboa. A agenda de cursos é disponibilizada na sua página oficial do Facebook https://www.facebook.com/UniCorre/.

3º. Congresso Nacional de Educação de Poços de Caldas

3º. Congresso Nacional de Educação de Poços de Caldas vai acontecer dias 06 e 07 de junho

"Eixos temáticos para submissão de trabalhos científicos já foram definidos”




Mais uma edição do Congresso Nacional de Educação de Poços de Caldas foi definida para acontecer na cidade nos dias 6 e 7 de junho de 2019, no Espaço Cultural da Urca. O Congresso lançado em 2016 veio para cobrir uma lacuna na área da Educação na cidade e na região e assim, proporcionar aos inúmeros educadores e profissionais da área, oportunidade de reciclagem de informações e conhecimentos através de palestras e palestrantes de alto nível. Dessa forma, surgiu o Congresso Nacional de Educação de Poços de Caldas, uma parceria entre a GSC Eventos e o IFSULDEMINAS– Campus Poços de Caldas, que juntos vem atualizando os profissionais com programação científica e abordagens extremamente atuais e pertinentes.  
Para 2019, os eixos temáticos para submissão de trabalhos científicos já estão definidos e a expectativa é que o número apresentado ultrapasse os 125 desse ano. Os participantes deverão desenvolver os trabalhos baseados nos seguintes eixos temáticos: Currículo, Metodologia e Práticas de Ensino Educação e Diversidade; Educação em espaços não formais; Educação Tecnológica e Profissional; Ética, direitos humanos e cidadania; Formação inicial, continuada e valorização dos profissionais de Educação; Fundamentos da Educação: História, Filosofia e Sociologia da Educação; Gestão Educacional democrática e avaliação; Integração entre educação e mundo do trabalho; Sistemas de educação e políticas públicas; Tecnologias de Informação e Comunicação aplicadas à Educação.
O objetivo do congresso é promover uma grande discussão em torno da educação no Brasil atual, o rumo que devemos dar a questão e o que todos podem fazer para a melhoria na Educação nas mais variadas esferas. O Congresso Nacional de Educação de Poços de Caldas quer unir acadêmicos, educadores e gestores educacionais, estudantes e possibilitar a integração entre eles em um processo de reflexão e atualização sobre temas e desafios contemporâneos da educação, recebendo convidados de renome para discutir variados assuntos de interesse da área da Educação.
As inscrições serão abertas no dia 29 de janeiro para participantes e para quem vai apresentar trabalhos científicos e a data de encerramento para submissão dos trabalhos será 14 de abril. As normas para submissão e o modelo do trabalhoja estão disponíveis no site do evento para consulta e download . O evento contará com uma vasta programação de palestras, debates e minicursos referentes às diversas vertentes da educação com convidados de renome nacional e internacional. Para mais informações acesse o site  www.educacaopocos.com.br ou ligue (35) 3697-1551. O congresso é uma realização da GSC Eventos Especiais em parceria com o IFSULDEMINAS Campus Poços de Caldas.

Inteligência Relacional

Adriana Pina, diretora executiva do BNI Rio de Janeiro, dá dicas sobre como conquistar em quatro passos
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inteligência relacional (Divulgação)
inteligência relacional
(Divulgação)

Não é de hoje que empresários e líderes perceberam que para ter um bom desenvolvimento profissional, é preciso ter uma inteligência relacional. O termo, que pode ser novidade para muitos, trata-se da capacidade de o ser humano lidar consigo mesmo, reconhecendo e respeitando suas qualidades. O que muitos não sabem é como conquistá-la.
Para Adriana Pina, diretora executiva do Business Network International do Rio de Janeiro (BNI RJ) e especialista em gestão estratégica de mercado, é preciso liderar a si mesmo em primeiro lugar, para depois poder conquistar a inteligência relacional. “A menor equipe e a mais importante que devemos liderar é a nós mesmos”, enfatiza a especialista.
Pensando nisso, a diretora do BNI RJ separou quatro dicas para ajudar a conquistar a sua inteligência relacional:

