Quando se fala em Amazônia, é comum imaginar a floresta densa e plana, como um imenso tapete verde. Mas na região existem também montanhas desafiadoras, como o ponto mais alto do Brasil, o Pico da Neblina, com 2994 metros. Foi para esses cumes quase inacessíveis que se dirigiu um grupo de pesquisadores do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, decididos a encontrar, estudar e catalogar espécies de plantas ainda desconhecidas ou com poucos registros. A história das cinco jornadas – entre 2011 e 2014 – à Serra do Aracá e Pico da Neblina, no Amazonas, Serra Grande, Monte Caburaí e Serra da Mocidade, em Roraima, é narrada no livro “Expedições às montanhas da Amazônia”, com lançamento em 19 de janeiro de 2016.
O livro é parte do projeto Montanhas da Amazônia, coordenado pelo pesquisador Marcus Nadruz Coelho, e que contou com a participação de outros quatro pesquisadores do Jardim Botânico: Gustavo Martinelli, Rafaela Campostrini Forzza, Denise Pinheiro da Costa e Miguel Avila Moraes, além do fotógrafo Ricardo Azoury e de equipes de apoio local. Eles enfrentaram os riscos e desafios de uma logística complicada, que envolveu avião, barco, micro-ônibus, “voadeira”, helicóptero e longas trilhas a pé. Em um total de 50 dias de expedições, foram coletadas mais de 4.000 espécimes para pesquisa, com descobertas que têm gerado diversos artigos científicos.
Em 244 páginas, a obra conta todas as etapas dessa aventura moderna, desde o planejamento das viagens, que passou inclusive por negociações com grupos indígenas, até o deslumbramento com as paisagens e a beleza da flora local, capturadas nas fotos de Azoury. O texto, de fácil leitura, é temperado pelas impressões anotadas nas cadernetas de campo dos pesquisadores – cheiros, luzes, cores, obstáculos, dúvidas e alegrias, questões e reflexões.
O livro traz encartado o DVD do documentário “Montanhas da Amazônia – em busca da flora desconhecida”. A produção editorial é de Andrea Jakobsson Estúdio. A empresa Natura patrocinou o projeto.