Páginas

quinta-feira, 26 de março de 2015

Privatização da saúde pauta seminário no Rio de Janeiro

Vivemos tempos de turbulência. Ainda que seja cedo para um diagnóstico mais preciso, é possível dizer que o Brasil passa, hoje, por uma das maiores crises políticas desde a sua redemocratização. As mais variadas vozes tomam as ruas e redes sociais. A saúde, como de costume, é bandeira tanto dos que defendem como dos que atacam o atual governo. Para as entidades e grupos que lutam pelo amplo direito à uma saúde pública de qualidade para a população brasileira, na ordem do dia estão as discussões sobre o aumento de dispositivos legais para atuação do setor privado no Sistema Único de Saúde. Um exemplo mais patente foi a aprovação, em dezembro, no congresso, da Medida Provisória n.º 656, que altera a Lei Orgânica da Saúde, a LOS nº 8.080, de 1990, e autoriza a abertura ao capital estrangeiro na oferta de serviços de saúde. É diante desse cenário que a Frente Nacional Contra a Privatização da Saúde realiza, nos dias 27, 28 e 29 de março, seu V Seminário. O evento, que no primeiro dia será na Escola Politécnica em Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) e nos dois últimos, na UERJ, conta com a coordenação de pesquisadores da ENSP, professores de universidades brasileiras e estrangeiras e integrantes de movimentos sociais.
 
A mesa de abertura, na sexta-feira, dia 27, discutirá a crise atual do capitalismo na contemporaneidade e suas determinações sobre a saúde dos trabalhadores. Sob a coordenação do pesquisador da ENSP Ary Miranda, estarão presentes pesquisadores da Universidade Andina Simón Bolivar, do Equador, do Instituto de Filosofia de Cuba,do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa, entre outros. A segunda mesa da tarde, que é coordenada pelo também pesquisador da ENSP Eduardo Stotz, discutirá as estratégias dos movimentos sociais para fazer frente ao processo de mercantilização da saúde.
 
No sábado, a mesa “Crise do Capital e Contrarreforma na Saúde” debaterá as políticas de saúde em meio à crise do capital e as estratégias adotadas pelas classes dominantes para manter em curso a contrarreforma na saúde. No mesmo dia, o papel dos movimentos sociais no combate a esse processo voltará à mesa de discussões. No domingo, Jaime Breilh, da Universidade Andina Simón Bolivar, do Equador, vai falar sobre a determinação social do processo saúde e doença e as resistências à mercantilização da vida. A partir das dez da manhã, os grupos de trabalho debaterão temas como controle social, a 15ª conferência de saúde, ambiente e luta no campo, saúde mental, gênero e sexualidade. Mais informações estão disponíveis na página do evento, no Facebook e no site da Frente Nacional Contra a Privatização da Saúde.