1 – Conheça a sua própria cabeça e sentimentos
Tome as primeiras decisões sozinhas. Descubra como atingir o que quer, sem deixar de fazer o que é correto. E sempre faça isso com humildade e mente aberta, porque só assim é possível chegar a uma fórmula adequada. É importante ser claro a respeito dos próprios princípios, porque eles afetarão todos os aspectos da sua vida, diversas vezes ao dia.
2 – Givers Gain! 
“A maneira de construir um negócio é ajudando outras pessoas a desenvolver seus negócios”. Essa lógica é auto evidente, é a base de uma ética universal, comum a todas as religiões, um imperativo de justiça subjacente a moral de todas as culturas – A lei da reciprocidade.
3 – Absorva diferentes opiniões
Seja radicalmente transparente e tenha a mente aberta – Nenhum de nós nasce sabendo o que é certo; temos que descobrir por conta própria ou acreditar nos outros e seguir suas ideias. A chave é saber qual o caminho dará melhores resultados.
4 – Networking 
Aprenda a desenvolver confiança com as pessoas, a qualidade é melhor do que a quantidade. Não conseguimos fazer gestão de tantas pessoas com qualidade. A confiança causa impacto sobre os lucros e quando a confiança aumenta, a agilidade organizacional faz o mesmo. O aumento da confiança verdadeiramente produz resultados melhores, a custo menor e mais rapidamente.

Ceensp debateu saúde coletiva em diálogo com as epistemologias do Sul

No dia 30/1, o Núcleo de Ecologias, Epistemologias e Promoção Emancipatória da Saúde da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Neepes/ENSP/Fiocruz) promoveu a primeira sessão de 2019 do Centro de Estudos Miguel Murat de Vasconcellos da ENSP (Ceensp). A atividade aconteceu na sala 410 da ENSP e fez parte da segunda edição do curso de verão Saúde Coletiva em Diálogo com as epistemologias do Sul, apoiado pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública. “ Começamos o ano letivo um pouco mais cedo. Diante de tudo o que está acontecendo, se faz necessário”, comentou a vice-diretora de Pesquisa e Inovação, Sheila Mendonça. 
 
O diretor da ENSP, Hermano Castro, que, em 1º de fevereiro, esteve presente em atividade do curso, organizado pelo Neepes, afirmou sua importância nesse contexto de sofrimento causado nas populações ribeirinhas, indígenas, por crimes ambientais, disputas de terra. “Esses povos tradicionais estão completamente abandonados, desprotegidos neste momento. Precisamos aprender, por meio desse curso, como nos descolonizar. Vivemos, recentemente, o processo de uma disputa da colonização. Nós vimos brasileiros levantando bandeiras dos colonizadores”, finalizou.     
 
O coordenador do Núcleo de Ecologias, Epistemologias e Promoção Emancipatória da Saúde (Neepes/ENSP/Fiocruz) e do curso de Saúde Coletiva, Marcelo Firpo, ressaltou a importância tanto do curso como do Ceensp em promover cada vez mais as abordagens pós-coloniais e a forma alternativa de pensamento, podendo assim perceber uma transformação de conhecimento no ser humano. “Várias pessoas que estão fazendo o curso intensificaram, por diversas vezes, essas abordagens. Quando entram numa forma alternativa de pensamento, parece que o outro e nós, também, nos transformamos, criando um sentido de responsabilidade e capacidade de pensar a realidade. É justamente isso que queremos trazer para a saúde coletiva”. A sessão do Ceensp contou com duas mesas-redondas, pela manhã e à tarde.
 
Inspirações e desafios epistemológicos: saúde e ambiente, saúde do trabalhador e vigilância em (da) saúde  
 
Dando início às palestras, o pesquisador e investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, Bruno Sena Martins, fez um breve relato sobre o contexto histórico relacionado às Epistemologias do Sul. “Isso é uma metáfora de um sofrimento injusto causado pelo capitalismo, colonialismo e pelo poder, tendo uma dimensão histórica que se alimenta de um pensamento hierárquico de metrópoles e territórios coloniais”, explicou o pesquisador.
 
As construções de todo esse pensamento são baseadas nas experiências consideradas primordiais no que diz respeito à polarização das Epistemologias do Sul. Ela tem a capacidade de mudar nosso lugar de pensar e nos inspirar para assimilar a transcrição social do mundo. “Quando dizemos que somos utópicos, não quero dizer que acreditamos num mundo que nada tem a ver com este; somos utópicos porque somos idealistas. E isso nos faz lutar contra as injustiças”, salientou Bruno.
 
 Para o estudo da Epistemologia, as compreensões das linhas abissais são fundamentais. Linhas abissais são mais ou menos visíveis, que separam a função de invisibilidade e não existência, dividindo o mundo em países desenvolvidos e subdesenvolvidos. Seguindo essa linha de pensamento, o pesquisador cita o pensamento pós-abissal, um pensamento que não seja marcado pelas estruturas de desigualdade, que não exista uma hierarquização dos saberes. “Criar espaços de conhecimentos que foram impedidos pelas linhas abissais, procurar que nossas práticas sociais sejam capazes de transforma aquilo que é inexistência e invisibilidade em conhecimento e visibilidade”, concluiu Bruno. 
 
