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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

I Congresso Latino-Americano de Psicanálise na Universidade




"Desde as primeiras recomendações favoráveis de Freud num artigo de 1919 - escrito no contexto em que os estudantes de Medicina da Hungria reivindicavam a sua inclusão no currículo médico e significativamente intitulado “Deve a Psicanálise ser ensinada nas universidades?” –, até a criação em 1969, por Serge Leclaire, sob os auspícios de Jacques Lacan, de um Departamento de Psicanálise na Universidade de Vincennes Paris-VIII, a inserção da Psicanálise na Universidade foi se ampliando. Em toda América Latina, atualmente, isso é um fato: a Psicanálise faz parte integrante, não só dos cursos de Graduação em Psicologia, como de muitos programas de diferentes cursos universitários.


Como essa inserção tornou-se cada vez mais importante, foram sendo criados no Brasil Programas de Pós-Graduação na área específica da Psicanálise – como o pioneiro Programa de Teoria Psicanalítica da UFRJ, fundado pelo Prof. Dr. Luiz Alfredo Garcia-Roza, e o nosso Programa de Pesquisa e Clínica em Psicanálise da UERJ –, além de ser teoria de destaque em linhas de pesquisa nos Programas de Psicologia de várias Universidades brasileiras. Nas Universidades da América Latina não é diferente. Há um grande número de Programas de Pós-graduação que incluem a Psicanálise como disciplina ou que fazem dela seu carro-chefe. Em vários encontros que tivemos com professores de outros países, estabelecemos laços de pesquisa e trocas teóricas.

Em 2009, tivemos o prazer e a honra de contar com a presença na UERJ, no simpósio de comemoração dos dez anos do nosso Programa, da psicanalista e escritora Diana Rabinovich, professora da Universidade de Buenos Aires. Nessa ocasião, concluímos sobre a necessidade de um encontro dos psicanalistas que ensinam nas universidades latino-americanas e nos propusemos a realizá-lo. Nossa intenção é dar partida a uma sucessão de congressos que discutam a inserção da Psicanálise nas universidades, estreitando laços de pesquisa e produção de conhecimento.


O primeiro público que almejamos convocar corresponde aos psicanalistas e professores das Universidades, brasileiras e latino-americanas, pertencentes a Programas de Pós-graduação, e seus alunos. Interessa-nos, sobretudo, a possibilidade de favorecer o intercâmbio entre os nossos colegas e alunos, da graduação ao doutorado. O evento também pretende atingir todos aqueles que se interessam pelos destinos da Psicanálise como produto da cultura e se dirige à pluralidade dos saberes universitários, com os quais a Psicanálise mantém tradicionalmente um fecundo e rico diálogo. Além desses, convidamos os psicanalistas das diferentes escolas de formação em Psicanálise a compartilharem conosco seus trabalhos.

Como não poderíamos deixar de prestar nossa homenagem, o I CONLAPSA terá como Presidente de Honra Diana Rabinovich, figura da máxima importância em nosso campo, tendo sido uma das pioneiras na introdução do ensino lacaniano na América do Sul. Foi Diana quem convidou Lacan para vir a Venezuela, em julho de 1980, e ali ministrar o seminário que ficaria conhecido como o “seminário de Caracas”.

A escolha do tema “A clínica do mal-estar” para nosso I CONLAPSA se deve à amplitude de discussões que ele abre, traduzindo a possibilidade de se refletir psicanaliticamente sobre os impasses da clínica e da cultura, avançando nos processos de elaboração teórica.

Sugerimos sub-temas para os quais os participantes poderão dirigir seus trabalhos; através deles, pretendemos abranger problemáticas atuais que solicitam da Psicanálise sua contribuição. São eles:
  1. A naturalização do sujeito e o estatuto do desejo hoje.
  2. Incidências da internet na erótica.
  3. Novas formas das funções paterna e materna e da conjugalidade.
  4. Existem novos sintomas e patologias?
  5. Dimensões clínicas da imagem do corpo.
  6. O gozo do consumo: adições.
  7. A clínica do trauma, sua mediação e sua mídia.
  8. Que lugar para a criança e o adolescente no século XXI?
  9. Versões da sexualidade hoje.
 10. Ensino e clínica da psicanálise.
 11. Haveria novas recomendações aos que exercem a psicanálise?