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quinta-feira, 30 de outubro de 2014

MUSEU DAS MINAS E DO METAL RECEBE EXPOSIÇÃO DE CARLOS BRACHER

Exibindo Igreja de São Francisco de Assis, Ouro Preto - óleo sobre tela.jpg

Em cartaz de 1º a 23 de novembro, mostra é parte da programação da 37ª Semana do Aleijadinho
e tem entrada franca. Programação paralela terá palestras e lançamento de livro e documentário

O MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal será palco da 37ª Semana do Aleijadinho, que este ano celebra o bicentenário de morte do escultor ouro-pretano. De 1º a 23 de novembro de 2014, o espaço, noCircuito Cultural Praça da Liberdade, recebe pela primeira vez uma mostra de artes plásticas, com parte da exposição Aleijadinho 200 Anos: Tributo de Bracher, do artista plástico Carlos Bracher. São 30 telas produzidas a partir das principais obras de Antônio Francisco Lisboa. Haverá ainda a palestra “Aleijadinho arquiteto” no dia 6 e um seminário, no dia 22, com palestras, performance artística, exibição de documentário inédito e lançamento de livro sobre o projeto com Bracher. A entrada é gratuita.


A exposição Aleijadinho 200 Anos: Tributo de Bracher é uma série comemorativa composta por 80 telas, cuja exposição é dividida entre Belo Horizonte, Ouro Preto e Congonhas. Conhecedor do Barroco Mineiro, Carlos Bracher aceitou o desafio de concebê-las especialmente para o evento. Muitos trabalhos foram produzidos ao ar livre, estabelecendo um diálogo contemporâneo entre a sua arte e o acervo do homenageado. O roteiro de produção das pinturas passou por obras de Aleijadinho localizadas em Congonhas, Ouro Preto, Sabará, São João del-Rei, Tiradentes e Mariana. Óleo sobre tela, aquarela e uma aplicação híbrida nunca antes usada pelo artista, que se aproxima do realismo de uma fotografia, foram as técnicas empregadas.

“Aleijadinho foi um escultor de talento inquestionável. A grandiosidade de sua arte, repleta de religiosidade fervorosa, vem do abismo da alma. Ao observar extraordinária magnitude, procurei imprimir a minha emoção em telas, no entanto, sem descaracterizar a aura que envolve as obras”, relata o artista plástico. Todos os passos da performance de Carlos Bracher foram registrados no documentário inéditoNos passos de Aleijadinho, de Frederico Tonucci, ambientado nas cidades por onde ele passou, e no livroAleijadinho: 200 Anos (Editora Graphar), organizado por Paulo Lemos e que apresenta imagens e artigos escritos por especialistas. Ambos serão apresentados durante o seminário do dia 22, sábado.

O seminário, que acontece das 14h às 18h, contemplará palestra com o médico Geraldo Barroso, participante da última exumação dos restos mortais de Aleijadinho e que abordará os aspectos controversos de sua doença. Autor do livro Doenças e mistérios de Aleijadinho (Lemos Editorial, 2005), Barroso contará sobre o processo de pesquisa e o difícil diagnóstico retrospectivo, fundamentado em relatos e biografias documentadas à época em que viveu o artista. O arquiteto, professor e historiadorAlexandre Mascarenhas falará sobre as moldagens de gesso como instrumento de proteção, preservação e perpetuação da obra de Antônio Francisco Lisboa, e o escultor Luciomar de Jesus destacará o legado de Aleijadinho nas artes contemporâneas, bem como fará uma performance com argila. Para participar do seminário é necessário fazer inscrição pelo e-mail 37semanadoaleijadinho@gmail.com.

Antes, no dia 6, quinta-feira, às 19h30, o MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal recebe, dentro de sua programação cultural Toda Quinta e Muito Mais..., o professor de arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) André D’Angelo, para a palestra “Aleijadinho arquiteto”. O especialista enfocará a atuação de Aleijadinho como arquiteto e o trânsito de culturas na produção artística de Minas Gerais entre os séculos XVIII e XIX. D’Angelo destacará ainda a influência das fontes literárias e iconográficas na obra arquitetônica de Antônio Francisco Lisboa entre 1762 a 1810, bem como quais foram seus principais mestres e seus ensinamentos para o artista mineiro.

Semana do Aleijadinho
Em uma iniciativa da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em Ouro Preto, a Semana do Aleijadinho foi criada em 1968, mesmo ano de fundação do Museu Aleijadinho. O evento tem a finalidade de homenagear o grande ícone do Barroco Mineiro, contribuindo para a preservação da memória artística, histórica e cultural do estado e a valorização de artistas contemporâneos. A programação, que tradicionalmente acontece em Ouro Preto, neste ano chega às cidades de Belo Horizonte – com programação também na sede da Imprensa Oficial de Minas Gerais –, Congonhas, Tiradentes, São João del-Rei, Mariana e Sabará, com atividades em novembro. Outras informações emwww.semanadoaleijadinho.com.br.

