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terça-feira, 18 de outubro de 2011

Exposição Panoramas. A Paisagem Brasileira no Acervo do Instituto Moreira Salles


O Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro abre em 3 de setembro (sábado), às 16h, a exposição Panoramas: a paisagem brasileira no acervo do Instituto Moreira Salles, com 313 obras, entre fotografias, desenhos e gravuras produzidas entre os anos de 1820 e 1920. Para os curadores Carlos Martins, consultor da área de iconografia brasileira do IMS, e Sergio Burgi, coordenador de fotografia do Instituto, o objetivo da mostra, ao reunir os acervos fotográfico e iconográfico, é apontar os procedimentos que moldaram a representação da paisagem brasileira no decorrer do século XIX.
Em Panoramas: a paisagem brasileira no acervo do Instituto Moreira Salles, serão exibidas gravuras, desenhos e litografias de artistas viajantes, como os alemães Johann Moritz Rugendas e Carl Friedrich von Martius e o inglês Charles Landseer, entre outros que passaram pelo Brasil. Empenhados em registrar tudo o que viam, esses artistas deixaram um grande legado em papel: esboços naturalistas, estudos preparatórios, aquarelas e gravuras, que, reproduzidas em larga escala, ilustravam álbuns de suvenir e livros de viagem. Já em relação à fotografia, os visitantes poderão ver obras de renomados fotógrafos estabelecidos no Brasil como Augusto Stahl, Victor Frond, Militão Augusto Azevedo, Georges Leuzinger, Marc Ferrez, entre outros, que se especializaram no registro da paisagem urbana e natural e deixaram um legado primordial para a história e memória do país.
Grande parte das imagens apresentadas na exposição do IMS-RJ retrata o Rio de Janeiro, então capital do país. Mas também serão apresentadas imagens das antigas regiões coloniais e das regiões cafeeiras do século XIX, como Salvador, Recife, Olinda, São Paulo, Santos, Mariana e Ouro Preto. Também compõem a mostra panoramas com registros da vegetação, de rochas, rios e cadeias de montanhas, temas apreciados por viajantes e naturalistas, além de registros fotográficos produzidos, por exemplo, por Marc Ferrez para a Comissão Geológica e Geográfica do Império e por Georges Leuzinger para o naturalista Louis Agassiz.
Para a mostra, o IMS preparou a reconstituição cenográfica de uma rotunda, grande atração nas principais cidades européias no final do século XVIII e início do século XIX. As rotundas eram edifícios de forma cilíndrica construídos especialmente para abrigar grandes panoramas. Na exposição, será exibida uma vista do Rio de Janeiro, mostrada em Paris no ano de 1824. A imagem, que terá 9 metros de perímetro em uma estrutura circular, foi a primeira representação do Brasil na Europa. Também será montada uma sala equipada com cinco projetores e uma tela de 3 metros de altura por 15 metros de comprimento, em formato semicircular, com projeções sequenciais de 15 panoramas do Rio de Janeiro entre fotografias e gravuras. A ideia é propiciar aos visitantes a sensação então experimentada pelos frequentadores desse entretenimento urbano que é o precursor do cinema.
Haverá ainda na mostra uma sala voltada para a história dos ofícios relacionados à captação e reprodutibilidade da imagem, na qual serão exibidos e descritos os materiais e técnicas utilizados no registro iconográfico e fotográfico do século XIX: pedras litográficas, câmaras escuras (réplicas de princípio de equipamentos dos séculos XVI e XVII que instrumentalizaram os artistas no período anterior à invenção da fotografia), máquinas fotográficas, lentes e equipamentos que pertenceram ao fotógrafo Marc Ferrez, entre outros itens.
As técnicas de impressão, conjuntamente com a fotografia, propiciariam o desenvolvimento dos processos de reprodução da imagem por meios fotomecânicos, que facilitaria ainda mais a multiplicação da imagem. Aliado a esta expansão da comunicação através da circulação de imagens em múltiplos suportes, o formato panorâmico se estabeleceu ao longo do século XIX como uma das principais formas de representação iconográfica.
A presente exposição, a partir da seleção de obras do acervo do IMS, se faz possível graças à recente incorporação da Coleção Martha e Érico Stickel de iconografia. Essa contribuição ao acervo é significativa, uma vez que somada à coleção de fotografia oitocentista existente no Instituto, onde se destaca a Coleção Gilberto Ferrez, propicia, nessa mostra, indicar muitos dos procedimentos e atitudes que moldaram a representação da paisagem brasileira, contribuindo para a formação da imagem do país no decorrer do século XIX e sua subsequente divulgação no exterior.

PANORAMAS: A PAISAGEM BRASILEIRA NO ACERVO DO INSTITUTO MOREIRA SALLES
Abertura: 3 de setembro de 2011, às 16h
Exposição: de 4 de setembro a 13 de novembro de 2011
De terça a sexta, das 13h às 20h
Sábados, domingos e feriados, das 11h às 20h
Entrada franca
Classificação livre
De terça a sexta, às 17h, visita guiada pelas exposições. Ponto de encontro na recepção.
Visitas monitoradas para escolas: agendar pelo telefone (21) 3284-7400.
Instituto Moreira Salles – Rio de Janeiro
Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea
Tel.: (21) 3284-7400/3206-2500