Brasil ultrapassa 1,5GW de energia solar fotovoltaica.
Geração distribuída já abastece mais de 35 mil unidades consumidoras.
Um dos mais importantes eventos do segmento na América Latina, o Brasil Solar Power, traz ao Rio de Janeiro, nos dias 12 e 13 de junho, as últimas novidades do setor e discute os caminhos da fonte no Brasil nos próximos anos.
A fonte solar fotovoltaica no Brasil desponta em um crescimento vertiginoso e já ultrapassamos a marca de 1,5 GW de capacidade instalada. O País deverá fechar o ano de 2018 com 2,4 GW em nossa matriz elétrica, com a contribuição das usinas solares fotovoltaicas dos leilões de energia de reserva de 2014 e 2015. A cada ano, junto a esta fonte renovável e limpa, crescem também os números de novos postos de trabalho, renda e de investimentos. E é neste cenário que um dos maiores eventos do segmento na América Latina, o Brasil Solar Power – Conferência & Exposição, segue para a terceira edição, entre os dias 12 e 13 de junho, no Rio de janeiro, promovido peloGrupo UBM|CanalEnergia e a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica- ABSOLAR.
Há um ano, a energia elétrica gerada pela fonte era capaz de abastecer 60 mil residências brasileiras (compostas de 4 a 5 pessoas). Hoje este número é mais de 10 vezes maior, passando para mais de 633 mil residências. Segundo o presidente executivo da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia, o Brasil celebra hoje a marca de 30.039 sistemas de geração distribuída solar fotovoltaica conectados à rede, trazendo economia e sustentabilidade ambiental a 35.667 unidades consumidoras, somando mais de R$ 2,1 bilhões em investimentos acumulados desde 2012, distribuídos por todas as regiões do País. Somando os segmentos de mercado de geração distribuída e centralizada, os investimentos acumulados no Brasil neste setor fecharam 2017 com R$ 6 bilhões, e este ano devem atingir aproximadamenteR$ 20 bilhões até final de 2018.
Embora tenha começado a acelerar seu desenvolvimento recentemente no Brasil, já entramos para o seleto grupo de 30 países com mais de 1 GW de potência instalada operacional desta fonte renovável e de baixo impacto ambiental. Considerando a potência adicionada apenas no ano de 2017, atingimos, pela primeira vez na história, o ranking dos 10 países que mais adicionaram projetos da fonte solar fotovoltaica em suas matrizes, incorporando aproximadamente 1 GW em um único ano. “Com isso, o Brasil caminha se tornar um protagonista mundial neste setor. Atualmente, a fonte ainda representa menos de 1% da matriz elétrica brasileira, mas levantamentos da empresa de pesquisa energética projetam, até o ano de 2030, este número subirá para mais de 10%”, afirma Sauaia
No último ano, já foram gerados mais de 20 mil novos empregos diretor e indiretos, e a expectativa é de que este número se repita até o fim de 2018, sendo que a cada MW de energia solar fotovoltaica instalados, são gerados de 25 a 30 postos de trabalho. Sauaia destaca que esta é uma das maiores taxas de geração de emprego do setor elétrico. “A fonte solar fotovoltaica lidera a geração de empregos renováveis no mundo, com 3,4 milhões do total de 10,3 milhões de empregos de fontes renováveis no planeta”, observa o presidente executivo da ABSOLAR.
Microgeração e Minigeração Distribuída- De acordo com a ABSOLAR, a fonte solar fotovoltaica, baseada na conversão direta da radiação solar em energia elétrica de forma renovável, limpa e sustentável, lidera com folga o segmento de microgeração e minigeração distribuída, com mais de 99,4% das instalações do País.
Em números de sistemas instalados, os consumidores residenciais estão no topo da lista, representando 77,4% do total. Em seguida, aparecem as empresas dos setores de comércio e serviços (16%), consumidores rurais (3,2%), indústrias (2,4%), poder público (0,8%) e outros tipos, como serviços públicos (0,2%) e iluminação pública (0,03%).
Já em termos de potência, os consumidores dos setores de comércio e serviços lideram o uso da energia solar fotovoltaica, com 42,8% da potência instalada no País, seguidos de perto por consumidores residenciais (39,1%), indústrias (8,1%), consumidores rurais (5,6%), poder público (3,7%) e outros tipos, como iluminação pública (0,03%), e serviços públicos (0,6%).
O crescimento da microgeração e minigeração distribuída solar fotovoltaica é impulsionado por dois fatores principais: a redução de 75% no preço da energia solar fotovoltaica nos últimos 10 anos e o forte aumento do preço da energia elétrica dos consumidores, que desde 2012 acumula uma alta de 499%, segundo dados do Ministério de Minas e Energia.
Se aproveitarmos somente os telhados de residências brasileiras e instalarmos sistemas fotovoltaicos, a geração de energia seria 2,3 vezes a necessária para abastecer todos os domicílios do País. Para se ter uma ideia, enquanto o potencial técnico hidrelétrico nacional é de 170 Gigawatts (GW) e o eólico é de 440 GW, o potencial técnico solar fotovoltaico supera 28.500 GW, sendo maior do que o de todas as demais fontes combinadas. A título de comparação, a matriz elétrica brasileira atual possui aproximadamente 160 GW de capacidade instalada total, somando todas as fontes de geração.
Ranking Nacional Solar Fotovoltaico- Para acompanhar de perto a evolução da microgeração e minigeração distribuída solar fotovoltaica nos estados brasileiros, a ABSOLAR desenvolveu um Ranking Nacional Solar Fotovoltaico, que compara as potências instaladas em cada unidade da Federação.
