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quarta-feira, 30 de julho de 2014

ENSP debate hábitos saudáveis e alimentação


Relacionada entre as mais graves pandemias modernas, a obesidade e o sobrepeso são o quinto principal fator de risco de disfunção global. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença está relacionada a uma série de fatores, como hábitos alimentares e inatividade física, além de causas biológicas, comportamentais e psicológicas. Vista como um dos maiores problemas de saúde pública do século XXI, a obesidade afeta todos os países em graus variados, principalmente os grupos socioeconômicos mais baixos. Tendo em vista que a má alimentação contribui significativamente para o aumento da obesidade no Brasil e no mundo, e o fato de ser um dos fatores de risco para as Doenças Crônicas Não Transmissíveis, o Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria (CSEGSF/ENSP) realizará um encontro, cujo objetivo é discutir a importância dos hábitos alimentares, da atividade física, do estilo de vida saudável, do emagrecimento e do controle de peso na promoção da saúde. O evento,coordenado pela Equipe de Nutrição do CSEGSF, acontece na quinta-feira (31/7), às 10 horas.

A atividade é aberta ao público e faz parte de uma serie de três reuniões promovidas ao longo deste ano com usuários e profissionais do Centro de Saúde. Segundo a nutricionista do Centro de Saúde, Ana Fittipaldi, a alimentação tem papel fundamental na construção de uma vida saudável; e vários aspectos contribuem para isso. "Evitar doces, balas e refrigerantes, diminuir o consumo de alimentos gordurosos e aumentar o consumo de frutas, legumes e verduras. Ter uma vida mais ativa, com pelo menos 30 minutos de atividades físicas, diminuir o consumo de sal, alimentar-se de feijão pelo menos uma vez ao dia, fazer três refeições diárias, com um lanche intermediário e evitar a ingestão de bebidas alcoólicas, são alguns aspectos que podem contribuir para a alimentação e vida saudável”, apontou ela.

Obesidade atinge mais da metade da população brasileira 

A pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2012), do Ministério da Saúde, mostra que 51% da população acima de 18 anos está acima do peso ideal. Em 2006, o índice era de 43%. Pela primeira vez, o percentual de pessoas com excesso de peso superou mais da metade da população brasileira. O aumento atinge tanto a população masculina quanto a feminina. Entre os homens, o excesso de peso atinge 54% e entre as mulheres, 48%. O estudo revelou que a obesidade cresceu no país, atingindo o percentual de 17% da população. Em 2006, quando os dados começaram a ser coletados pelo Ministério, o índice era de 11%.

Apesar de a obesidade estar relacionada a fatores genéticos, há importante influência significativa do sedentarismo e de padrões alimentares inadequados no aumento dos índices brasileiros. Forte aliado na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis, o consumo de frutas e hortaliças está sendo deixado de lado por uma boa parte dos brasileiros.

Apenas 22,7% da população ingerem a porção diária recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de cinco ou mais porções ao dia. Outro indicador que preocupa é o consumo excessivo de gordura saturada: 31,5% da população não dispensam a carne gordurosa e mais da metade (53,8%) consome leite integral regularmente. Os refrigerantes também têm consumidores fieis - 26% dos brasileiros tomam esse tipo de bebida ao menos cinco vezes por semana.

A obesidade no mundo

Segundo a Organização Mundial da Saúde, estar acima do peso é tão comum atualmente que existe o risco da condição virar norma no continente europeu. Um novo estudo da agência mostra que na Europa, 33% das crianças com 11 anos de idade estão obesas e o índice é de 27% para adolescentes de 13 anos. A análise avaliou 53 países europeus, sendo que a Grécia é a nação com mais meninos e meninas de 11 anos acima do peso. Na sequência vem Portugal: 32% das crianças dessa idade estão obesas. Em 23 países, mais de 30% dos adolescentes não pratica atividade física suficiente. Para mulheres adultas, o índice da falta de exercício chega a ser de 76% entre as sérvias.

Plano visa reduzir obesidade mundial até 2020

A Organização Mundial de Saúde aprovou em 2013 uma resolução que recomenda esforços para a progressão da obesidade no mundo até 2020. Ela estabelece um plano de ação contra as doenças não transmissíveis (cardiovasculares, câncer, respiratórias crônicas e diabetes), por intermédio do combate a uma série de fatores de risco, entre os quais a obesidade. A ideia é reduzir, em média, 30% do consumo de sal e aumentar em 20% as atividades físicas.

A estimativa da OMS é que há mais de 40 milhões de crianças com menos de 5 anos com excesso de peso. Dados da Pesquisa de Orçamento Familiar do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, apontam que, em 2009, 21,7% dos brasileiros na faixa de 10 a 19 anos estavam com excesso de peso. Em 1970, o índice estava em 3,7%. Para os especialistas, é fundamental que os governos estimulem e facilitem o acesso a frutas e legumes. Também há recomendações para incentivar as crianças à alimentação saudável. As últimas projeções da OMS indicam que pelo menos um adulto, em cada três, sofre com sobrepeso e que um, em cada dez, é obeso.

Serviço:
Data: 31 de julho 2014
Horário: a partir das 10 horas
Local: Gaiola do Centro de Saúde. Rua Leopoldo Bulhões, número 1480, Manguinhos – Rio de Janeiro