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quinta-feira, 26 de abril de 2012

Artigos: A Auto-Realização



A maior força motivadora da personalidade é o impulso para a realização do self (Rogers, 1961). Embora essa ânsia pela auto realização seja inata, pode ser incentivada ou reprimida por experiências da infância e por aprendizagem. Rogers enfatizava a importância da relação entre mãe e filho por ela afetar no senso de self em evolução na criança. Se a mãe satisfaz a necessidade de amor do bebê, que Rogers chamou de *atenção positiva, ele provavelmente tera uma personalidade saudável.

Se a mãe condiciona o amor pelo filho a um comportamento adequado (atenção positiva condicional), ele internalizará essa atitude e desenvolverá condições de valor. Nesse caso, a criança se sentirá valorizada somente sob determinadas condições e tentará evitar comportamentos considerados reprováveis. Consequentemente, a noção de si mesma não se desenvolverá plenamente. A criança não será capaz de expressar todos os aspectos de si própria porque aprendeu que alguns desses comportamentos produzem rejeição.
Desse modo, o principal requisito para o desenvolvimento da saúde psicológica é a atenção positiva incondicional na infância. O ideal seria que a mãe demonstrasse o amor e a aceitação à criança, independentemente do seu comportamento. A criança que recebe atenção positiva incondicional não desenvolve condições de valorização e assim não terá de reprimir nenhuma parte emergente de si. Somente dessa maneira a pessoa eventualmente é capaz de obter a auto-realização.
A auto-realização consiste no mais elevado nível da saúde psicológica. O conceito de Rogers é semelhante, em princípio, ao de Maslow, embora ambos divirjam em algumas características das pessoas psicologicamente saudáveis. Para Rogers, as pessoas plenamente funcionais ou psicologicamente saudáveis apresentam essas características:
. Mente aberta para aceitar qualquer tipo de experiência e novidades;
. Tendência a viver plenamente cada momento;
. Capacidade para se orientar pelos próprios instintos e não pelas opiniões ou razões de outras pessoas;
. Senso de liberdade em pensamento e ação;
. Alto grau de criatividade; e
. A necessidade contínua de maximizar o seu potencial.
Rogers descrevia as pessoas plenamente funcionais como sendo realizadoras e não realizadas, para indicar que a evolução do self está em constante andamento. Essa ênfase na espontaneidade, na flexibilidade e na capacidade contínua de crescimento está perfeitamente expressa no título do livro mais famoso de Rogers: On becoming a person (1961).
A psicoterapia centrada na pessoa de Rogers provocou grande impacto na psicologia. Sua teoria da personalidade foi igualmente bem recebida, especialmente devido à ênfase na importância do próprio indivíduo. Os críticos salientavam a falta de especificidade acerca do potencial inato de auto-realização e a aceitação das experiências conscientes subjetivas excluindo as influências inconscientes. A teoria e a terapia geraram muita pesquisa de apoio e são amplamente empregadas nos ambientes clínicos.
Rogers foi influente no movimento do potencial humano da década de 1960 e em parte da tendência geral de humanização da psicologia. Foi eleito presidente da APA em 1946 e recebeu o Prêmio de Destaque pela Contribuição Científica e de Destaque Profissional.
*Atenção positiva: amor incondicional da mãe pelo bebê.