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segunda-feira, 27 de junho de 2016

Caixa Cultural do Rio recebe a Exposição “Silêncio(s) do Feminino” a partir de 5 de julho

Mostra reúne 36 obras de cinco mulheres artistas – Cris Bierrenbach, Lia Chaia, Beth Moysés, Rosana Paulino e Marcela Tiboni, que discutem as vulnerabilidades socioculturais vividas há séculos pelo sexo feminino.

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Obras das artistas Cris Bierrenbach e Rosana Paulino

A Caixa Cultural do Rio de Janeiro recebe a partir de 5 de julho, a exposição “Silêncio(s) do Feminino”  cuja curadoria da também artista plástica Sandra Tucci, selecionou obras de cinco artistas brasileiras contemporâneas, que refletem um incômodo com as vulnerabilidades socioculturais que são suportadas pela mulher há séculos. São elas Cris Bierrenbach, Lia Chaia, Beth Moysés, Rosana Paulino e Marcela Tiboni.

Como mulheres e artistas, elas têm em sua linguagem uma forma singular ao abordar questões complexas da natureza feminina, relacionadas  a gênero, identidade, abuso social entre outras, proporcionando uma visão da manifestação sensível de suas narrativas poéticas e visuais contemporâneas.

 “O olhar artístico feminino abriu portas e janelas para dar espaço a uma forma singularizada de ver o mundo, de estar nele, de poder manifestar-se nele, de explorar ‘o como’ é ser afetado por ele”, diz a curadora.  

Na seleção, que reúne fotografias, vídeos e desenhos, encontramos “potência, significado e voz que criam um mapeamento pelo qual, metaforicamente, compreendemos um silêncio que emudece, que faz calar, que arrepia e grita”, completa Tucci. A coordenação do projeto é de Gisa Picosque e a produção, de Ludmila Picosque, ambas da Touché Cultural.
Além da Exposição, haverá também um Curso para professores no dia 16 de agosto, das 14hs às 17h, ministrado por Gisa Picosque –  Pesquisadora independente e gestora cultural. Coordenadora do Projeto Silêncio(s) do Feminino. Coordenou diversos programas educativos, entre eles, na 25ª Bienal de São Paulo e 4ª Bienal do Mercosul. Autora de obras textuais sobre ensino de arte e mediação cultural. É sócia Diretora da Touché Cultural. Serão oferecidas 30 vagas e as inscrições devem ser feitas através do email projetos@touchecultural.com.br. 
Ementa do curso: Como as artistas presentes na exposição podem nos ajudar a lidar com a gravidade de abusos exercidos sobre o feminino? Como fazer a leitura das imagens de arte na sala de aula a fim de provocar a discussão sobre gênero? Qual a relação entre arte contemporânea e as questões urgentes da vida atual? Essas perguntas serão norteadoras da proposta do curso que, a partir do discurso expositivo, propõe pensar sobre a “força constrangedora” da arte contemporânea para a interpretação de diferentes realidades sociais e culturais.

OBRAS E ARTISTAS

Cris Bierrenbach – Fired (2013)
A série fotográfica “Fired” (2013) traz autorretratos da artista, que surge vestida com uniformes de diferentes ocupações, como comissária de bordo, policial militar e empregada doméstica. Além de trazer à tona temas como a mulher “bem sucedida” na sociedade, as imagens discutem a individualidade, já que, usando uniformes, é como se todos estivessem padronizados e identificados a um código de conduta vigente.  Fotógrafa e artista plástica, desenvolve um trabalho artístico que inclui vídeo, performance, instalação e pesquisa sobre técnicas de impressão fotográfica do século XIX, com ênfase na produção de daguerreótipos.

Lia Chaia – Glam (2010) - Trabalha com diferentes suportes, transitando pela fotografia, vídeo, performance, instalação e intervenções urbanas. Em 2009, recebeu a bolsa residência Currents- Art & Music em Beijing, China, em 2005, a Bolsa Iberê Camargo e Sala de Arte Publico Siqueiros para a Cidade do México.

Beth Moyses – Ex-purgo (2011) - Dedica grande parte de sua produção artística a performances onde é propositora, protagonista, diretora e autora ao mesmo tempo. Sua extensa produção de vídeos comumente apresenta grupos de mulheres, mas em “Ex-purgo” (2011), temos como elementos a mão da artista, uma colmeia fazendo às vezes de uma “ferida organizada” pela qual não escorre sangue, mas sim mel, além de abelhas com seus zumbidos. A artista costuma comparar sua performance com as mulheres, a um coletivo de abelhas – uma sociedade em que todas trabalham juntas, cooperam entre si, dividem as atividades e são solidárias uma com as outras.

Rosana Paulino – “Assentamentos – Adão e Eva no paraíso brasileiro” (2014)
Os trabalhos de Rosana Paulino têm como foco a posição do negro, principalmente, da mulher negra na sociedade brasileira. Na série “Assentamentos – Adão e Eva no paraíso brasileiro” (2014), desenhos em técnica mista sobre papel azul foram originados a partir de retratos de pessoas de procedência africana, desconhecidos e desconhecidas, sugerindo a criação da civilização brasileira a partir de um casal de negros escravizados.

Marcela Tiboni - “Estudo para desenho de corpo I” (2006) - Tem uma vasta produção de obras onde enfatiza o próprio corpo como suporte, referenciando a história da arte e da pintura. Nas três fotografias de “Estudo para desenho de corpo I” (2006), produzidas no início de sua carreira, a artista registra seu corpo de mulher robusta marcado por traços que são base de um desenho pré-pintura. Seu corpo serve como suporte para a obra existir.