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sábado, 24 de setembro de 2016

ENSP debate o papel dos trabalhadores e estudantes na luta pela saúde em seus 62 anos


Uma grande Roda de Conversa foi formada para debater O papel da saúde coletiva e dos trabalhadores e estudantes da saúde na luta pelo SUS no contexto atual durante as comemorações dos 62 anos da Escola Nacional de Saúde Pública. A atividade reuniu três atores com visões distintas, porém, complementares. Entre eles a pesquisadora do Departamento de Administração e Planejamento da ENSP, Cristiani Machado, o pesquisador da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio e membro do Fórum de Saúde do Rio Janeiro, que compõe a Frente Nacional Contra a Privatização da Saúde, André Dantas, e o representante do Ocupa SUS, o psicólogo Cleiber Silveira, mestrando em Saúde Pública pela ENSP. Numa dinâmica participativa, os convidados fizeram suas explanações, e todos os presentes também puderam expressar sua opinião. Na ocasião foi lançado o novo Portal de Ensino da ENSP, que, segundo a vice-diretora de Ensino, Tatiana Wargas, pretende dar visibilidade a esse campo tão fundamental da Escola.

Apresentando o Portal de Ensino, Tatiana Wargas citou os novos espaços das áreas de cursos e editais da ENSP, que, agora, possuem ampla visibilidade. Durante a fala da vice-diretora, um vídeo, produzido pela equipe de jornalismo da Coordenação de Comunicação Institucional (CCI/ENSP) e a equipe de Tecnologia da Informação da CCI, foi exibido citando as inovações do novo Portal de Ensino da Escola.



Como representante do movimento de luta Ocupa SUS, o psicólogo Cleiber Silveira expôs como o movimento surgiu. “Começamos com a reunião entre um grupo de atores que se posicionaram contra os ataques ao SUS. Mas nosso grande mérito foi agregar novos atores com o desejo da luta, mesmo aqueles não inseridos na militância da saúde. Por meio de ações e agitações posicionamo-nos no limite da legalidade; e, atualmente, valendo-nos de algumas frentes, entre elas a Frente de Comunicação, a Coletiva Feminista, a Frente de Ações e Agitações e a Frente dos Trabalhadores Precarizados em Saúde, nos organizamos”, explicou ele.

“Essa atividade é uma convocação para a luta. Não é novidade para ninguém que vivemos uma crise, especialmente, organizativa e teórica da classe trabalhadora”, afirmou André Dantas, membro do Fórum de Saúde do Rio Janeiro, que compõe a Frente Nacional Contra a Privatização da Saúde. Segundo André, a crise se expressa por meio de alguns elementos, entre eles a brutal fragmentação da luta de classes. “Como pensar em uma função tática para enfrentar a conjuntura? Precisamos de unidades táticas para enfrentar os ataques que estamos vivendo. O Fórum responde um pouco isso, pois é uma tentativa de reunir um conjunto de forças”, afirmou André.

Completando a Roda de Conversa, a pesquisadora do Departamento de Administração e Planejamento da ENSP, Cristiani Machado ressaltou que, diante do atual cenário do país, possuímos muito mais perguntas que respostas. Cristiani questionou também qual a representação da luta e da construção do SUS em um país como o Brasil. “O Brasil é desigual, injusto, controlado por elites, com pouca visão de projeto nacional. Nos anos 1980, com o debate sobre a redemocratização, conquistou-se um novo patamar para a luta política. Precisamos nos organizar para responder às novas questões e novos desafios.” Para ela, os sanitaristas têm responsabilidade social de dar respostas à sociedade.