MARCO NANINI ESTREIA MONÓLOGO COM DIREÇÃO DE GUEL ARRAES
"A Arte e a Maneira de Abordar seu Chefe para Pedir um Aumento", de Georges Perec, no Centro Cultural Correios
No palco, um homem apresenta um organograma - tão complexo quanto irônico - sobre as possibilidades de sucesso e fracasso na angustiante missão de pedir um aumento no salário. Nos bastidores, um diretor e um ator se lançam em um despretensioso exercício de linguagem teatral, após colher dezenas de êxitos na televisão, no cinema e nos palcos em 25 anos de parceria. Marco Nanini e Guel Arraes levam a obra do francês Georges Perec (1936-1982) pela primeira vez ao público brasileiro com a estreia de 'A Arte e a Maneira de Abordar seu Chefe para Pedir um Aumento' (1968), com produção de Fernando Libonati.
É algo totalmente diferente do que estamos acostumados a fazer. O texto não tem narrativa, não existe uma história clássica, mas tem aquilo que sempre nos ligou: o humor', analisa Guel, em seu terceiro projeto teatral com Nanini, depois de 'O Burguês Ridículo' (1996), co-dirigida por João Falcão, e 'O Bem Amado' (2007), co-dirigida por Enrique Diaz. 'É como se a gente tirasse um tempo para respirar e experimentar', reitera o ator, de volta aos palcos após o estrondoso sucesso de 'Pterodátilos' (2010), cuja atuação lhe rendeu os prêmios 23º Prêmio Shell, APTR, Faz a Diferença (Jornal O Globo), Revista Bravo Artista Prime do Ano, 5º Prêmio Contigo de Teatro, 4º Prêmio Revista Quem 2010 e Qualidade Brasil.
Desta vez, o desafio de Nanini recai na ausência de um personagem e, como disse Guel, na falta de um enredo tradicional. Em uma espécie de palestra de auto-ajuda - ou, como melhor define o diretor, anti-ajuda - o protagonista apresenta um intrincado manual combinatório de probabilidades para a hora em que vai procurar o seu chefe e pedir o esperado aumento. No decorrer das muitas tentativas, o texto sublinha o ridículo da situação e, ao retratar os meandros de uma grande empresa, ironiza a vida moderna e o mundo corporativo.
O despojamento da proposta de Perec foi outro ponto que os atraiu para o texto. Ao adotar um formato de conferência, a montagem levou a dupla a um trabalho de minúcias, em que a atuação é marcada por leves mudanças no temperamento do 'palestrante'. 'É um exercício, começamos a fazer sem compromisso nenhum. A ideia de Nanini e Libonati é aproveitar a simplicidade do monólogo para excursionar por vários bairros da cidade. Logo após a estreia no Centro Cultural Correios, o espetáculo já tem temporadas previstas no Galpão Gamboa (março) e no Teatro Ipanema (abril).
Encenado pela primeira vez no Brasil, Georges Perec fazia parte do grupo francês Oulipo, de escritores que criavam suas obras a partir de restrições técnicas. Tal experimentalismo o permitia criar um intenso jogo de palavras em todos seus textos. 'La Disparition' (1969), por exemplo, foi escrito sem que Perec usasse a letra "E" nas mais de 300 páginas do romance. Já em 'Les Revenentes' (1972) a mesma letra é a única vogal utilizada do início ao fim. Outro livro conhecido é 'La Vie: mode d'emploi', premiado com o Medicis em 1978. Seus outros trabalhos também são marcados pelo experimentalismo, por exercícios lingüísticos de alto virtuosismo e também pelo mais fino humor francês, privilegiando a observação e a ironia, caso do monólogo que chega agora aos palcos nacionais.
Serviço:
"A Arte e a Maneira de Abordar seu Chefe para Pedir um Aumento"
Temporada: 8 de setembro a 28 de outubro de 2012 - Sexta-feira a Domingo, às 19h
Local: Centro Cultural Correios (Rua Visconde de Itaboraí, 20 - Centro - Capacidade: 200 lugares)
Informações: 2253-1580 - Bilheteria: 2219-5165
Ingresso: R$ 20 ( meia entrada R$ 10)
Duração: 90 minutos
Classificação etária: 12. anos
Gênero: Comédia dramática
Patrocínio: Correios, Eletrobrás e Oi Futuro.
Temporada: 8 de setembro a 28 de outubro de 2012 - Sexta-feira a Domingo, às 19h
Local: Centro Cultural Correios (Rua Visconde de Itaboraí, 20 - Centro - Capacidade: 200 lugares)
Informações: 2253-1580 - Bilheteria: 2219-5165
Ingresso: R$ 20 ( meia entrada R$ 10)
Duração: 90 minutos
Classificação etária: 12. anos
Gênero: Comédia dramática
Patrocínio: Correios, Eletrobrás e Oi Futuro.