Páginas

sábado, 25 de abril de 2015

Pesquisa Nascer no Brasil é citada por jornal do Paraná

A pesquisa Nascer no Brasil, coordenada pelas pesquisadoras da ENSP Maria do Carmo Leal e  Silvana Granado, foi citada pelo jornal Folha de Londrina nesta segunda-feira, dia 20. O estudo serviu de fonte para uma reportagem que contrasta os benefícios do parto normal e da cesariana. Veja o texto completo abaixo.
 
 
'Não ter dor na cesárea é mito'
 
Se há milênios os bebês nascem de partos normais, porque a cesárea se popularizou? Para responder esta pergunta, o presidente do CRM-PR, Maurício Ribas, explica que a cesariana é parte da expansão feminina e da evolução da medicina.
 
"Antes a importância social da mulher era gerar filhos, mas a partir das décadas de 1930 e 1940, ela entrou para o mercado de trabalho, passando a ocupar um lugar na sociedade e defender seus direitos e igualdade. E a cesárea faz parte deste contexto. Também com o passar dos anos, não só aumentou a segurança dos hospitais e procedimentos, mas também houve uma facilitação com a tecnologia e uma redução no risco de complicações", explica. 
 
Além disso, há um aspecto cultural a ser considerado. É inegável que muitas mulheres optam pela cesárea por medo da dor do parto normal. Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com 24 mil gestantes, de 266 maternidades públicas e privadas, revelou que o medo é o principal motivo que leva as mulheres a optarem pela cesárea. 
 
A ginecologista e obstetra em Londrina, Inês Paulucci Sanches diz que a dor é um mito. Ela explica que hoje existe a possibilidade de fazer parto com analgesia (anestesia que pode ser a rack ou peridural, dada no momento em que a mãe começa a sentir que as dores estão ficando incômodas, que é o momento em que o trabalho de parto está ficando eficiente, com contrações regulares). 
 
"Hoje, os serviços na cidade estão preparados para isso. Infelizmente, o serviço público ainda não oferece analgesia de parto", afirma, ressaltando que "não ter dor na cesárea também é mito; é uma cirurgia como qualquer outra." 
 
ANALGESIA
Quem passou pela experiência de parto normal por duas vezes e com analgesia é a arquiteta Cristhiane Negri Bussadori, de 39 anos. Em 2012, Lucca nasceu prematuro, com 33 semanas. "A bolsa estourou e ele nasceu de parto normal. Ele não ficou na UTI porque a médica me disse que o parto ajudou os órgãos dele a trabalharem, ou seja, ficou mais fortalecido", conta. 
 
Já Antonella nasceu, na semana passada, também de parto normal. "Desde a primeira gestação, busquei bastante informação e considerei todos os benefícios para meus filhos e para mim mesma. A recuperação é outra, o leite desce mais rápido e há a certeza de que o bebê está nascendo na hora que é para ser", diz. 
 
A escolha de Cristhiane, porém, causa um certo espanto entre as amigas mais próximas. Ela conta que muitas revelam que o parto normal não é uma opção pelo medo de sentir dor. "As contrações são uma cólica menstrual forte. É claro que cada pessoa tem um limite para suportar a dor, mas como eu queria muito, tive bastante força e acabou sendo tudo muito tranquilo", conclui. (M.O.)