A Fundação Biblioteca Nacional – FBN/MinC promove de 3 a 7/12 com entrada franca, a mostra “Memória do Mundo”. Uma exibição com seis documentos e conjuntos documentais reconhecidos pela UNESCO como Memória do Mundo, reunindo cerca de 30 peças. Carta de Abertura dos Portos, gravuras da Oficina do Arco do Cego, óperas de Carlos Gomes, fotografias de D. Pedro II, coleção Alexandre Rodrigues Ferreira e Mapa e Atlas de Ciera fazem parte dessa mostra.
Desde a Antiguidade, bibliotecas e outras instituições culturais, como os arquivos e museus, atuam como lugares, por excelência, de preservação da memória e são dispensáveis para que a cultura se mantenha viva em todos os seus segmentos. Pensando assim, a UNESCO criou, em 1992, o Programa Memória do Mundo, que tem por missão identificar e preservar documentos essenciais para a memória da humanidade, tornando-os mais conhecidos e disponíveis à consulta. Instituições de todo o globo participam anualmente desse programa, em busca da valorização de suas mais importantes coleções.
E foi a coleção de fotografias Dona Thereza Christina Maria, que compreende 21.742 peças, a primeira entre as seis da lista brasileira. Essa é a única que tem a chancela do comitê internacional da UNESCO, recebida em 2003, e mais tarde pelos comitês nacional e regional (América Latina e Caribe). Numerosa e diversificada em termos geográficos e temáticos, a coleção é uma riquíssima fonte de estudos sobre o século XIX. Foi doada para BN pelo imperador D. Pedro II ainda em vida e hoje o conjunto é uma das maiores riquezas de nossa Biblioteca.
Em 2008, o comitê nacional reconheceu como patrimônio importante a Carta de abertura dos portos: o primeiro ato do príncipe regente D. João no Brasil. Assinada em 1808, na Bahia, autorizava o comércio brasileiro com os países em paz com Portugal, pondo fim ao antigo monopólio lusitano. Dois anos depois, a Carta recebeu o reconhecimento do comitê regional.
No ano seguinte, os manuscritos autógrafos de quatro óperas que integram a coleção de Carlos Gomes (período 1871-1878), pertencente à Divisão de Música e Arquivo Sonoro da Biblioteca Nacional, tiveram a chancela nacional. A coleção é formada por doze volumes encadernados: quatro do Il Guarany, quatro de Fosca, quatro de Salvator Rosa, além de uma pasta contendo quatro folders da obra Maria Tudor.
Já em 2010, o comitê nacional e, em 2011, o regional escolheram a coleção Alexandre Rodrigues Ferreira como acervo importante para a humanidade. Essa coleção reúne 191 documentos manuscritos e 1.180 desenhos que retratam a natureza, as pessoas e as povoações da Amazônia brasileira no final do século XVIII, quando a Coroa Portuguesa enviou à região uma expedição liderada pelo naturalista Alexandre Rodrigues Ferreira.
Por meio de gravuras da Oficina do Arco Cego feitas nos séculos XVIII e XIX, o público conhece mais sobre um importante empreendimento editorial dirigido pelo botânico brasileiro Frei José Mariano da Conceição Veloso: a Casa Literária do Arco do Cego. Essa valiosa contribuição para identificar a natureza brasileira foi adicionada à lista do comitê nacional no ano passado.
Este ano, tanto o comitê nacional como o regional incluíram os atlas e o mapa mural de Ciera como Memória do Mundo. Eles são únicos no planeta, e mostram demarcação de fronteiras entre os domínios das coroas espanhola e portuguesa na Região Sul da América Meridional. Produzidos pelo cartógrafo Miguel Antônio Ciera, abrangem desde a foz do rio da Prata até a confluência do rio Paraguai com o Jauru.
“Memória do Mundo” faz parte da celebração dos 202 anos da Biblioteca Nacional, 20 anos do programa Memória do Mundo – UNESCO e cinco anos do Comitê Brasil Memória do Mundo – UNESCO. Ela é uma pequena demonstração de uma grande exposição programada para o primeiro semestre de 2013.
Memória do Mundo
De 3 à 7 de dezembro no 3º andar da Biblioteca Nacional.
Endereço: Avenida Rio Branco, 219 – Centro – Rio de Janeiro
Horário de visitação: Segunda a sexta de 09h00 às 20h00, sábado de 09h00 às 17h00, domingos e feriados de 12h00 às 17h00.
Entrada Franca.