A autonomia não significa isolamento. Ela deve ser ponto de partida para que a escola possa fornecer a possibilidade de uma aprendizagem significativa, na qual os educandos e professores compreendam os problemas do mundo que os cercam e fazer uso do conhecimento para solucionar problemas e achar novos caminhos.
Por isso há necessidade de uma política de reforço da autonomia das escolas, de modo a fornecer condições para que a mesma seja possível em cada escola de acordo com as suas especificidades locais. Nesta perspectiva, surge a importância da participação do apoio técnico e administrativo dos profissionais da escola na gestão da ação educativa.
Gestão significa dar direção ao processo de organização e funcionamento da escola, comprometida com a formação do indivíduo. Um dos objetivos do processo de gestão é o de transformação. Para que isso ocorra, a escola deve oportunizar condições para o aprendizado, para que as convicções se construam através do diálogo e respeito e as práticas se efetivem coletivamente.
Atuamente muitos professores, perplexos diante das rápidas mudanças questinam-se sobre o futuro de sua profissão, muitos com receio de perdê-la sem saber o que devem fazer. Para analisar o contexto educacional e currícular é necessário compreender a evolução das idéias pedagógicas brasileiras e suas influências na atividade docente. Para isso é fundamental recorrer à história e à origem do currículo, bem como as suas questões atuais.
O currículo é a ligação entre cultura e sociedade exterior à escola e à educação entre o conhecimento e a cultura herdados e a aprendizagem dos alunos, entre a teoria e a prática.
A escola deve ser o ambiente em que pais e professores promovam a educação, assim como toda a comunidade deve participar, criando condições e buscando recursos para que os pais e professores possam desempenhar sua missão. Somente desta forma a escola deixará de ser um meio de perpetuar os vícios da sociedade para tornar-se um local acolhedor em que os alunos e profissionais se reúnam entre si a fim de tomarem consciência e decisões mais esclarecidas sobre suas vidas, a partir de aprendizagens significativas.
"Porém, essa transformação não é fácil. Isso porque não é possível fazer uma mudança profunda na escola enquanto não se fizer também uma profunda mudança social, que proponha novos ideais comunitários e pessoais com um nova maneira de ver a realidade e a história e que valorize de formas diferentes a educação do povo e a cultura popular." ( Nidelcoff, M. T op. At. P. 19)
Além disso, a compreensão dos condicionamentos políticos e sociais que interferm no cotidiano escolar promovem a integração com a comunidade, construindo relações de cooperação que favoreçam a formação de redes de apoio e a aprendizagem recíproca.
A escola deve ser assumida como espaço de inclusão, de aprendizagens e de socialização, pedagogias diferenciadas, progressão continuadas, avaliação por competências, flexibilidade do currículo e da trajetótia escolar. A promoção da melhoria do ensino brasileiro e a sua evolução estão provocando uma mudança de paradigmas em relação à administração escolar, passando a denominar-se gestão escolar. A educação escolar tem como desafios, compromissos e tendências, a formação do cidadão para o exercício da cidadania ativa, a inclusão social.
No Brasil, embora a gestão democrática da educação se fundamente em normas jurídicas desde a Constituição Federal de 1988, sua regulamentação tem sugerido uma diversidade de interpretações que variam segundo o local e agentes envolvidos. A última década tem se apresentado como um momento crucial nas formulações das propostas no campo educacional, inclusive na gestão educacional.
REFERÊNCIAS
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Cervi – Curitiba: IBPEX, 2005.
CIP – BRASIL. Catalogação na fonte – Sindicato Nacional dos Editores de Livros, Rio de Janeiro. – Espaço: informativo técnico-científico do INES. No 8 (agosto – dezembro – 1997). Rio de Janeiro: INES, 1997.
GADOTTI, M. Perspectivas atuais da educação. Porto Alegre, Ed. Artes Médicas, 2000.
PILETTI, Claudino. Didática Geral – Série: Educação. Ática: 20 Edição: 1997. REVISTA NOVA ESCOLA. Ed. 188. dezembro/2005. – pág. 26 à 28.
UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ. Curso Superior de Pedagogia: Módulo 2: Londrina: UNOPAR 2006