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terça-feira, 27 de setembro de 2016

'Amizade é escolha; mas, no trabalho, é necessário respeito', disse pesquisadora sobre assédio moral nas instituições públicas

A professora adjunta da Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Terezinha Martins dos Santos Souza, trouxe, para a semana de comemorações do 62º aniversário da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, a palestra O assédio moral e sexual e a gestão de instituições públicas. Terezinha abordou dados assustadores e afirmou o fato de que, atualmente, o assédio moral é o maior responsável pelo suicídio de trabalhadores no país. Segundo ela, não podemos deixar que o grande ato humano - que é o trabalho - seja transformado no lugar da morte e do sofrimento. “Estão querendo transformá-lo apenas naquilo que rende lucro. Estão roubando o nosso futuro. Portanto, é nossa obrigação lutar para manter a capacidade de transformar o real, além de não permitir que nosso trabalho seja a ferramenta que estão usando para nos destruir”, defendeu.
 
Terezinha comentou sobre os perigos da banalização do assédio moral. Para a professora, é fundamental passar por cima das pequenas divergências. “Sempre existirão conflitos, mas não necessariamente assédio, pois isso é intrínseco das relações humanas. Nas relações profissionais, os indivíduos trabalham em busca de realização e dinheiro. Ninguém trabalha para fazer amizades! Portanto, no ambiente de trabalho, não precisamos gostar ou deixar de gostar de alguém. É necessário respeitar o indivíduo e seu trabalho. Somente isso. O afeto é de escolha própria, mas o respeito ao colega não.” De acordo com a professora, o assédio moral é maior do ponto de vista numérico e pior do ponto de vista qualitativo no serviço público. “Quando somos assediados, não somente adoecemos: nos matamos ou nos deprimimos. Mas também diminuímos a qualidade do nosso serviço e produção. Portanto, a consequência do assédio a um servidor é dupla, isso visto da ótica do trabalhador e da ótica do serviço prestado à população, que é quem paga nossos salários”. Terezinha sugeriu, ainda, a visitaçãó, por parte dos interessados no tema, à página www.assediomoral.org.br .  
 
Confira a apresentação de Terezinha, na íntegra, no canal da ENSP, no Youtube; veja, também, o que ela fala a respeito dos três principais perfis de assediados: os militantes, os adoecidos pelo trabalho e inocentes ou inconscientes.