CAFÉ CONTROVERSO TRAZ DEBATE SOBRE O PAPEL DA ARTE NA FORMAÇÃO DOS POVOS INDÍGENAS
Para povos indígenas, a separação entre a vida e a arte inexiste. O ato de observar, pensar e traduzir o mundo a partir de linguagens como a pintura, escultura, canto e dança são características intrínsecas à formação dos indivíduos. O papel da arte na construção das identidades e visões de mundo é pauta do próximo Café Controverso, com o tema A Educação pela arte entre os povos indígenas. O Café conta com as presenças de Maria Inês de Almeida, curadora da exposição "¡MIRA! Artes Visuais Contemporâneas dos Povos Indígenas" e professora da Faculdade de Letras da UFMG, e Rember Yahuarcani, artista plástico uitoto (Peru), cujo trabalho conquistou reconhecimento internacional. O debate é aberto ao público e será realizado na cafeteria do Espaço do Conhecimento UFMG, sábado, 30 de maio, a partir das 11h. A entrada é gratuita.
Enquanto, na nossa sociedade, a educação pode ser percebida construída através da imposição de noções de limites e punição , os indígenas trabalham uma perspectiva totalmente diversa. De acordo com a professora Maria Inês Almeida, “educar para eles é aprimorar os sentidos e ampliar os mundos. Significa ter mais mundos e poder transitar por todos eles. A educação, neste caso, é no sentido da potencialização e não no sentido da castração”, contextualiza.
Essa visão mais ampla e menos compartimentada é resultado do modo de vida desses povos. Eles não trabalham as práticas enquanto categorias separadas. É assim com a arte e outros aspectos do cotidiano social. “Tudo isso faz parte da formação deles. Uma criança indígena aprende desde cedo a observar, prestar atenção nas imagens, nos sonhos e na dança. Essas manifestações estão integradas ao universo deles. Tudo é artístico. O funcional e o contemplativo estão juntos, não há separação. O que nós chamamos de arte, a relação estética com o mundo é inerente à própria formação das pessoas. A educação pela arte vai além da questão curricular. Não é disso que falamos”, conclui.
Café Controverso
A construção do conhecimento raramente passa pelo consenso e se faz, sempre, pelo diálogo. Nos Cafés Controversos, os temas são amplos e diversificados, e não se detêm aos tratados no interior do Espaço do Conhecimento: abordam diferentes setores da cultura, das artes e da ciência. Um espaço de debate e troca de ideias e perspectivas.
O Espaço do Conhecimento UFMG estimula a construção de um olhar crítico acerca da produção de saberes através da utilização de recursos museais. Sua programação diversificada inclui exposições, cursos, oficinas e debates. Integrante do Circuito Cultural Praça da Liberdade, o Espaço do Conhecimento é fruto da parceria entre a operadora TIM, a UFMG e o Governo de Minas. O Espaço conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais – FAPEMIG, da Rede de Museus e Espaços de Ciências e Cultura da UFMG e da DAC – Diretoria de Ação Cultural da UFMG.
Serviço:
Café Controverso - A Educação pela arte entre os povos indígenas
Data: 30 de maio, às 11h
Local: Espaço do Conhecimento UFMG - Praça da Liberdade, 700
Entrada franca