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segunda-feira, 9 de junho de 2014

Aids: sexo entre homens concentra epidemia

O artigo Aceitabilidade da autotestagem domiciliar para o HIV entre homens que fazem sexo com homens no Brasil: dados de uma enquete na Internet aponta que a epidemia de HIV no Brasil se concentra entre homens que fazem sexo com homens (HSH) e populações transsexuais/transgênero, apesar de as as taxas de testes de HIV entre eles serem incompatíveis com o seu risco. Segundo os autores da pesquisa, André Périssé (ENSP/Fiocruz), Sheri Lippman (Centro de Estudos de Prevenção da SIDA, Universidade da Califórnia), Valdiléa Veloso e Beatriz Grinsztejn (Ipec/Fiocruz), Patrick S. Sullivan e R. Craig Sineath (Rollins Escola de Saúde Pública, Universidade de Emory), e Susan Buchbinder (Departamento de Saúde Pública, San Francisco), essa população representa 29,2% do total de casos de aids notificados no Brasil e cerca de 40% dos casos entre homens com idade entre 15-24 anos. 
 
Uma preocupação especial, conforme relatam os pesquisadores, é a alta prevalência encontrada entre os muito jovens HSH (com idade entre 14-19 anos), que chegou a 4% , sendo que os jovens HSH brasileiros cada vez mais tornam-se uma proporção maior de novos casos. 
 
De acordo com o artigo, o Ministério da Saúde do Brasil tem respondido com a implementação do Plano Nacional de Enfrentamento da Epidemia de Aids e das DST entre gays, outros HSH e transgêneros. O plano de prevenção para HSH depende de garantir a participação social e o acesso a serviços de qualidade, incluindo o teste de HIV, que é o primeiro passo e a mais importante esperança para conter a propagação da epidemia. 
 
As pessoas com HIV que conhecem seu diagnóstico podem começar o tratamento, o que por sua vez, dizem os autores, diminui a infecciosidade do vírus, soropositividade e os comportamentos de risco após o diagnóstico. Além disso, estudos de modelagem sugerem que uma proporção substancial de novas infecções vêm de pessoas que desconhecem suas infecções pelo HIV, e que o aumento de testes autorrealizados poderia reduzir consideravelmente novas infecções. 
 
Devido ao seu elevado risco para a infecção pelo HIV, os Centros dos EUA para Controle e Prevenção de Doenças recomenda que o teste para HSH sexualmente ativo seja realizado pelo menos anualmente, e até a cada 3-6 meses para a maioria em risco HSH .
 
As atuais taxas de testes de HIV entre HSH, no entanto, não são compatíveis com o seu risco, revela o artigo. Estudo realizado recentemente mostra que pouco mais da metade de HSM entrevistados nunca tinham sido testados, e perto de 50% das pessoas que consentiram o teste de HIV e foram soropositivos não tinham conhecimento de sua infecção. 
 
O artigo informa ainda que, em abril de 2011, foi realizada uma pesquisa com HSM brasileiro usando o Facebook para avaliar as preferências de testes de HIV e aceitabilidade de testes baseado em casa. Entre 356 previamente testado, HSH HIV-negativos, 47% relataram uma preferência para o teste baseado em casa, 27% teste baseado em clínica preferencial, e 26% não tinham preferência. Testadores menos frequentes e os que haviam considerado o teste, mas não o conseguiu, foram mais propensos a preferir o teste baseado em casa. Perto de 90% relataram que usariam kits de auto-teste; 62% e 54% disseram que usam o teste baseado em casa para fazer escolhas sobre o sexo desprotegido com parceiros regulares e novos, respectivamente. 
 
Sobre a pesquisa
 
Um total de 5.539.372 impressões resultou da colocação de anúncios em banners no Facebook.  Em termos de comportamentos sexuais, cerca de dois terços dos participantes relataram ter apenas parceiros sexuais masculinos e um terço relatou ter relações sexuais com homens e mulheres. Dessas impressões, um total de 4.280 participantes em potencial clicou no banner, e 790 participantes preencheram os critérios iniciais de triagem de idade e sexo e começou a pesquisa. Foram excluídos 161 participantes da análise, porque as suas respostas ao inquérito não preencheram os critérios de elegibilidade. Essas exclusões resultou em 629 homens da nossa amostra analítica.  Quinze entrevistados forneceram informações incompletas sobre o teste de HIV, resultando em 444 que tinham sido HIV testadas no passado e 170 que nunca tinham teste de HIV. Os participantes da pesquisa relataram baixos níveis de uso do preservativo: 58% relataram sexo anal receptivo desprotegido e 57% relataram sexo anal desprotegido, inclusive a última vez em que eles estavam com seu mais recente parceiro sexual masculino. O uso de preservativo na última relação sexual não foi associada com a história do teste de HIV.
 
O artigo Aceitabilidade da autotestagem domiciliar para o HIV entre homens que fazem sexo com homens no Brasil: dados de uma enquete na Internet foi publicado na revista Cadernos de Saúde Pública, volume 30, número 4 , de abril de 2014.