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quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Brasileiro acredita que eleições de 2018 podem tirar país da crise, aponta pesquisa

Pesquisa de opinião pública realizada pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (DAPP) durante o mês de agosto aponta que a insatisfação dos brasileiros no atual contexto se reflete numa falta de confiança generalizada na presidência (83%), nos políticos (78%) e nos partidos (78%), expressa em todas as regiões, faixas etárias e de renda. Por outro lado, em relação ao futuro, o brasileiro mostra-se majoritariamente otimista, com 54% dos respondentes considerando que a qualidade de vida nos próximos cinco anos vai estar melhor do que nos dias de hoje. A coleta das informações em campo, realizada pelo Ibope, contou com 1.568 entrevistados de diversos municípios, em todo o território nacional.
O estudo buscou entender os valores que orientam escolhas e preferências dos indivíduos hoje e no futuro, optando por focar na temática da confiança como eixo orientador e balizador da análise e da discussão dos dados coletados em campo. A pesquisa em duas etapas: a primeira, denominada “A Confiança no Brasil”, destaca a confiança dos indivíduos sobre a política, a economia e a estrutura social em geral, associando essas variáveis às expectativas do brasileiro a respeito do futuro esperado para o próprio indivíduo e para a sociedade. Na segunda, chamada de “O Coração do brasileiro”, analisou-se o comportamento dos brasileiros diante de várias questões de nossa estrutura social.
“Tudo aponta para uma eleição que vai ser um momento pivotal da política brasileira, como poucos nós tivemos. O Brasil não conseguiu construir consenso, a não ser o consenso na desconfiança no sistema político e nos atores políticos. Então, 2018 está se armando como um grande palco no qual uma série de ajustes e contas para fechar vai ser resolvida. Ou seja, qual o rumo o país vai ter? Qual a configuração política vai liderar esse rumo? E qual a expectativa eu vou ter para o Brasil no futuro? ”, questiona o diretor da DAPP, Marco Aurelio Ruediger.
No conjunto, percebe-se que os brasileiros continuam polarizados em percepções e campos opostos. Entretanto, alguns pontos são comuns: não prescindem do papel do Estado para solucionar a questão das desigualdades sociais, bem como para melhorar a economia e garantir a proteção básica à população, como saúde, segurança e educação, mas não querem a interferência dele em outras questões.
“Ainda que hoje a avaliação do quadro brasileiro seja a pior possível, a avaliação para daqui a cinco anos é muito otimista. Isso é bom por um lado, mas, por outro, é altamente problemático, porque vai jogar sobre a eleição do ano que vem e sobre o sujeito que for eleito um peso fenomenal de responder a todas essas demandas represadas e fazer todos os ajustes no sistema, que hoje é disfuncional e está descolado. Será uma tarefa hercúlea e que, se não for administrada a contento, levará a uma situação que, em dois anos, o próximo presidente vai atravessar uma crise abissal”, aponta Ruediger.
O estudo completo está disponível no site