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quarta-feira, 2 de maio de 2012

Artigos: A Influência da Mídia na Formação da Personalidade


Para o psiquiatra e psicoterapeuta de adolescentes Pawel (1996), a influência da mídia na formação da personalidade dos jovens, estimulando uma erotização precoce deve ser examinada com muita cautela, mas não elege a mídia como vilã, deformadora de mentalidades, exploradora da sexualidade, movida exclusivamente pelo desejo perverso de aumentar a demanda de um certo produto comercial. Pawel (1996) não acredita que a mídia seja um fenômeno isolado do restante da sociedade, ele simplesmente reflete e confere visibilidade aos anseios de seres humanos concretos que foram direta ou indiretamente consultados e que determinam os rumos da comunicação de massa. Pensa que entender os meios de comunicação como uma instância de poder aquém do nosso controle, manipuladora de consciências, é uma posição bastante cômoda quando se quer eximir-se da responsabilidade diante do processo social, que é de interesse de todos. Diz ainda que, antes de crucificar a mídia, deveríamos nos perguntar que sociedade queremos para nós e para nossos filhos, deveríamos parar e perguntar aos jovens com qual mundo eles sonham e, na medida do possível, ajudá-los a construí-lo. Pawel (1996) acredita que no momento que este diálogo tornar-se efetivo, a mídia estará permeada de programas excepcionais.
De uma maneira geral, a preocupação com a sexualidade na adolescência tem estado nos últimos tempos nas reportagens dos principais jornais e revistas. Diante das mudanças radicais que vem ocorrendo na sociedade, especialistas buscam descobrir onde está o ruído na comunicação entre a população adulta e jovem, qual é a melhor maneira de orientar os adolescentes em relação a sexualidade e o porque de tantos jovens engravidarem ou adquirirem doenças sexualmente transmissíveis como a AIDS com tanta incidência, embora a grande maioria conheça como prevenir-se e as conseqüências destes dois grandes problemas.
O ambiente familiar não é e nem precisa ser, necessariamente, a única fonte de informação dos jovens, mesmo porque o assunto é pauta nos principais locais de convívio social dos adolescentes, mas a importância de um bom relacionamento familiar e abertura de diálogo com os pais é essencial para a conquista de uma maturidade mais saudável e com menos crises. A disponibilidade para conversar e uma atitude mais flexível dos pais com certeza ajudarão o jovem que oscila entre o comportamento infantil e adulto a encontrar maior segurança e confiança na tomada de decisões importantes em suas vidas.
Segundo a psicopedagoga Felice (1996), a adolescência é a fase de trocas, mas isto não implica na ausência de limites, que são necessários e fundamentais para trazer segurança. O que deve ser estabelecido é a diferença entre autoridade e autoritarismo.
A palavra autoridade vem do latim, “auctoritate”, significa o direito legal de se fazer obedecer, dada a pessoa que tem direito, prestígio, influência ou domínio. Já o autoritarismo, que vem do latim “auctoritas”, é qualidade de autoritário, que se impõe pela autoridade de quem tem ou julga ter, trata-se de um ato impositivo e arrogante usado por aqueles que exercem poder absoluto e arbitrário (Fernandes, 1993).
Através do diálogo é possível estender um elo de ligação entre essas duas gerações, pais e filhos, tendo como base regras explícitas e firmes para que o jogo das relações seja mais honesto.