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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Exposição Afinidades



- Clarissa Campello (Brasil, pintura)
- David Rosado (Portugal, pintura)
- Efrain Almeida (Brasil, carimbo sobre papel)
- Fábio Carvalho (Brasil, colagem e objeto; organizador daexposição)
- Fabiano Devide (Brasil, pintura)
- Mônica Rubinho (Brasil, desenho)
- Rui Effe (Portugal, vídeo)
- Rute Rosas e João Lima (Portugal, fotografia)
- Sidney Philocreon (Brasil, objeto)

serviço:
local: galeria Caza Arte Contemporânea
endereço: rua do Resende 52, Lapa, Rio de Janeiro
abertura: 7 de março de 2012, quarta, 19/22h
até: 30 de março de 2012
horário: segunda/sexta; 14/19h
site: cazaartecontemporanea.blogspot.com
 

A exposição Afinidades (a escolha do artista) partiu de umconvite de Raimundo Rodriguez, diretor da galeria Caza ArteContemporânea, ao artista plástico carioca Fábio Carvalho, para queeste organizasse um projeto de ocupação da galeria com seus própriostrabalhos, e de artistas convidados.

Fábio Carvalho, com 18 anos de carreira artística, 8 exposiçõesindividuais e mais de 80 exposições coletivas no curriculum, e que emnovembro do ano passado integrou dois importantes projetos de residênciaartista em Portugal, o primeiro chamado “Bordallianos Brasileiros”, naFábrica de Faianças Artísticas Bordallo Pinheiro, e o segundo natradicional Fábrica de Porcelana Vista Alegre chamado “Projecto ArtistasContemporâneos”, convidou para esta exposição cinco artistas brasileiros,e quatro portugueses. Fábio Carvalho irá retornar em abril a Portugal,para mais uma residência artística na cidade do Porto, estreitando aindamais suas relações com aquele país, que neste ano de 2012 celebre o “Anodo Brasil em Portugal”.

Fábio Carvalho, sem necessariamente pensar em seu projeto como umacuradoria, no sentido de eleger um eixo conceitual que antecedesse aescolha dos artistas e dos trabalhos, preferiu fazer suas escolhas apartir de suas afinidades com os artistas, que aí então foram convidadospara a exposição.

Talvez contagiado pelo espírito da galeria Caza ArteContemporânea, que tem muito de uma verdadeira casa, onde o anfitriãoRaimundo Rodriguez sempre recebe os artistas, suas obras e os visitantesdas exposições como quem recebe os amigos em sua própria casa, FábioCarvalho pensou a exposição como uma celebração aos amigos, ao prazer deestar junto. Os trabalhos se relacionam como num bate-papo descontraídoentre amigos.

Porém, apesar desta eleição afetiva dos artistas convidados, percebe-seum (dentre tantos outros possíveis) eixo comum nas obras selecionadas: adelicadeza, em várias formas e sentidos. Por vezes, a delicadeza éo próprio assunto do trabalho; em outras obras, a delicadeza é oanti-assunto do trabalho; elementos de delicadeza estão lá, masnum forte contraste, ou mesmo num enfrentamento, com a brutalidade, o queconstrói a narrativa paradoxal apresentada. Há trabalhos em que a faturaé intensa e expressiva, mas a situação representada nos leva á percepçãode intimidade e delicadeza. Há trabalhos onde a delicadeza se apresentade imediato, mas com um pouco mais de observação, pressente-se que algode muito errado está oculto, quase por acontecer.

Este fio condutor surgiu de uma forma espontânea, natural, uma vez quenão apenas em relação aos artistas, Fábio Carvalho também escolheu asobras de cada artista em função de suas afinidades, como artista e comoindivíduo, com estas obras e o que estas lhe dizem.
 

sobre a Caza Arte Contemporânea:Criada há pouco mais de um ano, e localizada na Rua do Resenden°52, na Lapa - o corredor cultural carioca, a Caza ArteContemporânea se destaca pela pouca quantidade de paredes, formandoum espaço com múltiplas funções, híbrido por natureza, capaz de abrigaruma loja de objetos de arte, uma livraria, e, sobretudo, de abrigar oespaço amplo da galeria principal, juntamente com outra salaespecialmente reservada para eventos audiovisuais.

A Caza é resultado do esforço e do perfil empreendedor do artistaplástico Raimundo Rodriguez, que antes da Caza foi o diretor daGaleria Espaço Imaginário, também na Lapa, que durante dois anosdesfrutou de atividades culturais intensas, e chegou a agrupar cerca de350 artistas em diversas coletivas memoráveis, que aproximaram artistasdas mais diversas linguagens, gerações e até mesmo países.

A Caza Arte Contemporânea surgiu com as mesmas convicções do EspaçoImaginário: revelar novos artistas e celebrar os artistas experientes,oferecendo ao público carioca a oportunidade de conhecer manifestaçõesculturais de toda parte do Rio de Janeiro, do Brasil e do mundo, numacasa que sempre muda, em movimento constante, pós-moderno, sem direçõespreestabelecidas, itinerante.
Na Caza, o conceito de galeria é mais humanizado, torna-se intimista semdeixar de ser para todos – artistas e público, a casa acolhe, mas, tambémtransporta. Basta entrar, sem bater.