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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Artigos: A Sociologia das Histórias em Quadrinhos



Sociologia das histórias em quadrinhos  assume hoje um papel mais significativo no campo das Ciências Sociais, pois esta manifestação cultural é alvo de consumo de um grupo cada vez maior de leitores. Assim, como todo evento de alcance social, elas se tornaram um instrumento de investigações sociológicas e de outras esferas científicas.

Os quadrinhos compõem um objeto de pesquisas das sociologias especiais, as quais se valem de escopos teóricos e metodologias típicas da Sociologia Geral para enfocarem temas sociais de caráter mais exclusivo, como a religião, a educação, as artes, entre outros campos. Embora esta disciplina específica seja uma das menos estruturadas entre as demais, ela já tem a seu dispor recursos advindos de outras áreas e interpretações, o que possibilita o crescimento das produções nesta esfera da sociologia.

Vista como uma das várias frações da Sociologia da Comunicação ou da Sociologia da Arte, ela se diferencia das outras investigações científicas no universo das histórias em quadrinhos por investigar justamente o mecanismo social que mova a elaboração das HQ, os elementos culturais que nelas predominam, suas repercussões sobre o leitor, e demais fatores de ordem social.

Nos tempos modernos as histórias em quadrinhos evoluíram das tiras publicadas nos jornais impressos para uma produção mais requintada que atinge não somente o espectro infanto-juvenil da sociedade, mas também o leitor adulto. Portanto, pode-se afirmar que elas tomaram conta de uma coletividade mais ampla e se diversificaram, tornando-se inclusive mais complexas.

Um dos primeiros autores a ganhar importância nestes estudos foi o francês Jacques Marny ao lançar sua obra Sociologia das Histórias aos Quadradinhos. No território brasileiro destaca-se o sociólogo Nildo Viana com seu livro Heróis e Super-heróis no mundo dos quadrinhos, no qual investiga o que ele chama de gênero da ‘superaventura’, procurando pinçar nas HQ seus valores preponderantes.

Ele desenvolve a concepção de axiologia, vertente filosófica que se dedica à compreensão dos valores, e ao mesmo tempo confere um novo significado ao conceito junguiano de inconsciente coletivo. Vários estudos monográficos e teses sobre personagens específicos também contribuem para amplificar as pesquisas brasileiras.

Sobressaem algumas produções sociológicas, como Tio Patinhas e os mitos da comunicação, de Orlando Miranda; Para ler o Pato Donald, de Ariel Dorfman e Armand Mattelart; e Super-Homem e seus amigos do peito, de Ariel Dorfman e Manuel Jofré. Estes livros concentram-se em desenvolver as duas veredas abordadas pela sociologia dos quadrinhos, as criações de natureza social e o conteúdo veiculado nestas produções.


Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Axiologia
http://sociologiacienciaevida.uol.com.br/ESSO/Edicoes/18/artigo98209-1.asp
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sociologia_especial