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quarta-feira, 25 de março de 2015

Pesquisadora da ENSP homenageada em Seminário Mulheres Fazendo Ciência




O II Seminário Mulheres Fazendo Ciência, que será realizado nos dias 26 e 27 de março, no Auditório do Museu da Vida, vai homenagear duas pesquisadoras da Fiocruz: Anamaria Testa Tambellini, da ENSP, e Sonia Gomes Andrade, do Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz (CPqGM/Fiocruz Bahia). Elas serão agraciadas com o Prêmio Fiocruz - Mulher de Ciências e Humanidades pelo pioneirismo de sua atuação científica em distintas áreas do conhecimento e seu papel na construção institucional.

A médica Anamaria Testa Tambellini, além de pesquisadora aposentada da Fiocruz e da Universidade Federal do Rio de Janeiro e uma das fundadoras do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/ENSP), é presidente da Comissão da Verdade da Reforma Sanitária (CVRS) Abrasco-Cebes. A CVRS tem por objetivo investigar as violações de direitos humanos praticados por agentes do estado (1964 – 1985) contra trabalhadores da saúde (técnicos, pesquisadores, docentes, administradores e auxiliares), de modo a compartilhar as informações e conhecimentos produzidos com outras entidades e instituições que partilhem dos mesmos objetivos e princípios e com a sociedade brasileira, em geral, de modo a contribuir para um projeto de sociedade democrática e justa.

No evento em comemoração pelos 60 anos da ENSP, em 2014, Ana Maria Testa Tambellini contou sua experiência pessoal no momento de perseguição e repressão na ditadura militar em Campinas. “Tínhamos um projeto muito grande, articulado com os departamentos de medicina preventiva em nível nacional em um momento em que a ditadura se voltava a exterminar os quadros institucionais. Nós tínhamos esse ideal de resistência e luta pela democracia. Éramos militantes políticos e acreditávamos que a nossa profissão tinha que espelhar nossas crenças contra a repressão e o terror que estavam instalados no país.” Segundo a pesquisadora, foi um período de perseguição, especialmente àqueles que tinham capacidade crítica. O Grupo contava com 20 pessoas do Departamento de Medicina Preventiva da Unicamp e precisou buscar novas opções de trabalho pelo país, assim que foram perseguidos e impedidos de continuar suas pesquisas em Campinas.