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quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Artigos: Sistema Nervoso



Cada movimento in­consciente, como o piscar dos olhos, até a ação voluntária de levantar os braços, depende do sistema nervoso. Esse sofisticado mecanismo espalha-se por todas as partes do corpo, trazendo inúmeras informações, transmitindo ordens e estimulando as ações musculares e dos demais órgãos. Sendo assim, o sistema nervoso constitui uma complexa rede transmissora que possibilita a relação do organismo com o ambiente, seja ele externo (fora do corpo) ou interno (dentro do corpo).
O sistema nervoso é formado pelas seguintes estruturas:
  • sensoriais, que captam estímulos externos e internos;
  • integradoras, que processam e guardam as sensações nervosas;
  • motoras, que produzem movimentos musculares e secreções glandulares.
Resumo do sistema nervoso
O ser humano apresenta o sistema ner­voso mais complexo de todos os seres vivos; sendo composto pelo sistema nervoso cen­tral (o encéfalo e a medula espinhal) e os ner­vos periféricos, que servem todas as partes do corpo.
Os animais invertebrados possuem siste­mas muito mais primitivos. Uma esponja, por exemplo, não tem nervos, são aneuromiários. Comparação entre os Os cnidários possuem uma rede espalhada vários tipos de sistemas de células nervosas, que forma o sistema ner­voso difuso, enquanto os platelmintes apre­sentam um sistema ganglionar, com gânglios cerebrais e um par de cordões nervosos. As minhocas apresentam uma disposição seme­lhante, que consiste em nervos laterais que se ramificam em cada segmento do corpo. Nos insetos, o gânglio cerebral forma um "cé­rebro rudimentar" que controla as diversas ati­vidades.


Os neurônios

As células nervosas ou neurônios são especializadas na propagação dos impulsos ner­vosos. A estrutura dessas células é formada por:
  • corpo celular;
  • dendritos (expansões do corpo celular);
  • axônio;
  • telodendros (ramificações terminais dos axônios).
Veja mais em: Neurônios


Sinapse

É a região entre os terminais axônicos de um neurônio e a superfície de outra célula, que pode ser um outro neurônio, um músculo ou uma glândula. As mais comuns são: sinapse entre um neurônio e outro neurônio, e entre um neurônio e uma fibra muscular (neuromuscular).
Por meio do impulso nervoso há liberação de mediado­res químicos, que atravessam a sinapse e podem excitar ou inibir a célula seguinte.
São mediadores químicos ou neurotransmissores: acetilcolina, adrenalina [epinefrina), noradrenalina {norepinefrina), serotonina, dopamina.
Veja mais em: Sinapse do Neurônio


Divisões do sistema nervoso

O sistema nervoso pode ser dividido em central e periférico.

Sistema nervoso central (SNC)

Partes do sistema nervoso central
Encéfalo

  • Cérebro: Recebe os estímulos dos órgãos dos sentidos, controla a mus­culatura esquelética (voluntária) e é responsável pela memória e inteligência.
  • Cerebelo: Controla os movimentos e o equilíbrio do corpo.
  • Bulbo: Regula os batimentos cardíacos e a respiração.
Medula espinhal
É um órgão ligado ao bulbo e aos 31 pares de nervos raquidianos que funciona como uma estação retransmissora para o encéfalo. As informações colhidas nas várias regiões do corpo chegam à medula e são retransmitidas ao encéfalo para serem anali­sadas. Grande parte das ordens elaboradas no encéfalo passam pela medula para chegar ao seu destino.
Os órgãos do SNC são protegidos por três membranas formadas por tecido conjuntivo, as meninges e pelos ossos do crânio e da coluna vertebral. A meninge mais exter­na denomina-se dura-máter, a intermediária arac­nóide  (semelhante a uma teia de aranha) e a membrana permanece em contato direto com a massa nervosa, chama-se pia-máter. Entre a aracnóide e a pia-máter e tam­bém no interior das cavidades do sis­tema nervoso, circula o líquido cefalorraquidiano, que funciona como proteção complementar do encéfalo e da medula, amortecendo os choques mecânicos, como no caso de uma batida na cabeça.

Sistema nervoso periférico (SNP)

Sistema nervoso periférico
O sistema nervoso periférico é dividido em somático ouvoluntário e visceral ou autônomo.

SNP somático
O SNP somático é constituído por nervos e gânglios nervosos. Existem dois tipos de nervos periféricos: os cranianos (12 pares), que partem do encéfalo, e os raquidianos (31 pares), que partem da medula.
Os 12 pares de nervos cranianos atuam sobre os músculos que movem a cabeça e a face e trazem sensações dos órgãos dos senti­dos. Já os 31 pares de nervos raquidianos trazem os estímulos da pele e dos órgãos viscerais (nervos sensitivos) e levam estímulos para a musculatura do corpo (nervos motores).
Nervos
Os nervos são conjuntos de fibras nervosas (axônios ou dendritos) envolvidos por tecido conjuntivo, com vasos sangüíneos que nutrem essas fibras. Os nervos transmitem impulsos nervosos das diversas regiões do corpo para o SNC e vice-versa.
Os nervos são classificados em:
  • sensitivos (aferentes);
  • motores (eferentes);
  • mistos (formados por fibras motoras e sensitivas).
As fibras nervosas sensitivas levam os impulsos do ambiente externo (pele) e interno (órgãos) até o sistema nervoso central.
Esses impulsos passam pela substância branca da medula e chegam ao encéfalo, onde são interpretados.
Em resposta, as fibras nervosas motoras transmitem os impul­sos do SNC até o local estimulado como os músculos.
SNP autônomo
O SNP autônomo é constituído por nervos simpáticos e parassimpáticos que agem de forma contrária, ou seja, quan­do um inibe, o outro estimula determi­nada função e vice-versa. Na verdade, o sistema autônomo regula as atividades que não dependem de nossa vontade, como os batimentos cardíacos, os movi­mentos peristálticos, a contração ou dilatação das pupilas, o controle da mus­culatura da bexiga, etc.
Comparação entre as atividades dos nervos simpáticos e parassimpáticos
 
SIMPÁTICO
PARASSIMPÁTICO
pupilas
dilata
contrai
estômago
paralisa
excita
intestino
paralisa
excita
bexiga
relaxa
contrai
útero
relaxa
contrai
coração
acelera
(taquicardia)
retarda
(bradicardia)
vasos sanguíneos
contrai
(a pessoa fica pálida)
dilata
(a pessoa fica vermelha)
Devemos destacar que o sistema nervoso simpático transforma o glicogênio armazenado no fígado e nos mús­culos em glicose, liberando-a no sangue. Algumas fibras do sistema nervoso simpático estimulam também a meduIa das adrenais, que produz adrenalina e noradrenalina. Esses hormônios (juntamente com o cortisol, produzido no córtex das adrenais) reforçam a ação do sistema nervoso simpático, aumentando a duração do estado de alerta e a resistência física. Desse modo, o organismo se prepara para enfrentar as situações de perigo.

 
Conclusão

A complexa rede do sis­tema nervoso central estende-se desde o cérebro até a medula espinhal, a fim de cobrir todas as partes do corpo. Os nervos do sistema periférico conduzem nos dois sentidos. As mensagens são le­vadas ao cérebro (nervos sensitivos), onde são interpretadas. Depois disso, o cérebro manda instruções para os órgãos e tecidos (nervos motores), o que nos permite reagir.