Atualmente, o Estado de Minas Gerais lidera o ranking nacional, com 22,9% da potência instalada no País, seguido pelo Rio Grande do Sul (13,9%), São Paulo (13,5%), Ceará (5,9%) e Santa Catarina (5,9%).
Investimento- O investimento de aproximadamente 5 mil reais é suficiente para reduzir em 70% os gastos de energia elétrica para uma família de 4 pessoas de baixa renda.
Para uma residência de classe média brasileira, seriam investidos de R$15 a 20 mil reais, com um retorno sobre o investimento de 5 a 7 anos.
Financiamento- Na última semana, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou mudanças no Programa Fundo Clima, permitindo pessoas físicas tenham acesso a financiamentos para a instalação de sistemas de geração solar fotovoltaica. Segundo o executivo da ABSOLAR, as novas condições de financiamento estão entre as mais competitivas do mercado para projetos de energia solar fotovoltaica. “O BNDES confirmou financiamentos de até 80% dos sistemas solares fotovoltaicos com equipamentos novos produzidos no Brasil, com taxas de juros entre 4,03% e 4,55% ao ano, prazo de amortização de até 12 anos e carência de até 2 anos. Estas condições posicionam o banco como uma das melhores opções atualmente disponíveis no Brasil para projetos solares fotovoltaicos e ainda ajudam a promover a cadeia produtiva nacional. Em 2014, a ABSOLAR trouxe pela primeira vez ao BNDES, uma proposta estruturada para linha de financiamento para pessoas físicas, pessoas jurídicas, produtores rurais, prefeituras e governos estaduais interessados em energia solar fotovoltaica. As novas medidas contribuirão para um País cada vez mais conectado ao Sol, fonte renovável, sustentável e que traz economia imediata aos consumidores”, comenta Sauaia.
O executivo destaca a importância da rápida implementação da medida junto aos bancos repassadores dos recursos. “O financiamento tem vigência imediata e será disponibilizado principalmente pelo Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e por Bancos de Desenvolvimento Regionais e Estaduais, em todo o território nacional. No entanto, é fundamental que estes bancos regulamentem com rapidez a medida, para que a sociedade possa acessar o crédito. Apesar do anúncio positivo do BNDES, recebemos informações de nossos associados de que as agências bancárias ainda não estão operando as linhas por falta de regulamentação interna”, relata Sauaia.
Para a primeira fase do programa, que vigora até 28 de dezembro de 2018, estão disponíveis mais de R$ 300 milhões em recursos orçamentários já alocados pelo BNDES. Caso a demanda supere este valor, poderá ser realizada nova alocação ao programa. Segundo Sauaia já é um começo, mas é preciso de mais recursos para atender às expectativas da sociedade brasileira e para apoiar a cadeia produtiva nacional.
Pesquisa do Ibope Inteligência de 2017 apontou que 89% dos brasileiros gostaria de gerar energia renovável em casa, mas hoje há sistemas solares fotovoltaicos em menos de 0,03% das unidades consumidoras do País. “A ABSOLAR recebeu informações de que o BNDES trabalha para incorporar a energia solar fotovoltaica para pessoas físicas em outras linhas de financiamento do banco, além do Programa Fundo Clima. É uma necessidade para o setor e o mercado crescerem”, esclarece Sauaia. O executivo explica que o investimento em um sistema solar fotovoltaico é recuperado pelo consumidor em cinco a sete anos em média, usando equipamentos nacionais com garantia de performance de pelo menos 25 anos. Com as novas condições de financiamento, os consumidores residenciais, comerciais, industriais, rurais e públicos poderão investir na tecnologia sem usar recursos próprios e ainda pagarão pelos sistemas com a economia nos gastos com energia elétrica.
Sobre o evento – Segundo o Presidente da UBM – CanalEnergia, Rodrigo Ferreira, o Brasil Solar Power – Conferência & Exposição, que ainda caminha para sua terceira edição, já se consolidou como o principal congresso do setor fotovoltaico no Brasil. Dentre seus participantes, 64% possuem forte poder de influência e decisão em suas empresas.
O evento traz conferências simultâneas sobre geração centralizada e distribuída, workshops e feira de negócios. “Contamos com a presença das principais lideranças nacionais e internacionais do setor, membros do governo, importantes players de mercado para tratar dos caminhos do segmento, modelos de negócios, regulamentação, novas tecnologias e opções de financiamento”, observa Ferreira.
Durante os dois dias de conferência haverá dois congressos simultâneos que abordarão assuntos relacionados à Geração Centralizada (GC) e à Geração Distribuída (GD), e também worshops, com temas atuais e dados inéditos do setor. São esperados mais de 2 mil visitantes aos stands da feira de negócios, ao longo dos dois dias de evento, oferecendo oportunidades para quem aposta no grande potencial deste mercado.
SERVIÇO: Brasil Solar Power Co nferência e Exposição
Data: 12 e 13 de junho
Local: Centro de Convenções Sulamérica- Rio de Janeiro
PROGRAMAÇÃO e PARTICIPANTES: www.brasilsolar power.com.br/bspprogramacao
Hj pela manhã temos um talk show com lideranças do setor elétrico. Estarão presentes Eduardo Azevedo Rodrigues, secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do MME; Romeu Rufino, diretor geral da ANEEL; Rui Altieri , presidente do conselho de administração da CCEE; Amilcar Gonçalves Guerreiro, diretor de Estudos de Energia Elétrica da EPE e Rodrigo Sauaia , Presidente Executivo da ABSOLAR.
As autoridades apresentarão suas visões, iniciativas, propostas e reflexões para o desenvolvimento da energia solar fotovoltaica na matriz elétrica brasileira. O debate abordará, entre outras questões, as propostas de atualização do marco legal do setor elétrico brasileiro, suas oportunidades e consequências para a fonte, tanto para a geração centralizada quanto para a geração distribuída.