Para construir conhecimento cultural, entender o pensamento considerado diferente do nosso, é fundamental, e por isso importante, conhecer as Epistemologias do Norte, os poderes exercidos para a construção do novo pensamento. Não existe apenas uma forma de conhecimento. Outro ponto importante é trabalhar o lugar de fala, que tem a ver com o lugar de onde viemos e o que fazemos. “Essas experiências são primordiais para as epistemologias do Sul polarizar. Ela tem a capacidade de nos fazer pensar”, alertou o pesquisador. 
 
A vigilância em saúde e descolonização do saber – vigilância civil da saúde foi o tema abordado pelo pesquisador da ENSP Gil Sevalho, que traçou um panorama histórico da saúde pública no Brasil, apresentando uma breve trajetória do campo da vigilância em saúde. Para ele, o modelo atual de vigilância, apesar de consagrado internacionalmente como eficaz, é de forma clara caracterizado pela perspectiva de força, domínio, assim como são as expressões usadas na vigilância epidemiológica, em que predomina o autoritarismo nesse tipo de medida prescritiva. 
 
Sobre a descolonização do saber, Sevalho considerou a importância do tempo irreversível em nossas vidas e no fazer científico. “Essa perspectiva de tempo vai estar em constante mudança, do mesmo modo que o conceito de cultura, mas entra em choque com o determinismo da ciência.” 
 
De acordo com Sevalho, a vigilância civil surgiu como alternativa ao monitoramento civil dos serviços de saúde, em que a ideia era desenvolver um acervo que fosse criado pelas pessoas envolvidas na saúde. “Perceberam que existia uma diferença de línguas entre profissionais de saúde e de população; então, eles colocaram a população para atuar junto com os profissionais, o que ficou conhecido como 'função compartilhada do conhecimento'”. Essa ação foi também conceituada 'produção do terceiro conhecimento', já que não eram conhecimentos específicos de profissionais nem da população, pois o que se produzia era outro saber. Também posta em ação, outra prática foi a ouvidoria coletiva, que se diferencia pelo fato de ter lideranças locais identificadas para desenvolver sistema de vigilância.  
O pesquisador finalizou sua palestra abordando a importância das práticas contra-hegemônicas, uma contraposição à colonização do saber e a importância da ideia da tradução cultural para entender e restaurar a questão da saúde. 
 
 
 
 
 
Reflexões sobre Pics, saúde mental e populações em situação de rua
 
Na parte da tarde, a mesa Inspirações e desafios epistemológicos: saúde mental, terapias integrativas e complementares e população em situação de rua, coordenada pelo professor da Universidade de Coimbra, João Arriscado Nunes, contou com as participações do professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Charles Tessar; dos pesquisadores da ENSP/Fiocruz Paulo Duarte Amarante e Roberta Gondim. 
 
Durante o debate, o professor João Arriscado destacou a pluralidade da mesa e as diferentes formas que os expositores problematizaram a linha abissal e a divisão entre uma sociedade mais protegida em contraposição às periferias, expostas a todo tipo de violência. “A linha invisível que separa as zonas ditas civilizadas, aquelas que têm direitos, das zonas de exclusão, onde habitam as populações indígenas, quilombolas, ribeirinhas, que são tratadas como descartáveis”, constatou.
 
Já o médico e professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Charles Tessar, apresentou um histórico das Práticas Integrativas e Complementares (PICs) e suas diversas nomenclaturas ao longo do tempo. Tessar observou certa tendência da literatura médica a não considerar as PICs como parte de uma prática consagrada na ciência biomédica. Assim como Arriscado, Tessar utilizou a analogia do conceito de linha abissal do sociólogo Boaventura de Souza Santos para a reflexão sobre essas atividades: “O que está do lado de lá – a própria definição já remete um pouco às linhas abissais –  é o que não está legitimado pela sociedade, pela academia e pela ciência, pelas profissões da saúde”, afirmou Tessar. 
 
Em sua apresentação, a pesquisadora da ENSP/Fiocruz Roberta Gondim apontou a invisibilidade da população em situação de rua na sociedade. Nesse contexto, refletiu sobre a produção da academia no campo e de como uma postura, na maioria das vezes, distanciada do pesquisador pode afetar a pesquisa (o trabalho, a investigação).  “Eu compartilho a ideia de que campo não é algo fora de mim, não é algo fora daquilo que eu entendo como produção de realidade, e sim como parte constitutiva de uma certa historicidade da qual eu sou partícipe.”
 
