Assim como outras práticas, a fotografia não é um advento tecnológico fixo, de contornos fechados. Concorrem para seu surgimento lógicas de desenvolvimento técnico, as dinâmicas sociais que as possibilitam, e sua participação em práticas sociais. E o mesmo tipo de dinâmica marca seus desenvolvimentos e transformações no decorrer da história. Considerando os vários tipos de agenciamentos onde a fotografia se faz presente, interessa, como método, considerar suas articulações com os coletivos sociais ou sócio-técnicos, expressando uma multiplicidade de condicionamentos, inserções, reações, endurecimentos e transformações.
É neste sentido que a fotografia pode ser compreendida como dispositivo, configuração que “captura” os sujeitos e, de modo silenciosamente naturalizado, os condiciona. O termo é usado por diferentes autores em conceituações diferenciadas, mas pode-se dizer que o dispositivo constitui-se como rede de elementos heterogêneos. A fotografia, por exemplo, tem suas particularidades histórico-sociais dadas por conjunções possíveis entre câmera, modos de percepção, discursos, modos de circulação e inserção social dos vários tipos de artefatos fotográficos etc. E entre dispositivo e dispositivo também se desenham redes: a fotografia, por exemplo, participa do dispositivo de segurança. O uso do termo vale tanto para dispositivos sociais abrangentes, como em Foucault, quanto para o dispositivo técnico de Pierre Lévy. Embora com ênfases diferentes, ambas as categorizações envolvem a questão do saber/poder.
Para este seminário foram convidados fotógrafos, designers, artistas e pesquisadores de diversas áreas, visando enriquecer a compreensão de técnicas, práticas, teorias e apropriações sociais da fotografia nos dias de hoje. Quatro mesas se realizarão ao longo de quatro dias consecutivos na Esdi/Uerj. O objetivo é contribuir para o enriquecimento do debate e compreensão do dispositivo fotografia hoje.
Para este seminário foram convidados fotógrafos, designers, artistas e pesquisadores de diversas áreas, visando enriquecer a compreensão de técnicas, práticas, teorias e apropriações sociais da fotografia nos dias de hoje. Quatro mesas se realizarão ao longo de quatro dias consecutivos na Esdi/Uerj. O objetivo é contribuir para o enriquecimento do debate e compreensão do dispositivo fotografia hoje.
Programação ↑ | |||
Segunda feira 12 de setembro 14h – 17h30 IMAGEM, DESIGN, TECNOLOGIAS Washington Dias Lessa (Esdi/Uerj) O design e a fotografia André Soares Monat (Esdi/Uerj) O dilema de São Tomé: Basta eu ver para crer em uma fotografia? Luiz Velho (IMPA/Visgraf) Os limites da resolução na fotografia digital Rico Lins (Rico Lins Studio) Trabalhar com imagens Moderadora: Lucy Niemeyer Terça feira 13 de setembro 14h – 17h30 FOTOGRAFIA, MÍDIAS, AUTORIA Marcos Martins (Esdi/Uerj) Imagens midiáticas e o regime de verdade Cezar Migliorin (PPGCOM/ UFF) Regimes de imagem e política Tatiana Altberg (Redes de Desenvolvimento da Maré) Projeto Mão na Lata André Sheik (fotógrafo) O pixel é o novo grão Moderador: Rodolfo Capeto |
Quarta feira 14 de setembro
14h – 17h30
FOTOGRAFIA, DOCUMENTO, VERDADE
Joana Mazza (Imagens do Povo)
Programa Imagens do Povo
Barbara Szaniecki (Esdi/Uerj)
Fotografia, território, população
Custódio Coimbra (fotojornalista/O Globo)
Retalhos do Rio
Mônica Kornis (FGV)
Fotografia e documento em exposições de natureza histórica
Moderador: João de Souza Leite
Quinta feira 15 de setembro 14h – 17h30 OLHARES, SUBJETIVIDADES, NARRATIVAS Alice Miceli (artista plástica) Projeto Chernobyl e outros trabalhos Walter Carvalho (fotógrafo, cineasta e ex-aluno da Esdi) Linguagem Victa de Carvalho (ECO/UFRJ) O cotidiano na fotografia contemporânea Doris Kosminsky (EBA/UFRJ) Visualidade e visualização Moderadora: Silvia Steinberg | |||