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quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Comissão da Verdade da Reforma Sanitária será lançada



Para investigar violações dos direitos humanos praticadas por agentes do Estado contra profissionais da grande área da saúde no período de 1964 a 1985, foi criada a Comissão da Verdade da Reforma Sanitária. A iniciativa será lançada no dia 16 de novembro, às 8h30, durante o VI Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde, a ser realizado na Universidade Estadual do Rio de Janeiro. O projeto, desenvolvido pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) em parceria com o Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes), integra a Comissão Nacional da Verdade do Brasil, criada em 2011, no âmbito da Casa Civil da Presidência da República. A comissão da reforma sanitária é coordenada pela pesquisadora aposentada da Fiocruz Anamaria Tambellini e tem o apoio irrestrito da ENSP.

O evento terá a coordenação do presidente da Abrasco, Luis Eugenio Portela, da presidente do Cebes, Ana Maria Costa, do jurista, ex-deputado e integrante do grupo Tortura Nunca Mais, Antônio Modesto da Silveira e do presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da Comissão da Verdade no Rio, Wadih Damous. Além disso, o lançamento contará com a presença do presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha e do diretor da ENSP, Hermano Castro.

O objetivo da Comissão é fazer o levantamento de profissionais violados quando aos seus direitos humanos no período acima citado, identificar as violações sofridas e consolida-las em um sistema de informação integrado, cujo objetivo é armazenar e preservar os dados obtidos e se constituir em fonte uma fonte de conhecimento futuro e um canal de interação com a sociedade brasileira de uma forma geral. A Comissão da Reforma Sanitária assumiu os princípios adotados pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), dispostos na Lei 12528, de 18 de maio de 2012, e nas resoluções já tomadas pela CNV publicadas sua página eletrônica.

O projeto escrito pelos integrantes da comissão assegura que este trabalho somente terá valor para a sociedade brasileira se puder contribui para as mudanças sociais que determinarão a construção de um futuro em que os fatos que serão trazidos à tona não tiverem mais a possibilidade de acontecer. Neste sentido, torna-se de fundamental importância juntar esforços para dar visibilidade às verdades que forem aflorando, propriciar discussões, apresentações, iniciativas de coletivos para trabalhar sobre os temas das violações políticas, e principalmente, incluir no ensino formal ou informal as questões que forem analisadas por esta comissão.

A comissão mais famosa e com resultados mais admiráveis pela realização de seus objetivos é a Comissão de Reconciliação e Verdade, da África do Sul, em que 23 mil vítimas foram ouvidas. Ela foi instalada neste país após a queda de um regime de segregação racial jamais visto no mundo.

O lançamento está marcado para o dia 16 de novembro, às 8h30, no Auditório 33 da UERJ.