Na última quarta-feira, dia 12 de agosto, a FGV Projetos realizou o Encontro Brasil-Holanda sobre Gestão de Museus, em parceria com a Dutch Culture. Financiado pelo governo holandês e pela Comissão Europeia, a instituição holandesa tem como missão coletar informações sobre a exportação da cultura nacional e estimular a colaboração com países como China, Brasil, Rússia e Turquia. O centro é responsável ainda por fornecer informações sobre os subsídios europeus a artistas em todo mundo, organizar visitas de trabalho para embaixadas e especialistas estrangeiros e coordenar programas culturais centrados em eventos internacionais.
O evento foi aberto pela ministra da Educação, Ciência e Cultura da Holanda, Jet Bussemaker, junto com o presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Carlos Roberto Brandão, e o presidente da FGV, Carlos Ivan Simonsen Leal. Na ocasião, foi assinado um acordo de entendimento entre a Diretoria Internacional da FGV (FGV/ DINT) e a Dutch Culture com objetivo de intensificar a cooperação e intercâmbio acadêmico entre Brasil e Holanda no campo das ciências sociais e humanas e promover visitas mútuas de acadêmicos, além da realização de projetos de pesquisa conjuntos em educação e cultura. Segundo a ministra, “a parceria representa uma colaboração especial para um país rico em cultura”.
Durante o semninário, Cesar Cunha Campos, diretor da FGV Projetos, apresentou o estudo “A cultura na economia brasileira”, realizado pela FGV Projetos e desenvolvido a partir do desafio da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), knowledge partner da unidade, de medir a participação da cultura na economia do país. "Antes de tudo, temos de saber o que é, de fato, cultura e dar o devido valor", destacou o diretor. Cees de Graaff, diretor da Dutch Culture, apresentou o mapeamento da cultura brasileira, atualizado com o apoio da FGV Projetos.
Na parte da tarde, uma mesa reuniu representantes do governo para debater o ponto de vista do poder público sobre o tema. A secretária de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, Eva Doris Rosental, ressaltou as ações do Sistema Estadual de Museus e as diferenças entre o trabalho na capital e nas 92 cidades do interior fluminense. Já o secretário de Estado da Cultura de São Paulo, Marcelo Araújo, apresentou os resultados alcançados pelo modelo de Organizações Sociais no Estado e alertou para a importância da sustentabilidade nos museus. Alberto Gomes Silva, presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (CDURP), destacou o enorme legado de patrimônio e dos novos equipamentos culturais que emergiram a partir das transformações da área.
A professora da Escola de Ciências Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV/CPDOC), Eliane Costa, apresentou a importância dos patrocínios na mesa que reuniu também os casos de museus como Casa Daros, no Rio de Janeiro, e Museu da Casa Brasileira, em São Paulo, comentadas pelo professor de Arte e Economia da Universidade de Utrech, Giep Hagoort.
O evento contou ainda com mesas redondas com especialistas de museus do Brasil e da Holanda, apresentando e discutindo casos e estratégias para gestão, programação e sustentabilidade financeira dessas instituições. Diretores dos museus Stedelijk, Nemo e Eye Institute compartilharam experiências com curadores do Museu De Arte do Rio, Museu do Amanhã, Museu da Imagem e do Som. A coordenadora da FGV Projetos, Silvia Finguerut, foi mediadora das mesas da tarde, em conjunto com Cees de Graaf, do Dutch Culture.
Como atividade complementar ao evento, foi realizado um workshop de dois dias com alunos de pós-graduação brasileiros e holandeses, cujos resultados também foram apresentados durante o seminário.