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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Escolas de Samba do Rio de Janeiro: Mocidade

Mocidade Samba Enredo

Mocidade Escola de Samba Bandeira
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Mocidade

Rua Coronel Tamarindo 38
Padre Miguel

Ensaios: Sábados 22:00

Cores: verde e branco
Fundada em 1955
Foi fundada em 10 de novembro de 1955 por Sílvio Trindade, Renato da Silva, Djalma Rosa, Olímpio Bonifácio (Bronquinha), Garibaldi F. Lima, Felipe de Souza (Pavão), Altamiro Menezes (Cambalhota) e Alfredo Briggs, a partir de um time de futebol amador da época, o Independente Futebol Clube. No entanto seu crescimento maior foi após os anos 1970, quando passou a ser patrocinada pelo bicheiro Castor de Andrade, seu grande torcedor.

Famosa por sua bateria, sob a batuta de Mestre André, deu pela primeira vez a célebre "paradinha" em frente à comissão julgadora, mantendo o ritmo para que a escola continuasse evoluindo.

Foi a Mocidade que introduziu também a figura da madrinha da bateria, em 1985. A escola já conquistou cinco campeonatos, o último deles em 1996 com o samba-enredo "Criador e Criatura", e sempre figura entre as favoritas.

Em 2008, ficou em 8º lugar na classificação das escolas do Carnaval carioca. No ano seguinte, em 2009, a escola ficou em penúltimo lugar e, em 2010, subiu algumas colocações, ficando em 7º lugar.

É uma das mais antigas escolas de samba do Rio, com sua história de mais de 50 anos. É conhecida por suas criações futuristas, como o primeiro desfilante voador que a avenida já viu.

Samba Enredo

Eu guardei a mais linda inspiração
Pra exaltar em sua arte
A brasilidade de sua expressão
Desperta gênio pintor
Mostra seu talento, revela o dom
Deixa a estrela guiar
Faz do firmamento, seu eterno lar
Solto no céu feito pipa a voar
Quero te ver qual menino feliz
Planta a semente do sonho em verde matiz

Emoção, me leva…
Livre pincel a deslizar
Vou navegar, desbravador
Um errante sonhador


Voar pelas asas de um anjo
Num céu de azulejos pedir proteção
Vida de um retirante
No sol escaldante que queima o sertão
Moinhos vencer… Histórias de amor
Riscar poesias em lápis de cor
Você, que do morro fez vida real
Pintou nossos lares num lindo mural
Você, retratando a alma, se fez ideal
Meu samba canta mensagens de “guerra e paz”
Seu nome será imortal em nosso carnaval
É por ti que a Mocidade canta
Portinari, minha aquarela
Rompendo a tela, a realidade
Nas cores da felicidade


Enredo de 2012

"Por ti, Portinari: Rompendo a tela, à Realidade"

Sinopse


Ao escolher Candido Portinari como tema, a Mocidade Independente vem celebrar um dos maiores nomes da pintura brasileira no cinquentenário de seu desaparecimento.
Através de suas mais importantes obras, mostraremos a trajetória deste artista que acima de tudo retratou em seus quadros e murais, a história, o povo e a vida dos brasileiros, através dos traços fortes e vigorosos carregados de dramaticidade e expressão.
Esta homenagem escrita em forma de poema é a maneira mais digna
encontrada para festejar este mestre que além de pintar também foi poeta e que entre outras manifestações artísticas soube tão bem ilustrar com seus desenhos os poemas de Carlos Drummond de Andrade, seu grande amigo e parceiro na versão do livro "Dom Quixote de La Mancha", de Miguel de Cervantes.
Por fim é a Mocidade Independente que se orgulha em levar para o desfile um pouco da obra imortal de Portinari ao conhecimento do grande
povo, aquele que sempre foi a sua grande fonte de inspiração.
"Por Ti, Portinari, Rompendo a tela, a realidade"
Num voo mágico, viaja o samba, a conduzir meu povo feliz em seu viajante sonho.
Solto no universo garboso, prosa em verso, na fantasia a se tornar realidade, leva os tambores da felicidade, para despertar o artista na morada celestial.
Ó mestre, ergueis do sono esse quadro vazio. Sua obra vive no cantar de nossa gente.
Põe nas tuas mãos o teu instrumento, tua tela hoje é o firmamento, que a arte se deixa tingir o breu da noite, com um colorido de festa, a aquarela do carnaval.
Vai, reinventa mais um lúdico céu. Pinta por nós a nossa estrela, tu que pintaste tanto a Mocidade, deixa a tua mão deslizar Independente.
Hoje, somos as tintas que envolvem as cerdas do teu pincel, e que, na mistura das cores, por ti, Portinari, rompem a tela para a realidade e brilham no samba de Padre Miguel.
Hoje, uma moldura viva e humana enquadra a tua história na pista, e teu traço se refaz nos pés, no passo do sambista, que vai riscar murais de sonhos e estampar retratos, cena dos Brasis que tu desenhastes.
À luz da inspiração, vem fazer reluzir em nossa mente a cândida infância de tua Brodowski querida, e reflorescer os campos com suor da lida, dos mestiços viris a lavrar a ampla terra.
"Entre o cafezal e o sonho",
vem reunir retalhos e as lembranças coloridas, como as dos espantalhos a oscilar na brisa, serenos sobre as plantações.
Hoje, é um tempo que não passa. Um turbilhão, um vento que sopra, que varre e traz recordações, e que vem
devolver a ti a meninice.