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terça-feira, 21 de agosto de 2012

Exposição "Lasar Segall"




A Pinakotheke Cultural apresenta a partir de 23 de agosto de 2012, para convidados, e do dia seguinte para o público, a exposição “Lasar Segall – Obras sobre papel: pinturas, desenhos e gravuras”, com 71 trabalhos do grande artista, feitos sobre papel, pertencentes a sua família. Grande parte das obras é inédita ao público, em seleção feita pelo curador Max Perlingeiro. “Quando propus à família do artista a realização desta exposição, já tinha consciência da dificuldade na seleção das obras, pois, como colecionador de papel, sei bem de seu extraordinário fascínio”, conta Max.  Foram meses de pesquisa “até chegar a um ponto onde nada mais poderia ser incluído e, muito menos, retirado”. A exposição abrange obras produzidas entre 1910 e 1956, na maior diversidade de técnicas e processos, e na maior variação temática já apresentada em uma única exposição sobre Lasar Segall. São 17 pinturas, 23 desenhos e 31 gravuras, entre retratos e autorretratos, flores e naturezas-mortas, figuras e grupos de figuras, judaísmo, brasileiros e europeus, negros e brancos, guerra, paisagens, animais, e séries importantes como “Emigrantes” (1926-1930) e “Mangue” (1926-1929).

Nascido em 1891 em Vilna, capital da Lituânia, cedo Segall aprende desenho, e viaja para estudar e expor em Berlim, depois Dresden e Amsterdã. Em 1912 e 1913 mora em São Paulo, onde estão seus irmãos. Nesse período, já tem obras suas adquiridas por coleções  brasileiras. De volta a Berlim, fica até 1923, quando se muda definitivamente para o Brasil, país que adota até sua morte, em 1957.

Max Perlingeiro desenhou a exposição de modo a que público possa apreciar a mestria de Segall como pintor, desenhista e gravador. “Ele experimentou uma grande diversidade de técnicas e processos na sua produção de obras sobre papel. Exímio gravador, transpunha todas as dificuldades com a leveza do seu traço marcante, mesmo nas obras de pequenas dimensões. Seu desenho pode ser comparado ao dos grandes mestres da sua geração, e a pintura é de uma refinada sofisticação”, observa o curador.  Ele destaca, dentre as pinturas, “Mulher sentada com rosto apoiado nas mãos” (c. 1952), onde o artista utiliza a técnica denominada “úmido sobre úmido”. “Trata-se de aplicar uma nova tinta sobre a tinta anterior, que ainda não está seca, e assim, ambas se misturam parcialmente sobre a superfície, fazendo surgir um resultado extraordinário. Os grandes aquarelistas, sobretudo os abstratos, utilizavam esta técnica com reqüência”, diz Max.

“A temática dos emigrantes foi abordada numa série de gravuras, realizadas entre 1926 e 1930, em grande parte a partir de fotografias e esboços colhidos durante suas viagens à Europa e, mais tarde, serviria como base para a realização de uma das suas obras monumentais: ‘Navio de emigrantes’ (1939-1941)”, conta o curador. Outra série importante é “Mangue”, realizada entre 1926 e 1929, a partir da estada de Segall no Rio de Janeiro, em 1923, quando ele conhece a célebre zona de prostituição no centro da cidade. São pinturas e gravuras feitas em metal e madeira, em 1928 e 1929, na França.

Uma temática recorrente na obra de Lasar Segal, o judaísmo está destacada na gravura “Vigília fúnebre”, de 1928, uma das obras que o artista fez após a morte de seu pai, Abel Segall, em 1927. Esta mesma imagem, Segall reproduz em pintura a óleo sobre tela, obra que exibimos nesta exposição.

A exposição na Pinakotheke resgata ainda várias obras apresentadas na marcante exposição de 1943, no Museu Nacional de Belas Artes – como as séries “Mangue” e “Emigrantes” – que causou enorme impacto e dividiu a opinião pública.

LIVRO
Na abertura da exposição será lançado um livro com a qualidade que marca a Editora Pinakotheke, com 176 páginas, em formato 22cm x 27cm, português/inglês, apresentação de Max Perlingeiro, e ensaio inédito no Brasil sobre Lasar Segall escrito por Jorge Schwartz, diretor do Museu Lasar Segall.  A relação de obras da exposição está dividida pela técnica utilizada, cada segmento apresentado por um texto histórico de grandes especialistas em sua produção. Assim, o capítulo Pinturas tem texto do chanceler Celso Lafer; Desenhos, do crítico Rodrigo Naves, e Gravuras, da historiadora Vera d’Horta, responsável também pela  cronologia de Lasar Segall, presente no livro.

Serviço: “Lasar Segall – Obras sobre papel: pinturas, desenhos e gravuras”
Abertura: 23 de agosto de 2012, às 20h
Visitação pública: 24 de agosto a 20 de outubro de 2012
Pinakotheke Cultural
Rua São Clemente 300, Botafogo
22260-000 – Rio de Janeiro – RJ
Telefones: (21) 2537-7566
E-mail: contato@pinakotheke.com.br
Horário: de segunda a sexta-feira, das 10h às 18h, e aos sábados, das 10h às 16 h.
A entrada é gratuita
Visitas escolares poderão ser agendadas pelo telefone 2537-7566
Estacionamento gratuito no local