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segunda-feira, 11 de janeiro de 2016
5º Congresso Brasileiro de Saúde Mental
Um grande esforço por parte de órgãos governamentais, acadêmicos, conselhos e sindicatos profissionais, movimentos sociais e outras entidades da sociedade civil ligadas às áreas da saúde, cultura, esportes, lazer, direitos humanos, justiça, artes, trabalho, humanidades, ciências sociais e educação, entre outras, tem sido envidado no sentido de promover um modelo de atenção e cuidado humanizado, em liberdade, no território, fundado nos princípios do Sistema Único de Saúde – SUS e da Política Nacional de Saúde Mental. Ao mesmo tempo, a atual conjuntura política e econômica, que repercute em todas as áreas da vida, delineia uma agenda da saúde permeada por cortes de recursos, com novas ingerências políticas e em um contexto de instabilidade sóciopolítica que pode propiciar retrocessos na consolidação da atenção psicossocial. O país vinha transformando, ora aceleradamente, ora claudicante, seu modelo de saúde eminentemente biologicista, hospitalocêntrico e centrado nas doenças, pelo preconizado no SUS, de trabalho em rede, suporte à promoção da saúde e de dispositivos substitutivos às internações psiquiátricas indevidas e à lógica manicomial. Este sonho tem sido conquistado com lutas e o momento requer uma retomada da mobilização social para que ele efetivamente se concretize.
A reforma psiquiátrica e o movimento pela Saúde Mental implicam em mudança de foco da doença mental para o sofrimento e o bem estar das pessoas acometidas de transtornos psíquicos, seus familiares e seus entornos comunitários; da crença fatalista na incurabilidade, na periculosidade e na improdutividade das pessoas diagnosticadas com transtornos mentais e toxicomanias, para o investimento na sua recuperação e reinserção social e o abandono da inevitável institucionalização, para o cuidado no contexto de uma rede de serviços substitutivos ao modo asilar. A Reforma Psiquiátrica é um movimento social amplo, complexo, intersetorial, plural e precisamos efetivá-la mais que nunca!
Juntos nas diferenças: sonhos, lutas e mobilização social pela Reforma Psiquiátrica.