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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Seminário Mobilidade Urbana na Região Metropolitana do Rio de Janeiro 2011



Criar um amplo fórum popular permanente para propor soluções que atendam às necessidades da população relacionadas ao transporte caótico do Rio de Janeiro. Este é o principal objetivo do Seminário de Mobilidade Urbana na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, que acontece no próximo dia 10, a partir das 9 horas, no 24º andar do Clube de Engenharia (Av. Rio Branco, 124, Centro).

A região metropolitana fluminense tem 19 municípios e 11, 8 milhões de habitantes. Para a mobilidade destas pessoas são utilizados diversos meios de transporte, entre eles ônibus, trens, metrô e barcas. Como os governos do estado e as prefeituras agem com descaso em relação à população, os serviços são de péssima qualidade. Daí a importância do seminário, organizado entre outras entidades, pelo Departamento de Transporte do Clube de Engenharia, Federação das Associações de Moradores do Município do Rio de Janeiro, Conselho Regional de Engenharia (Crea-RJ), associações de moradores e sindicatos. A privatização das barcas, metrô e trens, por exemplo, durante o governo Marcello Alencar (PSDB), só enriqueceu os grupos concessionários, piorando a situação dos serviços. A renovação e a extensão das concessões de metrô e trens à iniciativa privada, definidas este ano por Cabral Filho, foram um crime contra a população.

Superlotação

Os problemas são muito graves. As barcas sempre foram um transporte seguro, pontual e muito barato. Com a privatização as linhas passaram a apresentar atrasos constantes e os preços tornaram-se exorbitantes. Os problemas são tão grandes que foram investigados por uma CPI em 2010, o que poderá se repetir este ano a partir de novos acidentes, o mais recente do catamarã que, vindo de Niterói, se chocou com o cais da Praça Quinze, na última segunda-feira (28/11).

A frota de 16 mil ônibus é insuficiente para atender aos deslocamentos. A maioria das linhas trafega com veículos superlotados durante o dia. À noite passam a ser muito raros. São velhos (média de mais de 5 anos) e enguiçam provocando engarrafamentos. Os trens, com a privatização, passaram para a Supervia. Estão constantemente atrasados, com maquinário velho e sucateado, quentes (dos 158 em circulação só 36 têm ar-condicionado), caros, com panes sistemáticas e superlotados. Os usuários são agredidos por conta disto, como aconteceu em abril de 2009, no episódio lamentável conhecido como “trem da chibata”. No Metrô, os vagões também vivem superlotados, com alta temperatura nas estações e, muitas vezes, dentro das composições. Acidentes tornaram-se comuns. Nada disto, no entanto, impediu que o governador Cabral Filho criminosamente renovasse por mais 20 anos a concessão ao grupo privado que administra o serviço. Já o contrato da Supervia, que terminaria em 2023, foi prorrogado por Cabral até 2048.