Gondim ressaltou ainda que a academia precisa entender que não está estudando alguém que está fora do mundo, mas, sim, escrevendo sobre alguém que tem um nome, um corpo, uma história. “Não falo em pessoas em situação de rua em generalidade, eu trago um sujeito que incorpora processos políticos, processos sociais e processos subjetivos importantes para a gente pensar no nível de um estudo não extrativista.”
 
Na ocasião, o pesquisador Paulo Amarante constatou que a aposta na medicalização é um dos grandes obstáculos à Reforma Psiquiátrica, uma forma de padronizar as pessoas, fazendo com que elas se adaptem à sociedade –  esta sim doente – , em vez de tentar transformá-la. Amarante lembrou da influência que a obra de Fanon exerceu em vários autores no Brasil: “Para Fanon, a questão não estava em terapia, nesse tratamento individual, e sim na transformação do mundo ”, argumentou.  
 
*Sob supervisão de Joyce Enzler

Paleoparasitologia, ciência na qual os mortos ensinam os vivos, celebra 40 anos

O Departamento de Endemias Samuel Pessoa da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Densp/ENSP) realizou seminário comemorativo dos 40 anos da Paleoparasitologia. Durante a celebração, houve a inauguração da Coleção Paleoparasitológica e de Fezes Recentes de Animais (CPFERA), institucionalizada pela Fiocruz em 2019, que passa a compor o acervo das grandes coleções institucionais. Para a pesquisadora da ENSP e curadora da Coleção Paleoparasitológica, Marcia Chame, por meio dessa iniciativa institucional, o material, testemunho de tempos pré-históricos, irrecuperável, ganha mais visibilidade e oferece a todos os pesquisadores oportunidade de desvendar novos segredos e descobertas. Todas as apresentações estão disponíveis no Canal da ENSP, no Youtube.


A Paleoparasitologia é a ciência que estuda a presença de parasitos em animais extintos e múmias pré-colombianas. O termo foi criado pelo pesquisador emérito da Fiocruz, Luiz Fernando Ferreira (in memoriam), reconhecido internacionalmente e lembrado de forma carinhosa e emocionada por todos aqueles que contribuíram para o crescimento do campo e estiveram presentes à atividade. Na ocasião, Marcia Chame ressaltou que a realização do evento foi, também, pessoal, pois se tratava de uma promessa feita ao professor Luiz Fernando, com quem ela dividiu sua vida profissional nos últimos quarenta anos.

Atualmente, a Paleoparasitologia permite que, além da identificação de parasitos, seja possível inferir como as mudanças ambientais, climáticas, hábitos alimentares e a biodiversidade alteram o curso das parasitoses e, com isso, pensar como estarão distribuídas e se manterão no futuro. “Assim, seguimos o lema da paleopatologia, ou seja, ‘os mortos ensinam os vivos’”, lembrou Marcia. De acordo com ela, o acúmulo de material de diversas origens, coletados pelo Grupo da ENSP ou doados por inúmeros arqueólogos e paleontólogos, permitiu reunir mais de 2.800 amostras de materiais pré-históricos e cerca de 6 mil amostras de fezes recentes, que servem como bases comparativas para os estudos e, também, entender como esses mesmos processos avançam com a aceleração das mudanças no presente.

“Em quatenta anos de estudos, encontramos numerosas coisas, o grupo cresceu. Formamos muitos alunos, estabelecemos diversas parcerias nacionais e internacionais, e um livro síntese foi ganhador do Prêmio Jabuti, em 2012, na categoria Ciências Naturais. Avançamos em novas metodologias de identificação para diferenciar os coprólitos humanos dos animais, encontramos ancilostomídeos que apoiaram as teorias transpacíficas das migrações humanas para as Américas, e avançamos na microscopia ótica, eletrônica e na identificação do DNA de parasitos, como os de Trypanosoma cruzi, e muitos outros”, comemorou ela.

Marcia Chame e Natalina Jordão, secretária de Luiz Fernando nas últimas quatro décadas, descerraram a placa da inauguração da Coleção Paleoparasitológica e de Fezes Recentes de Animais (CPFERA); Subcoleção de Coprólitos e Material Paleoparasitológico Luiz Fernando Ferreira; e Subcoleção de Fezes Recentes de Animais.

