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quinta-feira, 29 de março de 2012

Lançamento do Livro Mengele me Condenou a Viver

Samantha Obadia lança o livro “Mengele me condenou a viver”, que relata os traumas físicos e emocionais pós Holocausto



Mais de 39 milhões de pessoas morreram vítimas do terror nazista. Este foi o resultado da maior atrocidade humana, conhecida como Holocausto, após a 2ª Guerra Mundial. Com o objetivo de chamar a atenção da sociedade para esse fato histórico, a fim de que jamais esqueçam esse episódio lamentável, a escritora e psicanalista, Samanta Obadia, lançará o livro: Mengele Me condenou a viver, no dia 29 de Março, no Midrash Centro Cultural, no Leblon, no Rio de Janeiro, às 20h.
Com uma linguagem simples e quase ingênua, o livro traz relatos emocionantes de Aleksander Henryk Laks, um dos mais jovens sobreviventes do campo de concentração nazista. Em um bate-papo com a autora, Laks mostra, através de sua experiência, aos jovens e às gerações vindouras, os horrores da guerra sem promover morbidez, estimulando-lhes a esperança de uma vida feliz e justa para todos.
Segundo a autora, a obra traz uma importante mensagem de superação, a fim de provocar a reflexão no leitor. “Acredito num mundo melhor, onde haja tolerância entre os seres humanos, lembrando que mesmo com nossas diferenças, somos iguais. Uma pessoa que destrói a outra está desligada de sua humanidade. Afinal, somos unidos pelo que há de humano em todos nós”, ressalta Samanta.
Mulheres com cimento dentro do útero, gêmeos abertos para checar se eram completamente iguais por dentro, crianças que recebiam injeções de gasolina no coração para ver o que acontecia, remoção de cartilagem dos ossos. Foram essas algumas das maldades do Dr. Josef Mengele, contadas por Aleksander. “Este homem me condenou a viver. A primeira vez que o vi não sabia quem ele era. Ele escolhia quais seriam suas próximas vítimas. Normalmente, eram pessoas diferentes: corcundas, anões, aleijados e gêmeos. Os de aparência muito frágil, os idosos, as crianças e os magros demais iam direto para as câmaras de gás. Era muita maldade”, afirma.
Dezenove vezes salvo da morte, atualmente com seus 84 anos, Aleksander carrega os traumas físicos, mentais e emocionais do tempo que passou nos guetos e no campo de Auschwitz. Com o nariz quebrado, sem dois dentes, usando um aparelho chamado CPAP (que auxilia na respiração para conseguir respirar enquanto dorme), atormentado por muitos pesadelos e ainda vítima de bruxismo, devido ao abalo de seu sistema nervoso, Aleksander está longe de ser uma pessoa mal-humorada e amargurada. “Não sei ao certo o que ocorre comigo. Mas eu falo de mim como se eu fosse outra pessoa. Sem ódio, sem rancor”, diz Laks, acrescentando que ainda hoje quando vê uma criança chorando fica perto dela porque se lembra da que morreu asfixiada pelos cobertores, por estar chorando no gueto. “Foi horrível”, relembra.
O objetivo da obra é permitir uma reflexão no presente de um passado atroz. “Nossa missão inicia a partir do momento que não permitimos o silêncio dos bons, quando usamos o conhecimento de fatos e de testemunhos vivos para divulgar o horror que pode ser provocado por atitudes humanas”, finaliza Samanta.
O lançamento contará com a presença de Laks, o Rabino Nilton Bonder, além de outras personalidades. O Midrash fica localizado na Rua General Venâncio Flores, Nº 184, Leblon, Rio de Janeiro.


Sobre a autora:

Carioca, filósofa, palestrante, psicanalista, professora de ensino médio, orientadora educacional, amante de tango e de animais. Filha de pai judeu e mãe católica é a irmã mais velha de 9 irmãos. Bem eclética, já trabalhou alguns anos como atriz e diretora de teatro. Estudou hinduísmo, yoga, tai chi chuan e kung fu. Atualmente, pratica Krav Magá, uma luta israelense e zouk, uma dança africana, além de estudar hebraico.
Há 30 anos trabalha com educação, há 11 com a clínica psicanalítica. Escreve desde os nove anos, não por escolha, mas por vocação. Impelida pela vontade de transmitir o que vê, já publicou três livros. O primeiro deles é o resultado de uma coletânea de palestras. O segundo, um relato emocionante, em primeira pessoa, da vida de seu irmão e seu envolvimento com drogas. O terceiro, este que será lançado no dia 29/3/2012, no Midrash, no Leblon, Rio de Janeiro, é o fruto de um encontro especial de histórias, de gerações, de culturas, de promessas, e de vidas.
Samanta se considera uma aventureira curiosa, uma guerreira que se lança em experiências físicas e psíquicas profundas, a fim de aprender para transmitir o conhecimento como a boa forma de alimentar a alma humana.