De acordo com dados da SLU (Superintendência de Limpeza Urbana), Belo Horizonte produz cerca de 4700 toneladas de lixo por dia. Os problemas decorrentes da produção de resíduo em larga escala são vários e incluem questões de ordem econômica e ambiental, como a poluição, a vida útil dos aterros sanitários e a necessidade de reaproveitamento dos materiais. Neste contexto, o papel desempenhado pelos catadores é fundamental para a gestão do resíduo produzido. Apesar disso, estes trabalhadores ainda enfrentam desafios como o preconceito, más condições de trabalho e o reconhecimento da profissão. O Trabalho dos Catadores e Seus Desafios é o foco da discussão realizada no evento Café Controverso, realizado no Espaço do Conhecimento UFMG, no sábado, 30 de novembro, a partir das 11h. O debate contará com as presenças de Fábio Godoy, administrador da ASMARE, e da professora Adjunta de Direito do Trabalho da UFMG, Daniela Muradas Reis. O evento é gratuito.
Novos Caminhos
A criação da ASMARE (Associação dos Catadores de Papelão e Material Reaproveitável), em maio de 1990, significou uma conquista importante para o contingente de pessoas que viviam da coleta dos resíduos, grupo formado em grande maioria por moradores de rua. Naquele momento a iniciativa serviu para potencializar o trabalho dos catadores, estabelecendo parcerias e criando um local de referência para eles além de fortalecer suas noções de cidadania organização. Hoje, mais de duas décadas depois, vários problemas persistem, como o preconceito, a informalidade e as más condições de trabalho.
O administrador da associação, Fábio Godoy, fala sobre os trabalhos realizados para melhorar a qualidade de vida dos catadores, incluindo a substituição do carrinho utilizado atualmente por um veículo motorizado. “Conversamos com possíveis parceiros para viabilizar a substituição dos carrinhos movidos à tração humana por algo mais adequado à função exercida,” explica.
Quanto à informalidade, Godoy conta que os catadores são incentivados a pagar as taxas assim que se associam: “Devido à trajetória dessas pessoas, já que boa parte é composta de moradores e ex-moradores de rua, muitos não dão à devida importância aos encargos trabalhistas”, conclui.
Além do Café Controverso, o público poderá conhecer um pouco mais da história dos catadores através da Exposição Seu Lixandre – Narrativas de catação, no 2° andar do Espaço do Conhecimento UFMG. A exposição vai até 28 de fevereiro de 2014.
Os Cafés do Espaço
Com o intuito de gerar um ambiente de encontro e intercâmbio de informações, o Espaço do Conhecimento UFMG promove atividades aos sábados em seu café, sempre no final da manhã, às 11 horas. O Café Controverso tem a participação de dois convidados com pontos de vista distintos sobre a temática discutida. Já o Café com Conhecimento é a oportunidade de conhecer e conversar mais sobre um determinado assunto, a partir da contribuição de uma pessoa especializada na questão. Em ambos, o público tem um papel fundamental para a dinâmica das discussões, uma vez que não atua somente como ouvinte, mas como participante ativo.
O Espaço do Conhecimento UFMG estimula a construção de um olhar crítico acerca da produção de saberes através da utilização de recursos tecnológicos e lúdicos. Sua programação diversificada inclui exposições, cursos, oficinas e debates. Integrante do Circuito Cultural Praça da Liberdade, o Espaço do Conhecimento é fruto da parceria entre a operadora TIM, a UFMG e o Governo de Minas. O Espaço conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais – FAPEMIG e com o patrocínio da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais – CODEMIG.
Serviço
Café Controverso: O trabalho dos catadores e seus desafios
Data: 30 de novembro, 11h
Local: Espaço do Conhecimento UFMG - Circuito Cultural Praça da Liberdade
Entrada Franca
Mais informações: www.
Informações para a Imprensa: (31)34098351 ou imprensa@
