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segunda-feira, 27 de junho de 2011

Oitavo Congresso Internacional sobre Avaliações de Técnologias em Saúde Anual. HTAI

O Brasil é o primeiro país da América Latina a sediar a Conferência Internacional de Avaliação de Tecnologias em Saúde - HTAi 2011, uma sociedade internacional sem fins lucrativos, que busca apoiar o desenvolvimento, a comunicação, o entendimento e o uso da avaliação de tecnologias em saúde ao redor do mundo para a introdução de inovações e a melhoria da atenção à saúde às populações. O encontro, que chegou em sua oitava edição (8th Health Technology Assessment International Meeting), foi realizado entre os dias 25 e 29 de junho de 2011, no Hotel Intercontinental, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro (RJ). Este ano, o tema central da conferência é o papel da Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS) para a sustentabilidade dos sistemas de saúde.

ATS para a Sustentabilidade dos Sistemas de Saúde

Após os debates na Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, no Rio de Janeiro, em 1992 (ECO-92) e em encontros mundiais subsequentes, a sustentabilidade é considerada a principal preocupação da humanidade no século XXI. A maior parte deste debate gira em torno da sustentabilidade do clima e do meio ambiente, mas a sustentabilidade dos sistemas humanos também representa um desafio importante.

Neste aspecto, a Conferência Anual da Sociedade HTAi 2011, no Rio de Janeiro, esteve focada na sustentabilidade dos sistemas de saúde e no papel da ATS nesse contexto.

As demandas sobre os sistemas de saúde estão aumentando à medida que as populações crescem e/ou envelhecem e que os avanços científicos e as expectativas da população com relação à saúde e à qualidade de vida aumentam. Entretanto, ainda que novas tecnologias permitam que doenças antes incuráveis sejam tratadas, mesmo que muitas vezes a custos elevados, várias das principais causas de doenças globais comuns permanecem sem tratamento efetivo.

A qualidade, a equidade, o acesso e cobertura universais são uma preocupação crescente não só para os países de baixa e média renda, mas também para os de alta renda e, ao mesmo tempo, os gastos em saúde sofrem constantes pressões e controles.

Componente chave da sustentabilidade é o uso apropriado de tecnologias e a alocação de recursos a fim de maximizar o valor obtido. O objetivo da ATS é fornecer informações necessárias para que a tomada de decisões baseadas em evidências e de maneira cientificamente válida, transparente e responsável. A ATS, portanto, é essencial para a sustentabilidade dos sistemas de saúde.

A ATS é cada vez mais aplicada pelos sistemas de saúde para apoiar os processos de melhoria da qualidade e de cobertura em direção à sustentabilidade. Assim, vários sistemas de ATS já foram desenvolvidos no mundo e alcançaram avanços consideráveis, enquanto outros estão em desenvolvimento.

Contudo, a ATS praticada hoje ainda não está respondendo adequadamente a algumas das principais necessidades dos tomadores de decisão em sistemas de saúde, principalmente, na atenção primária, na promoção da saúde, em saúde pública e em outras questões ligadas aos sistemas de saúde.

A ciência e a prática da ATS precisam evoluir para enfrentar esses desafios.

A Conferência HTAi 2011 abordou essas e outras questões da ATS através de uma série de discussões, em painéis, workshops, sessões de pôsteres e comunicações orais, além de três Sessões Plenárias de alto nível:

I O desafio: sustentabilidade dos sistemas de saúde no século XXI
Quais são os desafios enfrentados pelos sistemas de saúde no século XXI? Como variam esses desafios entre os países de baixa, média e alta renda? Que abordagens estão sendo aplicadas para garantir a sustentabilidade dos sistemas de saúde? Qual é o papel da ATS na sustentabilidade?

II Progresso: estudos de caso de desenvolvimento de ATS e seu impacto nos sistemas de saúde
Como está se desenvolvendo a aplicabilidade da ATS nos países das Américas e dos demais continentes? Que modelos foram desenvolvidos e que impacto têm sobre os serviços de saúde e a saúde geral da população, bem como em questões mais amplas como custos, equidade e acesso? Isso varia dependendo do sistema de saúde (por exemplo, público ou privado)?

III Próximos passos: O desenvolvimento da ATS para a sustentabilidade dos sistemas de saúde
De que maneira a ATS precisa evoluir para ajudar a criar sistemas de saúde sustentáveis? Que papel pode e deve exercer na atenção primária, na saúde pública e nas questões ligadas aos sistemas de saúde? Que papel pode e deve exercer nos países de baixa e média renda, bem como nos de alta renda? De que maneira pode ser disseminada na sociedade a cultura do processo decisório baseado em evidências? Que medidas precisam ser tomadas para fomentar esses avanços na ATS?