Sobre a coleção de coprólitos e material paleoparasitológico

A coleção, criada em 1978 por Luiz Fernando Ferreira, objetiva preservar os materiais biológicos, arqueológicos, paleontológicos e sedimentológicos, testemunhos de épocas antigas; apoiar estudos, pesquisas, eventos científicos e a formação de pessoas que utilizam o acervo da coleção, além de divulgar e difundir conhecimento e informações da Paleoparasitologia e áreas correlatas.

Atualmente, ela possui 2.977 lotes, sendo 57% das amostras de coprólitos, 24% de sedimentos de sítios arqueológicos, 3% de sedimentos de urnas funerárias e latrinas, 3% de cabelos e pelos, 3% de ossos e dentes, 3% de múmias e tecidos mumificados, além de material têxtil como tecidos e adornos de corpos mumificados e penas. Há, também, fragmentos vegetais, resina, entre outros, e amostras de origem humana, animal e vegetal. As mais antigas são do Triássico Médio, originárias de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. A coleção está localizada no Departamento de Endemias da ENSP, em uma sala exclusiva com temperatura e umidade adequadas para evitar proliferação de fungos e insetos.

Cerimônia de Abertura

A cerimônia de abertura contou com a participação do vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas, Rodrigo Correa, representando a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade; do diretor da ENSP, Hermano Castro; do coordenador da Estratégia Fiocruz 2030, Paulo Gadelha; do coordenador do Canal Saúde, Arlindo Fábio; e da pesquisadora Marcia Chame. Durante o evento, Arlindo Fábio fez um emocionante discurso em homenagem ao amigo Luiz Fernando Ferreira, patrono da Paleoparasitologia, refletindo sobre a falta que nos faz o professor e sempre contando suas belas histórias. Paulo Gadelha, discípulo número um de Luiz Fernando, segundo ele, ressaltou que o professor foi quem mais encarnou a alma de Manguinhos para os tempos contemporâneos. “A Paleoparasitologia e essa coleção são suas maiores histórias”, celebrou ele.

O diretor da ENSP, Hermano Castro, parabenizou a todos pela realização do evento e lembrou que Luiz Fernando e Adalto Araújo, pesquisador que esteve ao lado do "mestre" nas descobertas das últimas quatro décadas, foram diretores da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca e o quanto sua gestão contribuiu para o crescimento da Escola. “No contexto em que estamos vivendo, apresentar algo positivo e tão significante para a saúde pública é o que representa a Fiocruz”, destacou Hermano Castro. Por fim, o diretor da ENSP ressaltou a grande missão no trabalho dos últimos quarenta anos e o esforço da Escola para isso.

O vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas, Rodrigo Correa, mencionou a satisfação em celebrar os 40 anos da Paleoparasitologia com o recém reconhecimento institucional da Coleção Paleoparasitológica e de Fezes Recentes de Animais, inédita no Brasil. “Há um valor inestimável nessas coleções pela importância de manter a história da saúde pública e de tudo o que a Fiocruz desenvolve nos acervos institucionais. Hoje, a Paleoparasitogia é uma das grandes áreas de investigação no mundo, e a única coleção bem-estruturada que existe no Brasil e na América Latina é da Fiocruz.”

Um vídeo, produzido pelo Grupo de Paleoparasitologia da ENSP, foi exibido durante a comemoração e emocionou a todos ao lembrar a trajetória do professor Luiz Fernando Ferreira.

Veja, a seguir, o vídeo com o descerramento da placa de inauguração e a cerimônia de abertura do Seminário Comemorativo.
 




A trajetória da Paleoparasitologia

Dando continuidade ao evento, foi formada a Roda de Conversa ‘A Trajetória da Paleoparasitologia’, mediada pela pesquisadora Marcia Chame, que contou com a participação da vice-diretora de Pesquisa da ENSP, Sheila Mendonça de Souza, da pesquisadora do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Alena Mayo Iñiguez, e da pesquisadora da Fundação Museu do Homem Americano, Niéde Guidon, que enviou um vídeo.

A vide-diretora da ENSP, Sheila Mendonça, refletiu sobre a trajetória da Paleoparasitologia e lembrou que ela e outros colegas são parte de uma história viva. Segundo ela, com a expansão do campo, saímos da condição de periferia e nos afirmamos no cenário internacional. “A Paleoparasitologia, como grupo, se reforça dentro e fora do Brasil. A ENSP se tornou, ao longo desses quarenta anos, um Centro de Referência Internacional no tema”, reforçou ela.

