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segunda-feira, 17 de junho de 2019

Ciclo (Im)permanências: Vulnerabilidade – Matinê Pedagogias da Imagem

Matinê Pedagogias da Imagem convida para:
Ciclo (Im)permanências:
Vulnerabilidade

19/6 – Auditório Manoel Maurício – CFCH (Campus Praia Vermelha, UFRJ). De 9h às 18h.
As mudanças climáticas são hoje um problema que mobiliza diversas áreas da pesquisa científica, um signo da imbricação entre cultura(s), políticas e ciências. O Ciclo (Im)permanências: vulnerabilidade, promovido pelo projeto Pedagogias da Imagem, surge com o objetivo de ativar formas outras de abordar articulações entre as ciências e as artes, a educação e as humanidades, bem como os desdobramentos do presente para a divulgação científica e cultural frente às mudanças climáticas.
Por meio dos trânsitos nomádicos entre áreas do conhecimento diversas – como a climatologia, as ciências sociais, a saúde, as artes, a filosofia e a educação -, busca-se a proliferação de diálogos que permitam entrever as composições éticas, políticas e afetivas de modos de existência e produções de conhecimento atravessados por um horizonte comum, pelos anseios e pela alegria da construção deste comum.
Com uma programação de filmes e mesas de conferências, o ciclo será voltado à circulação de ideias interdisciplinares, propiciando um espaço de reflexão e discussão que explicite a relevância das pesquisas para uma ressignificação de sentidos sobre nossa relação com o mundo e o ambiente.
Realização
SECULT – Setor de Cultura, Comunicação e Divulgação Científica e Cultural
Faculdade de Educação da UFRJ
Projeto INCT-Mudanças Climáticas Fase 2
Rede Divulgação Científica e Mudanças Climáticas

Apoio
Decania do Centro de Filosofia e Ciências Humanas
Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental

* * *
Diálogos entre artes, humanidades e mudanças climáticas.
Programação:
Dia 19/6 – Matinê Pedagogias da Imagem
MANHÃ
9h – Filme: Espólio da Terra (Land Grabbing – Áustria, 2015, 91′), de Kurt Langbein.
10h40 – Mesa I
A (in)finitude e o clima: o papel humano
– Paulo Nobre (INPE)
Doutor em Meteorologia pela University of Maryland (1993) e pós-doutorado pela Columbia University (1999).Em 2017, recebeu o título de Hídrógrafo Honorário, concedido pela Diretoria de Hidrografia e Navegação – DHN da Marinha do Brasil. Atualmente é pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, responsável pelo Grupo de Modelagem Acoplada Oceano-Atmosfera do CPTEC e Coordenador do desenvolvimento do Modelo Brasileiro do Sistema Terrestre – BESM

Em meio a catástrofe, abre-se um mar: medidas, mudanças climáticas e divulgação científica
– Susana Dias
Doutora em Educação pela Faculdade de Educação da Unicamp.
Pesquisadora do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Unicamp (Labjor), professora do curso de Mestrado em Divulgação Científica e Cultural do Labjor-IEL-Unicamp e editora da revista ClimaCom.

Territórios Sensíveis: A potência da Arte em tempos de urgência
– Walmeri Ribeiro
Doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP. Professora do Departamento de Artes e Estudos Culturais/UFF, Pesquisadora do Laboratório de Pesquisa em Performance, Mídia Arte e Questões ambientais – BrisaLAB.

TARDE
14h – Filme: Água Mole Pedra Dura (Brasil, 2017, 68′), de James Robert Lloyd & Flavia Angelico.
15h20 – Mesa II
Vulnerabilidade da População à Mudança do Clima
– Diana Marinho (PMAGS/DCB/ENSP/Fiocruz)
Formada em Serviço Social pela Universidade Regional da Paraíba, com mestrado em Engenharia Cartográfica pelo IME, Pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz. Inicialmente atuava com pesquisas de saúde de populações indígenas e desde 2000 atua com pesquisas na área de mudanças climáticas e saúde, com o foco na vulnerabilidade da população.

