Editora Interciência lança, em dois volumes, livro sobre símbolo do Rio de Janeiro: a Baía de Guanabara.
Dezesseis anos após a publicação do livro original “Baía de Guanabara e Ecossistemas periféricos – Homem e Natureza” estão sendo lançados, em dois volumes, em versão revisada, ampliada e atualizada os livros: “Bacia da Baía de Guanabara: Características Geoambientais, Formação e Ecossistemas” e “Baía de Guanabara: ocupação histórica e avaliação ambiental”.
Memória viva de Elmo Amador, os livros são um grande legado deixado pelo ponto de vista geológico-ambiental sobre a sua grande paixão: a Baía de Guanabara. Retomando estudos pioneiros de Hartt (1870), Backheuser (1918), Ruellan (1944) e Lamego (1948), o autor construiu a obra baseada em pesquisas realizadas desde o final da década de 1960. No início da década de 1970, as praias fósseis da Baía de Guanabara foram objetos de análise por Elmo Amador. No ano de 1975, o autor realizou estudos sobre os sedimentos no fundo da bacia, revelando uma relação nas taxas de assoreamentos com ações antrópicas. Devido a essa descoberta, tornou-se impossível entender o quadro ambiental sem uma pesquisa da ocupação histórica. Em 1997 o autor defendeu sua tese de doutorado sobre a Baía de Guanabara na Geografia da UFRJ.
Os livros objetivam a integração, a sistematização e a atualização desses estudos que vêm sendo produzidos na Bacia contribuinte da Baía de Guanabara. Visam retomar a visão holística em um esforço de horizontalização e a tentativa de resgate da abordagem geográfica global. A Baía de Guanabara foi escolhida como objeto de estudos por ser emblemática e uma genuína representante dos frágeis e produtivos ecossistemas costeiros tropicais que foram submetidos a uma rápida degradação ambiental e social.
Autor:
Elmo da Silva Amador nasceu em 22/08/1943 em Itajaí-SC, e morou no Rio de Janeiro desde 1950. Geógrafo, Mestre e Doutor em Ciências pela UFRJ. Professor do IGEO - UFRJ, onde atuou na graduação e pós-graduação dos cursos de Geografia e Geologia. Ocupou diversos cargos públicos, entre os quais: Diretor do Instituto de Geociências da UFRJ; Diretor da FEEMA, Vice-Diretor da ADUFRJ; e Vice-Presidente da AGB-RJ. Também chefiou o Laboratório de Sedimentologia da Geologia UFRJ onde desenvolveu pesquisas desde 70, relacionadas à Geologia do Quaternário, Baía de Guanabara, ambientes costeiros e meio ambiente.
Como resultado de suas pesquisas e militância política-ambiental foram obtidas importantes vitórias para a Baía de Guanabara, entre as quais: a Criação da APA de Guapimirim; inclusão da Baía de Guanabara na Constituição Estadual como APP de Relevante Interesse Ecológico; declaração da Baía de Guanabara como Patrimônio da Humanidade na Rio-92; tombamento da orla de Botafogo e inclusão do assoreamento como problema ambiental da baía. Elmo Amador faleceu em 30 de junho de 2010 no Rio de Janeiro.