A pesquisadora do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) Alena Mayo Iñiguez contou que, com ela, foi paixão a primeira vista em 1995. “Eu, imigrante cubana, estava fascinada pela possibilidade de trabalhar com o pai da Paleoparasitologia e professor ilustre Luiz Fernando Ferreira”, lembrou. De lá para cá, Alena continuou sua trajetória e deu grandes contribuições na área da Paleoparasitologia Molecular Patogenética para Doença de Chagas.

Confira, no vídeo abaixo, a mesa na íntegra.





O legado da Coleção de Paleoparasitologia

Encerrando o seminário comemorativo, foi realizada a Roda de Conversa ‘A Coleção de Paleoparasitologia: o legado’, cuja mediação esteve a cargo da assessora da Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB/Fiocruz), Manuela da Silva, e contou com a participação da pesquisadora do IOC/Fiocruz Delir Corrêa; da pesquisadora da Universidade Federal Fluminense (UFF) Daniela Leles; e da curadora da Coleção Paleoparasitológica e de Fezes de Animais Recentes, Marcia Chame.

A pesquisadora Delir Corrêa contou que Luiz Fernando criou o curso de pós-graduação na área e deu força para que o trabalho continuasse. “A continuidade é muito importante, e o reconhecimento da Fiocruz é fundamental para isso. A instituição é um suporte fundamental”, afirmou. A pesquisadora da UFF Daniela Leles falou brevemente sobre a utilidade da coleção e contou que, pessoalmente, vem usufruindo dela há quinze anos. Daniela destacou que, atualmente, a coleção está na sua melhor forma. “Com a institucionalização da coleção, todos saem ganhando”, frisou ela.

Ao mediar a Roda de Conversa, a assessora da Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas e coordenadora da Gestão das Coleções na Fiocruz, Manuela da Silva,  afirmou que, na estrutura organizacional das Coleções Biológicas da Fiocruz, essa  trigésima quinta coleção se encaixou como zoológica, pois é constituída por derivados de animais.

“É uma coleção que atendeu muito bem aos critérios de reconhecimento institucional e reforça a importância do depósito de material biológico. Nossos pesquisadores precisam saber que têm à disposição essa coleção e outras coleções biológicas que garantem a guarda do material que estudam e, portanto, podem depositá-los a fim de que, posteriormente, seja possível estudá-los em outras pesquisas”, concluiu Manuela



*Por Tatiane Vargas, com colaboração de Kath Lousada e Cristiane Boar,  ambas da Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB/Fiocruz).

Novo livro aborda origens da Lei Antiterrorismo no Brasil

Em 16 de março de 2016, a então presidente Dilma Rousseff sancionou a Lei 13.260/2016, mais conhecida como Lei Antiterrorismo. Mas afinal, por que o Brasil tem uma lei sobre esse assunto? A intrigante pergunta é respondida pelo pesquisador do Centro de Justiça e Sociedade (CJUS) da Escola de Direito do Rio de Janeiro (FGV Direito Rio), Guilherme France, que acaba de lançar o livro “As origens da Lei Antiterrorismo no Brasil”, pela editora Letramento.
Segundo o autor, desvendar as origens dessa lei exige olhar para além das fronteiras brasileiras, mas reconhecer também que foram as experiências históricas domésticas dos últimos 50 anos que determinaram como as normas internacionais antiterrorismo seriam transplantadas para o ordenamento brasileiro.
As origens dessa legislação também dizem muito sobre a relação do Estado com os movimentos sociais e reivindicatórios e sobre as disputas políticas entre órgãos como Ministério da Justiça, Forças Armadas, Polícia Federal e Ministério Público. Evidenciam ainda os trancos e barrancos do processo legislativo no Congresso Nacional.
Esta importante narrativa, que tem origem na dissertação de mestrado do autor na Escola de Ciências Sociais (FGV CPDOC), foi construída a partir de dezenas de documentos inéditos e entrevistas com figuras-chave do processo legislativo que gerou a Lei Antiterrorismo, objetivando esclarecer não só porque essa lei surgiu, mas quais suas implicações para o futuro do país.
Para mais informações sobre o livro, acesse o site.

MARINHA DO BRASIL CELEBRA OS 211 ANOS DO CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS

Para celebrar os 211 anos do Corpo de Fuzileiros Navais, a Marinha do Brasil irá promover, na quinta-feira, 7 de março, às 10h, uma cerimônia militar na histórica Fortaleza de São José da Ilha das Cobras, no Centro do Rio.
A solenidade será presidida pelo Ministro de Estado da Defesa, Fernando Azevedo, e contará com a presença do Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Ilques Barbosa Junior; do Comandante do Exército, General de Exército Edson Leal Pujol; e do Comandante da Força Aérea Brasileira, Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez; entre outras autoridades civis e militares.
          A cerimônia marca também a entrega da medalha Mérito Anfíbio, em reconhecimento aos militares que, em exercícios e operações, distinguiram-se pela exemplar dedicação e pelo aprimoramento de sua condição de combatente anfíbio. No evento, será homenageado, ainda, o Cabo Fuzileiro Naval de InfantariaGilmário Alerson da Silva Lima, eleito Fuzileiro Padrão 2018.

