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quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Exposição Viagens Italianas



No âmbito das comemorações do Momento Itália/Brasil 2011/2012, a exposição Viagens Italianas, promovida pelo Arquivo Nacional, na cidade do Rio de Janeiro, com curadoria das pesquisadoras Claudia Heynemann e Renata William Santos do Vale, será inaugurada no dia 03 de novembro, na sede da instituição no Rio de Janeiro, permanecendo em cartaz até 10 de fevereiro de 2012.
Dos navegadores do Renascimento aos viajantes dos séculos XIX e XX, os italianos estabeleceram rotas e destinos que envolveram o continente americano e o Brasil. E ainda mais, estão na origem latina de parte da identidade aqui construída, seja no direito, no pensamento político, na tradição religiosa ou na língua.
No ano em que se homenageia a Itália, lembrando sua unificação em 1861, o Arquivo Nacional selecionou em seu acervo temas que conduzem o visitante por uma longa e expressiva relação entre as duas culturas. A aliança com a fé católica de Roma que marcou as sociedades ibero-americanas evidencia-se no conjunto de quatro Livros de Horas do final do século XV, com iluminuras, capitais ornamentadas e outros elementos característicos desse gênero voltado para a devoção dos leigos, além de bíblias dos séculos XVI ao XVIII. Tratados históricos ou filosóficos publicados na época moderna, livros de viagens que trazem o Coliseu ou Pompeia iniciam esse percurso, chegando ao Império brasileiro.
Em um dos mais impressionantes movimentos demográficos contemporâneos, entre 1887 e 1930, cerca de 3,8 milhões de estrangeiros entraram no país, período em que os italianos respondem por 35,5% do total ou cerca de 1,3 milhões. Seus nomes, famílias, idades, profissões e mesmo expectativas estão inscritos em listas de vapores, registros da hospedaria de imigrantes, passaportes, processos de naturalização, pedidos de permanência, processos de expulsão, anúncios comerciais, inventos. E se a emigração não cumpriu o que prometia, para muitos foi o lugar da atuação política: as tendências das primeiras décadas do século XX encontram sobretudo nas cidades aqueles que engrossaram as fileiras do anarco-sindicalismo, do comunismo e, em sentido inverso, do fascismo em ascensão.
Nos anos 1940 a Segunda Guerra Mundial leva os brasileiros a se reunirem ao 5º Exército norte-americano na Itália, em batalhas que marcaram a nossa história recente. Enquanto seguem os confrontos, aqui a colônia italiana amargava as restrições do governo aos "súditos do Eixo". Imagens do Arquivo de Estado de Roma trazem de modo inédito o front fascista que se confrontam com as cenas que os correspondentes da Agência Nacional e do Correio da Manhã enviam das trincheiras aliadas. Fotografias geradas pelo exército americano trazem a cores os aviadores brasileiros em ação ou em visita a torre de Pisa, close para "Senta a Pua". Um documentário sobre a atuação dos pracinhas na Itália complementa o módulo.
Da música italiana em toda sua diversidade mostramos a longa trajetória da ópera, em retratos de cantores do século XIX e em um painel dedicado ao maestro Henrique Oswald de origem italiana e que por mais de três décadas compôs e regeu em Florença e Gênova. Uma sala da exposição é inteiramente dedicada à vitalidade do cinema italiano que entre o pós-guerra e os anos 1970 ganha as ruas e conquista plateias, em filmes de Fellini, Visconti, Bertolucci e tantos outros.
A exposição, organizada em quatro módulos, apresenta reproduções e originais do acervo do Arquivo Nacional, destacando-se livros raros dos séculos XV e documentos pessoais e de registro de imigrantes. Projeções, filmes, gravações e recursos interativos em multimídia complementam o circuito oferecido ao público.
Módulo I. Da herança clássica às Luzes. Este módulo será composto de livros raros publicados a partir do século XVI que evidenciam o vínculo que a época moderna estabelece com a origem greco-romana, contendo temas da Antiguidade, como a vida dos cézares e a guerra judaica. Também neste módulo poderão ser vistas correspondências manuscritas entre a Coroa Portuguesa e a Casa de Savoia.
Módulo II. Imigração italiana e influência no Brasil. O maior módulo da exposição trata da presença italiana no Brasil desde a imigração espontânea até as grandes levas de trabalhadores, que contaram com a subvenção do Estado imperial para emigrarem, em meio ao fim do escravismo. Um painel sobre o maestro brasileiro Henrique Oswald, de origem italiana, que atuou em Florença e Gênova, também comporá este módulo.
Módulo III – O Brasil na guerra Imagens inesquecíveis, cedidas pelo Arquivo do Estado de Roma, dos pracinhas, dos aviadores da FAB, dos riscos, do sofrimento, da paisagem italiana em meio ao confronto e do retorno vitorioso estarão neste módulo.
Módulo IV. A Itália nas telas do pós-guerra. Uma sala inteiramente dedicada ao cinema italiano dos anos 1950 a 1970. Será composta de fotografias, cenas de filmes, atores e diretores que fizeram uma das mais poéticas e desafiadoras cinematografias contemporâneas.
Vídeos. O vídeo A Campanha da FEB na Itália, de Jean Manzon, produzido pela Agência Nacional, será exibido durante a Exposição.Com as cerca de 400 imagens da exposição Viagens italianas, parte dessa história estará reunida através do expressivo acervo do Arquivo Nacional que, desta forma, em parceria com a Unesco, o Arquivo do Estado de Roma, o Instituto Italiano de Cultura e a Embaixada da Itália no Brasil, se associa às comemorações do sesquicentenário da unificação da Itália.
Arquivo Nacional


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