Carlos Bracher
Pintor, desenhista, escultor e gravador, nasceu em Juiz de Fora em 1940. Frequentou, em 1959, aSociedade de Belas Artes Antônio Parreiras em sua cidade natal. Em Belo Horizonte, foi aluno de Fayga Ostrower na UFMG em 1965 e 1966. Estudou técnicas de mural e mosaico com Inimá de Paula na Escola Municipal de Belas Artes. Em 1967, recebeu o prêmio de viagem ao exterior do Salão Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro. Foi para a Europa, fixando-se em Paris e Lisboa, onde estudou pintura e expôs em galerias locais. Retornou ao Brasil em meados de 1970, quando passou a residir em Ouro Preto. Em 1989, foi realizada a exposição retrospectiva de seus 30 anos de trabalho, intitulada Pintura Sempre, em Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Curitiba. No ano seguinte, pintou uma série de quadros em homenagem ao centenário da morte do pintor holandês Vincent van Gogh, que foi exposta em várias galerias e museus do Brasil e exterior. Já foram lançados vários livros sobre sua obra, entre eles, Bracher(Métron, 1989), do crítico Olívio Tavares de Araújo, e Bracher: Do ouro ao aço (Salamandra, 1992).

Aleijadinho
Nascido em Ouro Preto, então Vila Rica, por volta de 1737 – não há um registro oficial de seu nascimento –, Aleijadinho morreu na mesma cidade em 18 de novembro de 1814. Filho do mestre de obras e arquiteto português Manuel Francisco Lisboa e sua escrava Isabel, desde criança mostrava dom para a arte. Aos 40 anos, foi acometido de uma doença degenerativa nas articulações, o que o deixou fisicamente debilitado e motivo pelo qual ganhou o apelido. Em suas intervenções artísticas, Antônio Francisco Lisboa usou diversos tipos de materiais, como a madeira e a pedra-sabão, além de misturar vários estilos barrocos. Toda a sua obra foi realizada em Minas Gerais, especialmente nas cidades de Ouro Preto, Sabará, São João del-Rei e Congonhas. Os principais monumentos que contêm seus trabalhos são a Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto, e o Santuário Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas.

Realizada por meio das leis Estadual e Federal de Incentivo à Cultura, com patrocínio da Gerdau e da Vale, a 37ª Semana do Aleijadinho é uma realização do Museu Aleijadinho e da Editora Graphar - Ouro Preto. Já a programação Toda Quinta e Muito Mais..., do MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal, é realizada por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, com patrocínio da Gerdau.


SERVIÇO

37ª Semana do Aleijadinho – Exposição Aleijadinho 200 Anos: Tributo de Bracher, com obras de Carlos Bracher
  • Período: 1º a 23 de novembro de 2014
  • Local: Praça de Convivência – MM Gerdau - Museu das Minas e do Metal
  • Horário: Terça a domingo, das 12h às 18h (quinta, das 12h às 22h)
  • Entrada franca

Toda Quinta e Muito Mais... – palestra Aleijadinho arquiteto, com André D’Angelo
  • Data: 6 de novembro de 2014, quinta-feira
  • Local: Auditório Bateia – MM Gerdau - Museu das Minas e do Metal
  • Horário: 19h30
  • Entrada franca

37ª Semana do Aleijadinho – Seminário com palestras, performance artística, exibição de documentário e lançamento de livro sobre o projeto com Carlos Bracher
  • Data: 22 de novembro de 2014, sábado
  • Local: Auditório Bateia – MM Gerdau - Museu das Minas e do Metal
  • Horário: 14h às 18h
  • Inscrições gratuitas pelo e-mail 37semanadoaleijadinho@gmail.com


MM Gerdau - Museu das Minas e do Metal
Com 18 salas e 44 atrações, o MM Gerdau abriga um importante acervo sobre mineração e metalurgia. Usa recursos tecnológicos para destacar, de forma lúdica e interativa, a importância dos metais e minerais no cotidiano das pessoas. Além disso, marca a relação entre a história e as expressões culturais de Minas Gerais com a riqueza de seus recursos naturais. O Museu foi aberto ao público em 22 de junho de 2010 e desde 1º de dezembro de 2013 está sob a gestão da Gerdau, líder no segmento de aços longos das Américas e uma das principais fornecedoras de aços especiais no mundo. O MM Gerdau integra o Circuito Cultural Praça da Liberdade e ocupa o antigo edifício da Secretaria de Estado da Educação, inaugurado em 1897 e tombado pelo Iepha/MG. O projeto de ampliação e adequação do prédio é do arquiteto Paulo Mendes da Rocha. A museografia é assinada por Marcello Dantas. O MM Gerdau - Museu das Minas e do Metal tem o certificado de excelência do TripAdvisor e foi a primeira instituição museológica do Brasil a receber a certificação do Instituto Herity em gestão da qualidade do patrimônio cultural.

Endereço: Praça da Liberdade S/N, Prédio Rosa - Funcionários
Telefone: (31) 3516-7200
Funcionamento: Terça a domingo, das 12h às 18h (quinta, das 12h às 22h)
Entrada franca