Serviço:
Cerimônia alusiva aos 211 anos do Corpo de Fuzileiros Navais
Data: Quinta-feira, 7 de março
Horário: 10h (início da cerimônia)
Local: Fortaleza de São José da Ilha das Cobras – Centro - RJ

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

FGV promove 3º Fórum de Educação Executiva em Brasília

A FGV IDE - Educação Executiva promove, em Brasília, um ciclo de palestras para abordar temas de diferentes áreas do conhecimento durante o 3º Fórum de Educação Executiva. Os encontros, que acontecem entre 11 e 22 de março na FGV Brasília (SGAN Av. L2 Norte – Quadra 602, Módulos A, B e C – Asa Norte/DF), reunirão professores, consultores e líderes de organizações para discutir e refletir sobre questões que têm pautado as principais discussões socioeconômicas da atualidade.
A palestra de abertura, dia 11 de março, terá como tema “Compliance como Instrumento de Combate à Corrupção”. A apresentação será do advogado e professor da Escola de Direito do Rio de Janeiro (FGV Direito Rio), Cláudio Carneiro Bezerra Pinto Coelho, que abordará a origem internacional desse conjunto de controles e a sua implementação no Brasil, sua aplicação nas esferas privada e pública, quais as convergência e divergências, entre outras questões relacionadas ao assunto.
Além do tema Compliance, os interessados poderão participar também de discussões sobre: Impactos da Revolução Tecnológica no Mundo do Trabalho; Planejamento, Governança e Orçamento Público; Digital em 2019 – Prognósticos, Estratégias e Táticas; Regulação da Infraestrutura no Brasil; Gestão de Processos: Um Desafio Permanente para os Gestores; Técnicas de Valuation Aplicadas à Operações de Fusões e Aquisições; Ativismo Internacional e Defesa dos Direitos Humanos; e Tendência e Obstáculos à Inovação.
Segundo o superintendente da FGV Educação Executiva DF, Sirley Camilo da Silva, os organizadores do Fórum escolhem os temas a serem abordados, assim como os convidados para as palestras, a partir da observação do mercado, tanto do contexto nacional como local.
“Os temas têm relação também com os MBAs que estão sendo ofertados pela FGV, que está atenta à vocação do mercado de trabalho de Brasília. É uma oportunidade para se ter acesso a palestras gratuitas – apresentadas por especialistas que são referência em suas áreas – e para se atualizar sobre as principais questões socioeconômicas do mercado de trabalho”, afirma.
Ao todo, serão nove palestras gratuitas entre os dias 11 a 22 de março, sempre a partir das 19h. Para mais informações sobre a programação e inscrições, acesse o site.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Seminário Conjunto da Academia Brasileira de Ciências e Academia Nacional de Engenharia sobre Segurança de Barragens de Rejeitos – Parte 1 (RJ)

Instados pelo Ministério de Minas e Energia, a Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a Academia Nacional de Engenharia (ANE) resolveram organizar um seminário para debater aspectos científicos e tecnológicos relacionados à Segurança de Barragens de Rejeitos. Tal iniciativa teve por motivação o rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho, menos de três anos após desastre semelhante ocorrido em Mariana.
Esse seminário será dividido em duas etapas. A primeira, a ser realizada na sede da ABC, no Rio de Janeiro, em 19 de março de 2019, terá como focos aspectos de engenharia, segurança, legislação e fiscalização. A segunda etapa, a ser realizada na UFMG, em Belo Horizonte, em 3 de abril próximo, discutirá os impactos da tragédia na saúde e na qualidade de vida das comunidades que vivem no entorno destas barragens.

O evento é gratuito e aberto ao público em geral, mediante inscrição.  Sujeito à lotação do auditório.
Haverá também transmissão ao vivo através da página da ABC no Facebook.


ServiçoData: 19 de março de 2019
Horário: 9h30 às 16h
Coordenação: Edson Watanabe
Informações: barragens@abc.org.br. Tel: (21) 3907-8145.
Página do Encontro Oficial no Facebook: Evento
Local: Academia Brasileira de Ciências. Rua Anfilófio de Carvalho, 29. 3º andar. Rio de Janeiro – RJ. Cep.: 20030-060.

