Reequilibrar a política fiscal é um dos grandes desafios deste e do próximo governo. O tema permeará o debate eleitoral deste ano e é base para o site Observatório de Política Fiscal, que o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE) e o pesquisador Manoel Pires irão lançar no dia 25 de abril, quarta-feira. O site vai reunir séries históricas de estatísticas públicas, análises de temas que envolvem a situação fiscal do Brasil, além de dicas de leituras e conteúdos educativos sobre o assunto.
O Observatório de Política Fiscal é voltado para profissionais, estudiosos do assunto, jornalistas e demais pessoas que tenham interesse, mesmo com pouco conhecimento sobre o tema. De acordo com Pires, o espaço servirá como um instrumento para a realização de um debate qualificado.
“As pessoas já podem ter acesso aos dados. Mas o que estamos fazendo é centralizar a informação, selecionar e organizar o que é importante, apresentando os dados de maneira mais simples e acessível. Dessa forma, podemos subsidiar um debate público em torno dos objetivos da política fiscal: estabilidade, crescimento econômico e igualdade.”
Já o período de lançamento converge com o momento em que vive o país, segundo o especialista, fundamental para discutir os problemas fiscais. “Esse é um ano importante porque haverá uma eleição onde a sociedade deverá definir suas prioridades. Vários assuntos fiscais irão voltar à pauta em 2019, e o modo como o próximo governo irá resolver essas questões vai definir os rumos das contas públicas nos próximos anos”, avaliou o pesquisador.
Pires apontou alguns dos pontos de atenção, como a discussão em torno da fórmula de reajuste do salário mínimo, o cumprimento da Regra de Ouro e a racionalização das regras fiscais, a reforma da Previdência, a política para os servidores públicos, além de outras reformas estruturais. Para o economista, o país deve avançar no debate sobre as reformas, mesmo com os sinais de melhora gradual que a economia vem apresentando.
“Nós passamos por uma recessão muito grave, e quando se passa por uma situação dessas, o governo perde em arrecadação e aumenta o déficit. Primeiro, voltar a crescer é fundamental para o problema não aumentar. Segundo ponto importante é que os juros estão caindo bastante, o que diminui o custo da rolagem da dívida pública. Com a volta do crescimento e a queda dos juros, o tamanho do problema fica melhor dimensionado e o debate se concentra em torno das reformas”, analisou.
O conteúdo do site está disponível a partir de hoje. Conheça o Observatório de Política Fiscal.