Páginas

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Mostra "Giorgio Morandi no Brasil"



A Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS, realiza, com o apoio do Museo Morandi, Itália, sua última exposição temporária do ano. Trata-se de exposição restrospectiva  dedicada à obra do pintor e gravador Giorgio Morandi. Com curadoria de Alessia Masi e Lorenza Selleri, “Giorgio Morandi no Brasil” traz para o espaço expositivo da Fundação cerca de 40 pinturas e 15 gravuras organizadas cronologicamente.

O conjunto permite a aproximação do público com o processo criativo e produtivo do artista italiano, calcado em questões como a forma, a significação dos objetos, o ritmo das pinturas e a influência da luz na representação pictórica – esta ultima a grande guia da obra de Giorgio Morandi. Quatro obras nunca antes apresentadas em solo brasileiro também compõem a seleção, além da projeção do documentário “La polvere di Morandi”, do cineasta Mario Chemello, sobre a vida do artista.

Sobre o artista

Giorgio Morandi nasce em 20 de julho de 1890, em Bolonha, cidade onde passa toda sua vida. Nas primeiras pinturas, datadas a partir dos anos 1910, demonstra uma precoce atenção aos impressionistas franceses e, em especial, por Cézanne; logo em seguida, se interessa por Derain, Henri Rousseau, Picasso e Braque. Concentra-se na grande tradição italiana estudando Giotto, Masaccio, Paolo Uccello e Piero della Francesca. Em meados dos anos 10, pinta obras que atestam uma experimentação futurista e, a partir de 1918, atravessa de modo muito pessoal uma breve fase metafísica. Em 1918 entra em contato com a revista e com o grupo “Valores Plásticos”, com quem expõem em Berlim, em 1921. A partir dos anos 20, inicia um percurso pessoal que perseguirá com particular coerência, mas também com resultados sempre novos, dedicando sua pintura a apenas três temas: naturezas mortas, paisagens e flores. Em 1930 obtém a cátedra de gravura na Academia de Belas Artes de Bolonha, cargo que ocupará até 1956. Inicialmente apoiado e admirado por escritores, em 1934 é apontado por Roberto Longhi como “um dos melhores pintores vivos da Itália”, durante aula inaugural na Universidade de Bolonha. Em 1939 recebe o segundo prêmio de pintura durante a III Quadrienal romana.  Em 1943, no auge da guerra, deixa Bolonha e se refugia em Grizzana, onde permanece até 25 de julho de 1944. Nesse período pinta numerosas paisagens. Em 1948, depois de ter exposto ao lado de Carrà e de De Chirico na Bienal de Veneza, recebe da Prefeitura de Veneza o prêmio de pintura.  Em 1953 conquista o I Prêmio de Gravura na II Bienal de Arte de São Paulo, onde expõe 25 águas-fortes. Em 1957, a Bienal de São Paulo lhe confere o Grande Prêmio de Pintura, tendo concorrido com Marc Chagall. Na última década, chega a uma pintura cada vez mais rarefeita. Morre em Bolonha, em 18 de junho de 1964.

Até 24 de fevereiro de 2013.