Ex-presidente do BC, Armínio Fraga palestra sobre economia brasileira na FGV

A FGV Educação Executiva recebeu, no dia 20 de fevereiro, o economista Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, para palestra sobre o tema “Economia Brasileira em Perspectiva Internacional”. O evento discutiu as perspectivas da economia brasileira no cenário internacional e  contou com a participação de João Barroso, diretor de Educação Executiva da FGV RJ e BSB e do Coordenador do MBA em Relações Internacionais, oferecido no Rio e Brasília, professor Oliver Stuenkel.
Em sua apresentação, Armínio Fraga abordou as escolhas de política econômica  feitas pelo Brasil  a partir da segunda metade do século XX e suas consequências. Ele lembrou a reunião de Breton Woods, ao término da Segunda Guerra, que culminou na criação do padrão-ouro e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
“Foi um momento propício (para o Brasil) para aceleração do crescimento, pois foi uma fase de industrialização, que tipicamente se cresce mais, de capitalização da economia. Mas o Brasil fez uma opção àquela altura, que era comum na região, por um caminho mais fechado. Ou seja, o Brasil se industrializou, mas foi uma industrialização para dentro, um modelo de substituição de importações diferente do que foi depois a escolha asiática”, destacou.
Ele acrescentou que a adoção desse modelo, do ponto de vista monetário e cambial, foi marcada pelo forte controle do câmbio e que foi desenhado com enorme ênfase em empresas e bancos públicos. Fraga citou a forte participação estatal nas mais diversas áreas da economia, como energia, telecomunicações, mineração, bancário, dentre outros.
O economista também comparou a situação econômica brasileira com a da Coreia do Sul. Nos anos 1960, a renda per capita do país asiático era praticamente a metade da verificada no Brasil. 50 anos depois, os coreanos têm rendimentos médios que chegam praticamente ao dobro  dos brasileiros.
“O que a Coreia fez? Em primeiro lugar, se educaram. A escolaridade média na Coreia é altíssima, chega a 14 anos. A nossa, bem mais baixa, deve estar se aproximando de nove. A qualidade da educação coreana é boa, enquanto a nossa deixa muito a desejar. Além disso, a Coreia poupou e investiu mais de 30% de seu PIB. Nós poucas vezes passamos de 20%. Aí não tem jeito, sem educar e sem investir ninguém cresce. Sem integrar com o mundo, menos ainda”, alertou.
Fraga também mencionou a crise recente, que envolveu aspectos econômicos, políticos, sociais e de valores. Ele falou também sobre o atual sistema político brasileiro, amplamente fragmentado e polarizado, mas que também carece de visão de futuro e de longo prazo.
Por fim, o ex-presidente do BC falou sobre o desafio de se promover um ajuste fiscal de grande magnitude e de qualidade. Segundo sua análise, as contas do governo federal estão péssimas, os estados também demonstram uma fragilidade extrema, exigindo cuidados urgentes.
“Nós deveríamos fazer um ajuste de pelo menos 5% do PIB. Para não fazer um ajuste desses, nós vamos ter que compensar com muita qualidade na formulação da política econômica e na construção de instituições. O quadro é dramático. Se nós somarmos, aqui no Brasil, a folha de pagamentos do governo como um todo, nós vamos ter aproximadamente 13,5% do PIB. Se somarmos esse número ao custo da Previdência no Brasil, privada e pública, nós temos mais 14,5%. O Brasil ainda é um país novo e gasta mais com previdência que países considerados velhos. Somados, dão 28%. Comparando com Chile, México e Colômbia, eles gastam de 8 a 10 pontos a menos que o Brasil”, alerta.
Além dessa questão, ele defendeu a criação de uma agenda de reformas para aumentar a produtividade no Brasil. Segundo sua análise, a atual infraestrutura do país é sofrível e é um aspecto chave para o país se integrar de forma mais satisfatória.
“Uma parte do problema está aí. Precisamos também revisar alguns aspectos das regras trabalhistas e o sistema tributário. Eu incluiria aqui, dando uma ênfase que desapareceu com o governo atual, infelizmente, o lado social e distributivo. O Brasil tem um bolsa-empresário de 7% do PIB, o que não faz o menor sentido. Empresariado bom não quer isso, ele quer uma economia arrumada, sistema tributário limpinho, simples. Mas aí nós temos uma economia toda engatilhada. Essa é uma área que precisa de atenção e o primeiro de qualquer lista seria eliminar esses subsídios indevidos”, defendeu.