O Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) e a EPGE – Escola Brasileira de Economia e Finanças da FGV realizaram, no dia 18 de março, o Seminário Política Monetária no Brasil. O evento, além de discutir o atual cenário econômico do país, prestou uma homenagem aos 70 anos do professor José Júlio Senna e seu legado.
O diretor do IBRE, Luiz Guilherme Schymura, fez a abertura da mesa dedicada a homenagear a trajetória de José Júlio Senna. Ele destacou a obra “Os Parceiros do Rei”, que discorre sobre a herança cultural e o desenvolvimento econômico no Brasil e ressaltou a importância do legado do homenageado para o estudo sobre política monetária no Brasil.
“Quem se atrever a se manifestar sobre política monetária tem que ler o que José Júlio Senna tem a dizer, por ser uma importante reflexão sobre o assunto”, destacou.
Já o economista Affonso Celso Pastore traçou um paralelo sobre a atual situação da política monetária e o cenário na época em que foi sucedido por José Júlio Senna no Banco Central. Já o professor da EPGE, Sérgio Werlang, destacou a época em que foi aluno de macroeconomia do homenageado e frisou que a obra do pesquisador do IBRE é de suma importância para estudos avançados em economia.
As homenagens tiveram continuidade com a fala do professor Fernando Barbosa de Holanda. Ele destacou a diversidade de políticas monetárias que ele, assim como José Júlio Senna, viveu ao longo desses 70 anos. Já Roberto Castelo Branco, do FGV Crescimento e Desenvolvimento, disse que ser aluno do professor Senna foi responsável por abrir sua visão sobre economia aberta e, posteriormente, economia globalizada.
A segunda mesa do seminário dedicou-se a avaliar os desafios da atual política monetária no Brasil. O diretor da EPGE, professor Rubens Penha Cysne, fez uma provocação sobre a relação entre política fiscal e a monetária.
“Existe um caminho em que a moeda domina, portanto o presidente do BC fala “a expansão dos juros é essa” e a parte fiscal que se ajuste. Seria a dominância monetária. E há também o termo dominância fiscal. Então, o governo determina a trajetória da política fiscal e deixa o pessoal da moeda se ajeitar”, disse.
O diretor da EPGE passou a palavra para o professor da PUC-RJ, Afonso Bevilaqua. Segundo ele, a situação atual do país é preocupante e que o principal desafio é frear a queda livre na produtividade. Em seguida, Eduardo Loyo, do BTG Pactual, falou sobre o que é preciso ser feito para que a inflação volte a convergir para o centro da meta. Já Mario Mesquita, do Banco Brasil Plural, ofereceu reflexões sobre como tem sido feita a política monetária no Brasil. Rodrigo Azevedo, da Ibiúna Investimentos, encerrou os debates da mesa ao frisar que o maior desafio econômico atual é o fiscal, pois, segundo ele, fica difícil falar de política fiscal se não houver um reancoramento fiscal.
O momento mais esperado do seminário ficou para o final. O homenageado José Júlio Senna foi responsável pelo encerramento do evento, no qual relembrou as influências recebidas ao longo de sua trajetória desde os tempos de faculdade até o retorno ao IBRE, em 2013, passando pelo Banco Central, mercado financeiro, pela EPGE, entre outros locais em que teve atuação destacada. Emocionado, agradeceu aos colegas de trabalho, sem deixar de lado sua paixão pelo futebol.
“Recebi do diretor do IBRE o convite para voltar ao dia-a-dia da Fundação em 2013. E aqui estou na economia aplicada dedicado aos assuntos aos quais me identifico. Agradeço ao Schymura por ter me trazido por esse time de craques que são os pesquisadores do Instituto. Se bem informados sobre a qualidade dessa turma, os donos do Barcelona morreriam de inveja. Eu tenho orgulho de jogar nesse time”, disse, sob aplausos da plateia.
Ainda sob forte emoção, José Júlio Senna dedicou um agradecimento especial para seus familiares. Ele citou sua esposa Cecília, seus filhos Fernanda, Luís Felipe e Luís Guilherme, além de seus netos, pais, sogros e irmãos que o ajudam a construir essa bonita história. Parabéns, José Júlio Senna por seus 70 anos.