Antropoceno: rastros, revoluções e narrativas
-Sarah Almeida (CAp-UFRJ)
Professora de Geografia do Colégio de Aplicação da UFRJ e doutoranda em Geografia pelo PPGG/UFRJ. Desenvolve pesquisa e extensão sobre Antropoceno, Vulnerabilidade, (In)Justiça Ambiental e Ensino de Geografia Física. É membro do Grupo de Estudos do Quaternário e Tecnógeno (NEQUAT) do IGEO/UFRJ

Lama, topografia, assentamentos e escalas de resistência
– Cinthia Mendonça (Instituto de Artes/UERJ e Silo – Arte e Latitude Rural)
Artista e pesquisadora. Atualmente cursa o doutorado em Processos Artísticos Contemporâneos na UERJ e atua na Silo – Arte e Latitude Rural, uma organização que se dedica a produzir arte, ciência e tecnologia em zonas rurais e unidades de conservação ambiental por meio de experiências imersivas e práticas transdisciplinares como laboratórios de experimentação e residências artísticas.

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Sobre as palestras:
A (in)finitude e o clima: o papel humano
– Paulo Nobre (INPE)
Labutando num sistema de recursos finitos, a Terra, o autoproclamado homo-sapiens age cotidiana e grupalmente como se o ar, a água… o tempo e o espaço fossem infinitos. Nesta conversa, o climatologista Paulo Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE apresenta reflexões sobre tal suposição, como elas se relacionam com as mudanças climáticas globais, o quê o gênero humano tem haver com tudo isto! Se pudéssemos nos enviar uma carta do futuro… o quê nos aconselharíamos fazer no presente? ”

Em meio a catástrofe, abre-se um mar: medidas, mudanças climáticas e divulgação científica
– Susana Dias
A comunicação das mudanças climáticas vive seu limite. Criar um corpo para este problema é a busca desta apresentação. Algo que só pode ser feito com a problematização do que pode a escrita em meio à gramática e regimes perceptivos dominantes em que o humano é obsessivamente colocado como justa medida de todas as coisas. Para criar este combate e convocar as potências de uma escrita-limite, lidarei com uma entrevista com um modelador climático que produzimos para a Revista ClimaCom, que foi editada com a série de imagens “Marmetria”, da artista Fernanda Pestana. Exercitando a possibilidade de experimentar o mar como material de encontro entre ciências, artes e filosofias, reserva de multiplicidades, conexões e mistérios infinitos, para inundar as configurações dominantes do humano na divulgação das mudanças climáticas e proliferar vida nas medidas e políticas comunicantes.

Territórios Sensíveis: A potência da Arte em tempos de urgência
– Walmeri Ribeiro
Território Sensíveis é um projeto em Artes que reúne artistas-pesquisadores e cientistas para que, juntamente com comunidades locais, possamos investigar e propor novas formas de pensar, imaginar e viver na sociedade contemporânea, diante das catástrofes e mudanças ocasionadas pelas mudanças climáticas.
Atuando em territórios específicos e acreditando que a arte, com sua capacidade de sensibilização e sua força micropolítica, pode desestabilizar os pensamentos convencionais sobre nossas relações com e na natureza, nos reaproximando da biosfera, e ainda, que as mudanças avassaladoras, que estamos enfrentando cotidianamente, gerará uma recriação contínua dos modos de vida, o projeto envolve experiências colaborativas de pesquisa-criação em arte, tecnologia e ciência. Nossas ações são contínuas, sendo desenvolvidas em diferentes territórios no Brasil, com o intuito de alimentar a discussão e a sensibilização das pessoas para as consequências das mudanças climáticas em nosso dia-a-dia, assim como a força e a importância de ações micropolíticas individuais e coletivas. A partir dessas ações, alimentamos publicações, exposições de arte, colaborações, redes e novos projetos.

Mapa de vulnerabilidades, saúde e sociedade
– Diana Marinho (PMAGS/DCB/ENSP/Fiocruz)
Apresentação dos resultados do estudo realizado em seis estados, que teve como unidade de análise os municípios. Buscou-se calcular a vulnerabilidade da população dos respectivos municípios diante da mudança do clima. Para tal, se calculou o índice ‘vulnerabilidade’ tomando como base a exposição, a sensibilidade e a capacidade adaptativa de cada município, e contou-se com o suporte do SisVuClima.

Antropoceno: rastros, revoluções e narrativas
-Sarah Almeida (CAp-UFRJ)
Desejamos traçar um debate sobre as narrativas que sustentam o Antropoceno e os diversos olhares voltados para as interações entre sociedades e natureza. As desigualdades ambientais, de gênero, de classe e raciais interferem diretamente nos impactos deste novo tempo. Quais são os rastros que a nossa existência deixa no planeta? Um outro mundo é possível?

Lama, topografia, assentamentos e escalas de resistência.
– Cinthia Mendonça (Instituto de Artes/UERJ e Silo – Arte e Latitude Rural)
Uma fala da artista a partir de um relato sobre a experiência com o programa “Resiliência: Residência Artística”.