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domingo, 29 de abril de 2012

Artigos: Pandora


De acordo com a mitologia grega, Pandora, criada pelos deuses para castigar o desafio de Prometeu, foi responsável pela vinda do mal sobre a terra.
Personagem mitológica, pandora foi criada por Zeus para castigar Prometeu, deus da estirpe dos titãs, que roubaram o fogo dos céus e o entregará aos mortais. A versão mais conhecida da lenda de Pandora é a relatada no século VII a.C. pelo poeta Hesíodo, na Teologia. Zeus decidiu vingar-se e ordenou a Vulcano, Deus do fogo, que plasmasse em terra uma mulher de extrema beleza, à qual os deuses do Olimpo concederam presentes e qualidades excepcionais. Atena ensinou-lhe as artes do sexo feminino e Afrodite os encantos da beleza. Hermes concedeu-lhe o Dom da palavra insinuante e as Graças cobriram-na de jóias raras. Por isso foi chamada de Pandora, que em grego significa “portadora de todos os dons”.
Zeus encarregou-se então de entregar a Prometeu, em grego “o previdente”, uma caixa fechada, mas este resistiu aos encantos de Pandora e recusou-se a abrir o presente. Apesar das advertências de Prometeu, Epimeteu seu irmão, ficou fascinado com a beleza de Pandora e tomou-a por esposa. Depois, pediu-lhe que abrisse a caixa, da qual escaparam todos os males e desventuras que desde então afligem os humanos. Arrependido, Epimeteu, cujo nome em grego significa “o que reflete tardiamente” , tentou fechar a caixa, mas conseguiu apenas nela encerrar a esperança, que seria o consolo da humanidade. Zeus não perdoou Prometeu por Ter escapado à armadilha e o acorrentou ao Cáucaso, para que um abutre eternamente lhe devorasse o fígado. A expressão “caixa de Pandora” passou a ser empregada como sinônimo de tudo que, sob aparência de encanto, é fonte de males e desgraças.
As pragas da caixa de Pandora espalham a miséria. A terra povoa-se de homens frágeis, cansados, medrosos, doentes.
A inveja tumultua o trabalho das criaturas. Há guerras intermináveis. Fome e peste abatem-se sobre o mundo.
Os astros brilham sem alegria, sobre a humanidade imersa em perdição.
Já não existe mais inocência. O amor é corrupção, agonia, brutalidade. No entanto, os homens festejam. Com banquetes intermináveis, comemoram a grande derrota de seus espíritos. A raça que Prometeu criara, entre lágrimas emocionadas e a água viva que brotava do seio da terra, não tem mais a face erguida em atitude de orgulho. O que existe é um festim inútil.
Outras mulheres povoaram o mundo, com sua graças e desgraças.
Os deuses estão contentes agora. Os homens não tentam mais subrepujá-los: estão fracos, e aceitam a escravidão.
Prometeu criou o homem, dando-lhe forma e inteligência.

A única coisa que diferenciava o homem dos deuses era que eles não possuiam o fogo e por isso Zeus o escondeu.

Mas Prometeu quebra um pequeno galho seco de uma árvore, voa rapidamente até o céu e o acende no calor o Carro do Sol.

Agora que os homens conhecem o segredo do precioso elemento, pouco os difere dos deuses. Os deuses estão em pânico.

Discutem como tornar os homens novamente submissos e humildes.

Zeus inventa a forma mais rápida de destruir o paraíso dos homens: a mulher.

Chama Hefestos, o habilidoso deus artesão, e pede-lhe que confeccione uma imagem feminina em bronze.

Ela devia assemelhar-se ao homem, mas em alguma coisa diferir dele, de tal forma que o encantasse e comovesse, atrasando-lhe o trabalho e transtornando-lhe a alma.

E cada deus oferece alguma coisa àquela criatura, que já nasce para colocar em desconserto a vida dos mortais.

Atena entrega à mulher um lindo vestido bordado, que lhe cobre as harmoniosas formas. Depois coloca-lhe um véu sobre o rosto sereno e enfeita-lhe a delicada cabeça com uma guirlanda de flores coloridas.

Quando a virgem está inteiramente vestida, Afrodite oferece-lhe a beleza infinita e os encantos que seriam fatais aos indefesos homens. Hermes presenteia-lhe com a língua.

Apolo confere-lhe suavíssima voz. Enfim a bela Pandora está pronta para cumprir sua missão. Mas antes de enviá-la em sua caminhada, Zeus entrega-lhe uma caixa coberta com uma tampa.

Nela estão contidas as misérias destinadas a assolar os mortais: reumatismo, gota, dores para enfraquecer o corpo humano. Quando Pandora chega ao mundo, encontra Epimeteu, irmão de Prometeu.

Tão logo a vê, ele se encanta, e comovido recebe de suas finas mãos a precisosa caixa que ela lhe oferta. É um presente de Zeus, declara Pandora.

E nem por um instante Epimeteu suspeita de que todo o sofrimento humano dali emergiria.

Ainda desorientado pelo deslumbramento que lhe causa a bela figura, esquece o juramento feito a seu irmão Prometeu de nunca aceitar um presente de Zeus.

Agradecido abre a tampa da caixa fatal. Imediatamente, saltam de dentro dela todas as desgraças do mundo. Entretanto no fundo do recipiente maldito permanesse um tesouro.

Um sentimento precioso, que poderia estragar toda a vingança dos deuses e destruir-lhes definitivamente qualquer praga: a esperança.

Zeus não quer que os homens esperem mais nada.

A um só gesto do deus, Pandora fecha a caixa, deixando a esperança calada no fundo, escondida para sempre.

E o homem perde seu paraíso.