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terça-feira, 17 de maio de 2011

Exposição Daniel Senise 2892

Mostra “2892” exibe obras inéditas do artista, uma das quais iniciada em 1993
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Setenta lençóis brancos impregnados de memórias compõem uma das obras de Daniel Senise que estão sendo exibidas na Casa França-Brasil,  do dia 14 de maio até 10 de julho. A mostra “2892” ocupará todos os espaços da instituição, inclusive o cofre, que abrigará “Crucifixão”, trabalho realizado pelo artista a partir de páginas de livros de arte provenientes de edições da década de 1950. Vinculada à Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, a Casa França-Brasil tem se notabilizado por apresentar mostras de arte contemporânea de grande impacto, promovendo a contemplação, a reflexão e a interatividade do público de todas as idades.
A exposição “2892”, de Daniel Senise, exibirá três conjuntos de obras – duas das quais inéditas – que se relacionam e tratam de temáticas recorrentes no trabalho do artista, além da obra que ocupará o cofre. O primeiro conjunto teve sua produção iniciada em 1993, quando Senise doou lençóis brancos ao Instituto Nacional do Câncer e a um motel da cidade do Rio de Janeiro. Os lençóis foram utilizados por 2892 pessoas, daí o nome da exposição – e devolvidos ao final de sua vida útil. Dezoito anos depois, o material será apresentado pela primeira vez.
Os setenta lençóis ocuparão o salão principal da casa França-Brasil, em duas paredes: de um lado, os de motel, “branco 2430”; do outro, os do hospital, “branco 462”, criando um imenso corredor, no qual o espectador se encontrará imerso em memórias. O conjunto desses trabalhos compõe um questionamento da linguagem pictórica contemporânea, a partir de lugares visitados constantemente pelo artista: a memória, o registro, o resíduo, a ausência.
Nas outras duas salas, Daniel Senise vai exibir duas séries de trabalhos. A primeira sala abrigará a série “Mil”, em que o artista executa telas com tijolos feitos com papel oriundo de material expositivo, como folders, catálogos e convites. Com esta operação, Senise recoloca esses materiais no circuito da arte, assumindo-os como seus tijolos, seu fundamento. A segunda série, “Silvio Romero, 34”, se constitui de fotografias do ateliê do artista – levadas de volta ao espaço do ateliê e colocadas no chão, para que fossem impressas com as marcas do uso. Dessa forma a obra tornou-se, também, parte do espaço de seu local de trabalho, exibindo pegadas, manchas e detritos em sua superfície.
A mostra de Senise ocupará ainda o espaço do antigo cofre da Casa França-Brasil, que vinha sendo utilizado em mostras paralelas às grandes exposições. Lá estará o trabalho “Crucifixão”, composto por páginas de livros de arte provenientes de edições da década de 1950. Dessas páginas foram destacadas as imagens da pintura “A Crucifixão”, de Matthias Grünewald.
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O artista
Daniel Senise nasceu em 1955, no Rio de Janeiro. Formou-se em engenharia civil em 1980, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro; no ano seguinte ingressou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, onde participou de cursos livres até 1983. Foi professor na mesma escola de 1985 a 1996.
Desde os anos oitenta, o artista vem participando de mostras coletivas, entre as quais a Bienal de São Paulo, a Bienal de La Habana, em Cuba, a Bienal de Veneza, a Bienal de Liverpool e a Trienal de Nova Delhi, além de outras coletivas no MASP e no MAM de São Paulo, no Musee d’Art Moderne de la Ville de Paris, no MOMA, em New York, no Centre Georges Pompidou, em Paris, e no Museu Ludwig, em Colônia, Alemanha.
Daniel Senise tem exposto individualmente em museus e galerias no Brasil e no exterior, como o MAM do Rio de Janeiro; o MAC de Niterói; o Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba; o Museum of Contemporary Art, em Chicago; o Museo de Arte Contemporáneo, em Monterrey, México; a Galeria Thomas Cohn Arte Contemporânea, no Rio de Janeiro; a Ramis Barquet Gallery e a Charles Cowley Gallery, em Nova York; Michel Vidal, em Paris; Galleri Engström, em Estocolmo; Galeria Camargo Vilaça, em São Paulo; Pulitzer Art Gallery, em Amsterdam; Diana Lowenstein Fine Arts, em Miami,; Galeria Silvia Cintra, no Rio de Janeiro; Galeria Vermelho, em São Paulo; e Galeria Graça Brandão, em Lisboa. Atualmente, vive e trabalha no Rio de Janeiro.