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quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Pedro Parente fala sobre desafios e perspectivas no setor de óleo e gás na FGV

A FGV recebeu, no dia 1º de agosto, o presidente da PetrobrasPedro Parente, para falar sobre o trabalho que vem sendo realizado na empresa para que ela recupere a confiança do mercado e volte a ser uma das alavancas do crescimento do Brasil. O evento foi organizado pela FGV Energia e faz parte da série “Energia em Foco”.
Em sua apresentação, Parente abordou o panorama atual do mercado de petróleo e do plano de negócios da Petrobras. O presidente destacou que os desafios do mercado de energia são significativos, visto que há novas fontes de petróleo surgindo, mudanças geopolíticas e a maior difusão de fontes renováveis. De outra parte, Parente destacou que o mundo também passa por transformações pelo lado da demanda, como as mudanças em padrões globais, a difusão de veículos elétricos, tecnologias para armazenamento de energia, as smart grids, além das alterações de rumos das políticas climáticas, que apontam para a redução de emissões de carbono.
“É uma indústria que enfrenta um desafio bastante relevante. É um processo em aceleração e todas as projeções levam ao declínio do consumo de petróleo no longo prazo. O ponto-chave para a indústria é o que vai substituir o óleo e gás nesse negócio da ordem de 1,2 trilhão de dólares e que estima-se que deve estabilizar a US$ 3 tri a partir de 2020. Essa é a grande questão que as empresas terão que responder: que negócio pode substituir no volume o óleo e gás?”, destacou.
O executivo ressaltou que diante desse cenário, as commodities de energia tiveram queda no preço no primeiro semestre de 2017, apesar da alta verificada no valor das demais commodities. Parente disse que essa queda se explica por conta do aumento da produção de petróleo, em especial nos EUA e em grandes produtores, como Nigéria e Líbia. No Brasil, também verificou-se alta na produção e exportação.
Na sequência, o presidente da Petrobras falou sobre a situação atual do mercado brasileiro, onde há 46 empresas produzindo petróleo, sendo 26 operadoras. Em 2017, a produção do pré-salsuperou a soma de todas as outras (terra, águas rasas e águas profundas) pela primeira vez.
Parente também proferiu sobre o avanço no ambiente regulatório, em que a Petrobras deixou de ser a operadora única do pré-sal para um modelo em que a empresa detém o direito de preferência para exploração dos blocos. Outros avanços destacados são o aperfeiçoamento da política de conteúdo local, a previsibilidade das rodadas de licitação e os novos programas lançados pela empresa, como o “Gás para todos” e o “Combustível Brasil”.
A parte final da apresentação foi dedicada ao plano de negócios e gestão da Petrobras. Parente apresentou números que mostram que a situação financeira melhorou, apesar de ainda haver um longo caminho a ser percorrido, com destaque para metas de alavancagem financeira. Sobre o aspecto da gestão, o presidente ressaltou que a segurança passou a ser uma prioridade com o lançamento do programa “Compromisso com a vida”. Outro avanço destacado é o fortalecimento da governança corporativa, com mudanças na seleção de executivos e na composição do Conselho de Administração. Há melhorias também no processo decisório, bem como na promoção da ética e transparência, com a implantação de um canal para denúncias que garante o anonimato do denunciante.
“Estamos fazendo o monitoramento em tempo real de todos os riscos que são relevantes para a empresa. A exemplo das principais metas, para cada risco relevante temos um responsável que fica encarregado de fazer esse acompanhamento e propor medidas mitigatórias”, disse.
Parente encerrou sua apresentação falando sobre as melhoras consistentes dos resultados da Petrobras e que que os principais analistas self side já recomendam a compra de ações da empresa, o que demonstra que o pessimismo ficou para trás.