19ª Mostra de Tiradentes promove 29 debates e propõe refletir com a participação de profissionais do audiovisual, críticos de cinema, acadêmicos, pesquisadores e público o momento atual do cinema brasileiro
A 19ª Mostra de Cinema de Tiradentes coloca em debate, na homenagem e na exibição de filmes o tema “Espaços em conflito” entre os dias 22 e 30 de janeiro na cidade de Tiradentes inaugurando o calendário audiovisual do país. Historicamente, os filmes brasileiros trazem em suas formas e enredos a questão do confronto e do desentendimento, em âmbito social, político e econômico. Colocar personagens, estéticas ou encaminhamentos narrativos em combate tem sido tônica há décadas, algo que permeia todos os nossos principais movimentos cinematográficos. “Os espaços estão em conflito e dramatizados, são o centro nervoso dos dramas humanos”, destaca o curador da Mostra, Cléber Eduardo. “Essa tem sido uma das tendências do cinema brasileiro. Não é novidade, mas tem renovado seu período de vigência com frequência.”
O 19º Seminário do Cinema Brasileiro: Ideias e Perspectivas reúne 71 profissionais no centro das discussões de 29 debates para refletir o momento atual do cinema brasileiro em três debates conceituais, um debate internacional, dois diálogos do audiovisual que enfocam as políticas públicas para o setor, um painel com foco no mercado audiovisual e 22 bate-papos que integram a série Encontros com a Crítica, Diretor e Público e as Sessões Cine-Debate e oferecem olhares variados aos filmes apresentados na programação, com a presença de profissionais nacionais e internacionais, pesquisadores e acadêmicos
No debate inaugural do Seminário, no dia 23(sábado), o enfoque da temática conceitual desta edição do evento: “Espaços em Conflito: tradição e atualização” – uma reflexão sobre a tradição do cinema brasileiro em vincular seus personagens aos espaços onde vivem, assim como algumas mudanças nos últimos anos na resolução e no tom desses conflitos. Para debater este tema, a mesa reúne o curador Cléber Eduardo, o cineasta Adirley Queirós e o crítico e professor Ismail Xavier, com mediação de Francis Vogner dos Reis.
Ainda no contexto da temática do ano, na sequência , o debate com o homenageado desta edição, o diretor Andrea Tonacci, que participa da mesa sobre sua obra, intitulada “Os Espaços Fílmicos do Cineasta Andrea Tonacci”. Ao seu lado, estarão parceiros e amigos, entre eles Cristina Amaral (montadora), Inácio Araujo (crítico) e Ruy Weber (músico).
O terceiro debate conceitual acontecerá no dia 29 (sexta), a mesa “Espaços em Conflito – recuos e atenuantes”, com João Luiz Vieira (professor), Hernani Heffner (curador-adjunto da Cinemateca do MAM e curador da CineOP) e Rubens Machado Jr (professor), volta-se aos últimos 10 anos de cinema brasileiro e na possibilidade de as tensões tenderem a enfoques nos quais os personagens não se confrontam ou o confronto é deixado fora de quadro.
No dia 23 (domingo), há duas mesas da série Diálogos do Audiovisual, com o propósito de discutir os rumos do audiovisual para 2016: Encontro com a SAV/Minc contará com a presença de Pola Ribeiro, Secretário do Audiovisual, para apresentação de políticas públicas do setor no Ministério da Cultura; e o Encontro do CBC reunirá membros do Congresso Brasileiro de Cinema para conversar sobre o tema do próximo evento da entidade, a ser realizado em abril no Rio de Janeiro. A última mesa de Diálogos do Audiovisual será na terça, dia 25, que reúne os produtores Paulo de Carvalho e Sara Silveira para falarem sobre Oportunidades de Mercado para o Cinema Brasileiro, relatando experiências e parcerias importantes para uma melhor e maior inseração de filmes locais em outros países.
No dia 27 (quarta-feira), é a vez do Debate Internacional que reúne profissionais internacionais do audiovisual que marcam presença no evento para conhecer o cinema brasileiro e falar de estratégias de seleção e programação de festivais internacionais, ações de cooperação e intercâmbio e o olhar do programador sobre a produção do Brasil. Na mesa, as presenças de Eduardo Valente (assessor internacional da Ancine), Paolo Trotta (membro do comitê de seleção do Director’s Fortnight da Quinzena dos Realizadores em Cannes), Paulo de Carvalho (produtor, programador e colaborador do Brasil CineMundi) e Roger Koza (membro da FIPRESCI e crítico de cinema).
O Seminário do Cinema Brasileiro mantém ainda os tradicionais debates de filmes que integram a série “Encontros com Crítica, Diretor e Público”. Nesta edição, são 19 debates de filmes exibidos na programação, incluindo títulos da Mostra Aurora, Autorias, Transições e Foco – em que reúne os realizadores, espectadores com a presença de um crítico de cinema para uma reflexão conjunta da obra assistida. d Além disso, pelo segundo ano acontece a Sessão Debate, com quatro encontros nos quais o crítico e curador Francis Vogner conversa com diretor e público imediatamente após a realização da exibição do filme.