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domingo, 19 de maio de 2019

Especialistas debatem impacto de smart cities em países emergentes

Atualmente, tem sido comum o desenvolvimento de projetos de smart cities (cidades inteligentes), principalmente em países desenvolvidos. No entanto, o papel de projetos similares em países emergentes visando o desenvolvimento não tem recebido, por parte de especialistas da área, a atenção devida, segundo Luiz Antonio Joia, professor da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (FGV EBAPE) e pesquisador-líder do Laboratório de Governo e Negócios Eletrônicos (e:lab – FGV EBAPE). Para estimular o debate a esse respeito, o Working Group 9.4 da International Federation on Information Processing (IFIP) realizou, entre os dias 1 e 3 de maio, em Dar es Salaam, na Tanzânia, a “15th International Conference on Social Implications of Computers in Developing Countries”. Promovido a cada dois anos, o encontro deste ano discutiu o tema “Fortalecendo a cooperação no Global South como catalisador de ICT4D (Information and Communication Technology for Development).
Na ocasião, o professor Joia e Alexander Kühl, egresso do mestrado double degree FGV EBAPE/Católica de Lisboa, apresentaram o artigo “Smart City for Development: A conceptual model for developing countries". O estudo apresenta um modelo original de implantação e avaliação de projetos de smart cities centrados na geração de desenvolvimento, o qual se baseia na “Capability Approach” de Amartya Sen e no modelo de infoinclusão dinâmica (D2I), desenvolvido pelo professor da FGV EBAPE. Dessa forma, o modelo SC4D (Smart City for Development) proposto abarca as peculiaridades e o contexto existentes em países com realidades sociais, econômicas, políticas e tecnológicas distintas.
“A pesquisa em questão ajuda a entender a necessidade de realização de um grande número de adaptações nos projetos de smart cities concebidos em países desenvolvidos e transferidos diretamente para economias emergentes. O modelo analítico pode auxiliar os pesquisadores, praticantes, policymakers, desenvolvedores de sistemas e demais profissionais a lidar com o planejamento e execução de projetos de smart cities em países em desenvovimento", destaca o professor Joia.
Além de contar com a participação de acadêmicos da área de ICT4D, o evento recebeu especialistas de organizações de fomento mundiais, além de formuladores de políticas públicas em nível de  governo.